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Review Prinny Presents NIS Classics 2 (Switch) – Uma excelente compilação

Se olharmos para o mundo dos RPG japoneses, o ocidente recebeu somente uma pequena onda de tudo o que foi produzido. Ainda mais se observarmos tudo o que está preso nas plataformas mais antigas, e que hoje estão praticamente esquecidas. Pensando nisso, a NIS America está lançando o Prinny Presents NIS Classics 2, que traz no seu pacote dois baita jogos: Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound e ZHP: Unlosing Ranger vs. Darkdeath Evilman. Ambos possuem características próprias, mas são banhados pela mesma fonte: um excelente bom humor.

Desenvolvimento:  NIS America

Distribuição:  NIS America

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG

Classificação: 14 anos

Português: Não

Plataformas: Switch

Duração: Não disponível

Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound

Imagem do Lorde Zetta em Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound
Os dois jogos de Prinny Presents NIS Classics 2 possuem gráficos belíssimos

Se você está familiarizado ou é fã de Disgaea, então Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound pode ser seu próximo jogo favorito. O combate aqui é feito por turnos, mas de forma estratégica. O jogador pode mover seu personagem pelo mapa em um círculo que limita seu raio de ação, mas há como dar uma “roubadinha” nisso.

Aqui, nós acompanhamos a aventura do Senhor Zetta, um dos lordes do submundo. Mas, como é afirmado durante a jornada, ele é levemente desprovido de inteligência. Isso faz com que ele perca seu corpo físico e acabe ficando preso no grande livro do destino. Assim começa sua jornada em busca do corpo perfeito.

Uma das coisas que eu mais curti foi o fato de nada ser levado a sério. Piadas são uma constante, e a dublagem em inglês é fenomenal, casando bem com o tom passado nas cenas. Infelizmente não há como jogar em português, mas com algum esforço é possível pegar até as mais sutis piadocas. 

Durante as lutas, podemos usar diversas unidades. Todas elas são criadas pelo jogador a partir de itens obtidos em conflitos. Literalmente qualquer coisa pode se tornar um personagem, incluindo armas, pedras, “matinhos”, árvores e tudo o mais que você puder carregar. Contudo, para pegar esses itens durante as lutas, é necessário ter espaço vago no inventário dos lutadores. Ou seja, abrir mão de uma armadura para poder pegar itens por aí. O número de espaços varia entre as classes, então pode ser uma boa ter uma unidade focada na caça aos itens. 

Imagem do combate de Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound presente em Prinny Presents NIS Classics 2
Exagero é uma das marcas mais comuns de Makai Kingdom: Reclaimed and Rebound

Os itens equipados fazem a diferença no visual do seu bonequinho. Equipe uma espada e lá estará ela, muitas vezes com o dobro do tamanho dele. E com o desenrolar da aventura, novas unidades podem ser criadas, então não tenha pressa, pois aquela unidade que usa armas de fogo poderá entrar no seu time. 

Como dito acima, é possível dar uma “roubadinha” no raio de ação do primeiro turno. Quando o Senhor Zetta invoca suas unidades, ele o pode fazer dentro de um círculo, mas com o tempo é possível invocar prédio da sua base, como o hospital, a tenda de comércio, e muitos outros, para o campo de batalha. Então, basta chamar um prédio, fazer seu personagem descer perto dele, entrar ali, e depois ser colocado de volta na luta um pouco mais distante. Isso facilita bastante nos primeiros turnos das batalhas.

Por fim, seguindo a onda do Disgaea, se tem uma coisa que você fará é repetir cenários. Apesar de nunca ser o mesmo, todos são gerados proceduralmente, isso é necessário para subir de nível. Senhor Zetta começa a jornada no nível 2000, enquanto suas unidades estão todas no nível 1. E mais: para subir de nível é necessário matar a unidade adversária. Causar dano não é o suficiente. Outra forma é concluindo um cenário, e pontos são atribuídos, ou seja, se quiser fazer 100% do jogo, serão horas e mais horas passando por uma enorme quantidade de cavernas. 

ZHP: Unlosing Ranger vs. Darkdeath Evilman

Imagem do Ranger morrendo em ZHP: Unlosing Ranger vs. Darkdeath Evilman
E assim, do nada, o grande Ranger morreu.

O grande vilão final está atacando o mundo. O Super Bebê Mágico está segurando a onda. Todos estão esperando o herói invencível, o Unlosing Ranger! Nosso magnífico herói corre para enfrentar Darkdeath Evilman, mas algo que ninguém jamais esperaria aconteceu: um carro atropela e mata nosso herói imortal. Porém, nos seus últimos suspiros, ele passa seu cinto para um transeunte, que assume a alcunha de Unlosing Ranger. 

Nosso recém promovido personagem principal parte para a luta, mas toma uma surra, indo parar em outro mundo. Pode parecer meio louco, mas isso resume um pouco do que é ZHP: Unlosing Ranger vs. Darkdeath Evilman. No outro mundo, nós conhecemos Etranger, que servirá como nossa treinadora, junto do fantasma de Pirohiko Ichimonji, o Ranger anterior.

Juntos então aprendemos que esse outro mundo se chama na verdade Terra Bizarra, e é um mundo espelhado da Terra normal. Então, para ganhar mais níveis e assim poder encarar o chefão final, precisamos realizar uma série de missões e salvar muitas pessoas, para adquirir poder. Preciso exaltar também a dublagem em inglês, que ficou igualmente excelente. Tal qual o jogo citado acima, não temos legendas em português, mas não é nada que atrapalhe tanto a jornada.

Aqui o nosso herói anda em um mapa de grade, similar aos tabuleiros de xadrez, e pode fazer uma ação por turno, seja andar, atacar ou consumir um item. Se você já jogou algum título da franquia Pokémon Mystery Dungeon, saiba que esse é bastante similar. Mas, aqui, há um pequeno charme. 

A base do herói em ZHP: Unlosing Ranger vs. Darkdeath Evilman
A base do herói vai de desenvolvendo com o tempo

Nosso personagem tem duas barrinhas: uma com os pontos de vida e outra com os pontos de ação. O de vida determina o quanto aguentamos vivos, e o de ação determina o que podemos fazer nos mapas. Ao caminhar, ganhamos pequenas quantidades de pontos de vida, mas gastamos pontos de ação. Eles são recuperados usando itens, como carnes, por exemplo. 

Antes de chegar em cada chefão, somos obrigados a passar por diversos níveis, aí então podemos enfrentar o grande vilão e ajudar alguém naquele mundo. Para isso, podemos pegar muitas coisas do chão: há muitas armas, pedaços de carne, medicamentos, armaduras e outras coisas.

Cada armadura adicionada muda o visual do nosso herói, e é possível equipar também duas armas ao mesmo tempo. Contudo, elas gastam e perdem durabilidade, e isso nos obriga a visitar o ferreiro de tempos em tempos para recuperar a qualidade dos itens.

Mas não pense que é só chegar, “passar o trator em geral” e vencer. Todas as mortes fazem com que você perca absolutamente todos os seus itens e níveis, então, pensar estrategicamente é extremamente importante. É possível guardar itens na casa do personagem, e os únicos atributos que ficam com nosso personagem é ao utilizarmos modificadores de corpo. Eles adicionam pontos de atributos ao utilizar itens como armas e armaduras. Ou seja, será necessário passar pelas cavernas várias e várias vezes, enquanto se avança na sua jornada para se tornar um verdadeiro herói.

Dois grandes jogos e um só pacote

Prinny Presents NIS Classics 2 traz dois baita jogos do PlayStation 2 em um pacote que faz juz ao seu preço. Ambos são extremamente divertidos e tem o potencial de te prender por dezenas de horas, ainda mais se quiser completar os 100% de cada um deles. Os dois jogos não se levam a sério e isso faz deles uma ótima pedida. A falta da legenda em português pode atrapalhar um pouco, mas não é nada que impeça a diversão. É possível sentir uma sensível melhora se compararmos esse pacote com o anterior, que tem análise aqui no Jogando Casualmente, e, particularmente, já estou na espera da terceira edição do Prinny Presents. 

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Prinny Presents NIS Classics 2

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Extremamente divertido
  • Dois jogos variados e únicos
  • Gráficos retro ainda muito bonitos

Contras

  • A movimentação em ZHP pode ser um pouco confusa no começo