O xadrez é um dos jogos mais antigos da história e todo mundo já ouviu falar dele. É surpreendente que um jogo tão velho nunca tenha recebido uma atualização ou continuação. Quando vi um trailer de Chess Knights: Viking Lands, exclamei que seria o “xadrez 2.0”. No início da jogatina, por outro lado, o vi como um beta do que seria essa continuação. Por fim, depois de finalizar e escrever essa análise, acredito que Viking Lands é um xadrez com muitos limites.
Desenvolvimento: Minimol Games, QUByte Interactive
Distribuição: QUByte Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Estratégia, Puzzles
Classificação: Livre
Português: Legenda e interface
Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 4 horas (100%)
Uma ideia e suas variações
A Minimol Games é uma desenvolvedora especializada em fazer jogos de Puzzle, sendo Viking Lands um dos muitos que se baseiam em xadrez. A grande variação existente entre cada um deles – ao que parece – é o objetivo e a ambientação. Narrativa e história dependem totalmente do objetivo principal.
Em Viking Lands a missão é bem simples: você deve usar o cavalo para resgatar as peças aliadas. Portanto, é necessário sempre se mover em “L”, igualmente a um jogo de xadrez, driblando os inimigos. Ao pegar a peça amiga, é seu dever retorná-la em segurança para o ponto inicial. Depois, vamos para uma outra fase completamente diferente, e assim continua.
Os inimigos são outras peças de xadrez e se movem como tal, sendo elas: bispo, torre e rainha. Curiosamente, não existe um rei, peão ou cavalo inimigo. De igual forma, você pode apenas controlar o cavalo durante todo jogo. Isso foi o que mais me desanimou em Viking Lands, pois é possível controlar até quatro cavalos em uma fase, mas nunca outra peça.
Sacrifícios estratégicos
Quando pensamos em vikings a primeira coisa que nos vem à mente são guerreiros ferozes e violentos que lutam até a morte. Viking Lands é totalmente o contrário disso, visto que não é possível matar ou “comer” as peças inimigas. Por se tratar de um resgate na surdina, devemos evitar ao máximo entrar em zona de confronto, ou seja, na direção que os inimigos podem se mover.
Em fases com muitos inimigos e cavalos disponíveis, é quase impossível movimentar-se sem ser pego. Desta forma a única solução disponível é sacrificar umas peças, já que, quando entram em confronto, tanto o inimigo quanto a nossa desaparecem do jogo.
Os maiores vilões existentes nesse aspecto são a inteligência artificial e a movimentação. As peças rivais tentam ocasionalmente dificultar nossas escolhas e, em muitos momentos, ficam repetindo os mesmos movimentos. Além disso, Viking Lands pode ser jogado apenas com touch do Switch, porém, ele não segue o padrão do xadrez. Por exemplo: caso queira movimentar uma peça, não existe uma marcação de onde ela pode ir. Isso no analógico é terrível, pois você deve mirar no quadrado desejado e, se for possível, o espaço é marcado. Normalmente, por virar a câmera e movimentar uma peça, acabava selecionando um local indesejado.
Roupinha de viking
A diferença majoritária em Viking Lands é que não há um tabuleiro padrão de xadrez. Aqui, nas terras nórdicas, estruturas e objetos permanecem no meio da área, obstruindo a passagem como uma cidade viking verdadeira. Em complemento, as estações variam também de acordo com a fase em que estamos.
Não vou mentir sobre como gosto de toda a história nórdica e dos vikings, portanto, minhas considerações afetem um pouco a visão sobre a aparência de Viking Lands. Juntar aquela melodia pesada com tambores e uma ambientação gélida com constantes flocos de neve caindo é imersivo, pois implementa ainda mais a visão de xadrez viking. Porém, essas escolhas trazem problemas na performance.
Viking Lands é feito em um 3D de baixo polimento, o que normalmente não é um desafio para o Switch. No entanto, parece que a versão final do game não obteve tanto tal coisa, causando uma queda chatinha na taxa de frames. Outro problema visível é a câmera que permanece longe do tabuleiro e não é possível dar zoom – talvez eu seja cego.
Uma experiência complicada
Não sou a melhor pessoa para dizer isso, mas Chess Knights: Viking Lands é um game desafiador. Porém, não é o tipo de desafio que gosto e acredito que o vejo dessa forma pois sou péssimo em xadrez, fora que há limitações por controlarmos apenas o cavalo. Quanto ao restante, a falta de uma variação de peças, o problema de performance no Switch, a movimentação e IA dificultaram minha apreciação por Viking Lands, mesmo detendo uma arte interessante. Aqueles que amam xadrez e querem algo semelhante com pequenas variações, talvez, vejam o game e outros títulos da Minimol Games com outros olhos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong