Review Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics (Switch) – Coletânea obrigatória

Vindo diretamente como uma sequência  do jogo de Nintendo DS, Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics é a coletânea de jogos diversos da Nintendo. Esta edição traz, justamente, 51 jogos divertidos – e um piano – para experienciar contra a inteligência artificial ou com amigos locais e através da internet.

Desenvolvimento: NDcube
Edição: Nintendo
Jogadores: 1-4 (local e online)
Gênero: Party, Multiplayer
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: Sem registros

Interface e apresentação limpas

Como designer, uma das primeiras coisas que notei ao iniciar o jogo foi sua interface extremamente limpa e organizada, um padrão de jogos da Nintendo. Os elementos foram claramente inspirados em outro jogo da desenvolvedora NDcube, o Super Mario Party – cores, botões, caixas de diálogos, etc.

Tudo isso torna a navegação algo bastante agradável e consistente. Com certeza é um grande ponto de elogio que ajuda a tornar a experiência muito melhor, na minha opinião.

Os menus onde selecionamos os jogos também seguem esta mesma linha, assim como a tela de escolha do seu avatar e o globo terrestre onde há a seleção de região preferida e os personagens guias dos jogos.

Na listagem com todos os jogos disponíveis também é permitido trocar a visualização horizontal para uma outra em formato grid, onde podemos ver todos os jogos de uma só vez. De quebra é possível escolher uma figura para lhe representar durante os jogos, como também personalizar cabelo, tom de pele do personagem, hobby e jogos preferidos.

Ampliando a diversão

Algo que me chamou a atenção, ao selecionar os jogos, foi o modo extra chamado mosaico. Achei muito interessante a possibilidade de conectar até 4 consoles localmente a fim de expandir as opções disponíveis em um minigame.

No piano – o único “jogo” fora da curva -, por exemplo, usando 4 Joy-con são habilitados instrumentos diferentes para acompanhar o musical, como um tamborim e maracas. Já alinhando os quatro consoles em uma outra formação, é possível de se obter um teclado eletrônico.

São recursos inteligentes que abrem um novo leque de diversão, apesar de que reunir pessoas num mesmo espaço ser algo difícil de acontecer atualmente.

Um outro exemplo bacana é o jogo do autorama (slot cars), onde é possível formar uma pista gigante, com 4 consoles, que não é possível de se jogar no modo padrão em um mesmo Switch.

Pequenos estímulos

Todos os jogos, uma vez finalizados, liberam curiosidades sobre eles. Também fica o registro de seu progresso e sua respectiva colocação em cada um deles.

Gosta de conquistas? Maravilha, pois há uma seção chamada medals com alguns objetivos a serem cumpridos em cada jogo disponível. Quando todos são feitos, o jogador recebe um “troféu de masterização” daquele minigame.

Às vezes, com seu progresso, também são liberados novos personagens guias no globo terrestre, onde existem sequências de jogos da mesma modalidade ou tema específico, ou até recursos extras para certos minigames. No jogo de cartas Hanafuda, por exemplo, existe como habilitar a skin das cartas com os personagens da franquia Mario.

Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics possui um game design bastante competente com várias “amarras” que prendem a atenção de quem está jogando e alimenta a sensação de progresso constantemente.

Obviamente também há uma vasta coleção de jogos para todos os estilos e gostos, em sua grande maioria muito bem traduzidos para um formato de videogame que funciona muito bem no portátil, touch, table top e televisão no modo dock.

Existem jogos de carta, simuladores de brinquedos reais, jogos criados pela própria Nintendo no passado, pescaria, jogos de tabuleiro, jogos da infância, entre outros.

A lista dos games contidos nesta coletânea são:

O modo online

Além do suporte para até 4 jogadores no mesmo console, existem duas formas de se jogar através da internet: com amigos e pessoas aleatórias. Em ambos os casos, não é possível jogar duas pessoas no mesmo console e online ao mesmo tempo, o que considero uma grande falha restringir algo tão divertido ao single player.

Os jogos de turno possuem um contador para cada jogador tomar sua ação no tempo devido. Já os de sincronização em tempo real, como o air hockey, são prejudicados por apresentar problemas de delay com pessoas que moram distante – algo que já vi outros jogos resolverem sem afetar o gameplay.

Porém, com amigos próximos – ou pelo menos do mesmo país – a estabilidade da conexão se mantém e o resultado é bem agradável.

Podemos escolher até 3 jogos para encontrar alguém no matchmaking e, enquanto esperamos, é possível treinar sozinho em qualquer game para passar o tempo. De lambuja, a Nintendo disponibilizou um guest pass para que até 3 pessoas possam se conectar a um host sem possuírem o jogo, porém este recurso é exclusivo para uma conexão local.

Deslizes e pontos críticos

Além do maior pecado em não permitir que pessoas do mesmo console joguem o online juntos, Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics comete alguns erros que o tornam um pouco desajeitado e falho em certos pontos.

Ainda falando do online, caso seu oponente aleatório opte por sair da partida em vez de jogar novamente, somos obrigados a esperar para encontrar uma outra partida em vez de poder continuar treinando sozinho.

Alguns jogos, como Ludo e Damas, não deixam com que o jogador personalize as regras de acordo com outras versões já vistas por aí – como o clássico Damas Brasileiro com a movimentação diferenciada, ou o Uno sem compras de cartas acumulativas.

Já se tratando de jogos curtos como o Toy Boxing, toda vez precisamos ver o encerramento do jogo, declaração de quem foi o vencedor e voltar ao menu principal para poder jogar novamente. Poderia muito bem haver uma simples opção de rematch sem perder tantos segundos num looping de ações.

Voltando ao minigame de piano, o instrumento inicia mesmo com o Switch conectado ao dock sem apresentar uma mensagem de que aquela interação é exclusiva ao touch screen.

Na questão dos controles, é inconcebível o fato de que, mais uma vez, optaram por deixar o suporte aos pro controllers de fora – no multiplayer. É algo que não faz o menor sentido na grande maioria das modalidades disponíveis, e se torna mais incoerente ainda por este tipo de controle ser permitido apenas jogando sozinho.

Algo parecido foi feito também em Super Mario Party para Switch – também da subsidiária NDcube -, onde você é obrigado a possuir 4 Joy-con para que possa jogar em 4 players.

Por fim, como em praticamente todos os jogos da Nintendo, a empresa deixou de fora mais uma vez o idioma português brasileiro.

Estamos já em 2020, e nada mais justo do que recebermos os jogos 1st party localizados em nossa língua, uma vez que o jogo também se encontra disponível na eShop na versão para nosso país.

Além de restringir o público aos entendedores da língua inglesa e afins, a falta da localização faz com que muitos jogos passem batidos. Um exemplo disso é o Last Card, que conhecemos popularmente por aqui como Uno.

Vale a pena? Depende

De fato, pela diversão, Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics é um título obrigatório para os donos de Nintendo Switch. Talvez o valor não seja muito agradável para a maioria, mas certamente aqui existe uma lista bem vasta de jogos que talvez justifique o preço para você.

Apesar de ter decisões estranhas de game design e cometer algumas falhas que precisam ser criticadas ou corrigidas, a mais nova coletânea de jogos da Nintendo é um prato cheio para se deliciar com amigos e família, ou até mesmo sozinho contra a inteligência artificial.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics

8

Nota final

8.0/10

Prós

• Coletânea de jogos imensa
• Estímulos de progresso inteligentes
• Multiplayer local divertidíssimo
• Opções para diferentes públicos
• Modo online competente

Contras

• Decisões questionáveis
• Modo online restrito a 1 jogador
• Joy-con obrigatórios no multiplayer
• Sem opção de rematch
• Idioma PTBR inexistente