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Review Crystar (Switch) – Uma aventura pelo purgatório

Muitos jogos de RPG japonês foram lançados primeiramente para o PlayStation 4, e estão recebendo versões para o pequeno notável da Nintendo, o Switch. Crystar se encaixa exatamente nessa categoria. Mesmo que aqui tudo se resolva na base do chororô, o mesmo não se aplica a qualidade do port, que ficou muito boa.

Desenvolvimento:  FuRyu

Distribuição:  NIS America

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG, Ação

Classificação: 10 anos

Português: Não

Plataformas: PS4, PS5, PC, Switch

Duração: 25 horas (campanha)/35 horas (100%)

Chora aqui, chora ali, e chora mais um pouco pra lá

A protagonista de Crystar chorando
Chorar é parte fundamental de Crystar

Em Crystar tudo acaba em choro, seja de alegria ou de tristeza. E o choro é também uma das principais ferramentas do jogo. A história nos apresenta duas irmãs, Rei e Mirai Hatada, que acabam indo parar no purgatório. A dupla precisa seguir o caminho e descobrir o que está acontecendo com elas. Porém, elas acabam encontrando um demônio que assusta Rei, e ela acaba matando sua irmã. Duas entidades aparecem e oferecem um contrato para nossa chorosa heroína, que promete reviver a falecida irmã, e é prontamente aceito.

Os temas em Crystar não são nada fáceis de se lidar. Com o desenrolar da jornada, vamos conhecendo novos personagens e seus dramas. Temas como pais separados, brigas, suicídio e todo tipo de assunto é colocado no meio. Caso você não esteja passando por um momento muito bacana da sua vida, fica aí o alerta para alguns gatilhos que o game possui.

E falando em choro, ele é usado para criar o item primordial do jogo: a Idea. Elas são umas pedras especiais que, de acordo com as protetoras do purgatório, serão usadas para trazer a irmã mais nova de volta. Além disso, ao derrotar inimigos um pouco mais poderosos e chefões, recebemos alguns itens que precisam ser purificados na base do choro.

Um combate fluido

Imagem de Crystar
Crystar é magnífico e o combate é extremamente fluído.

Felizmente, Crystar usa um sistema de combate bastante ágil. É o puro suco do JRPG de ação, e de uma boa qualidade. Contudo, em alguns inimigos, nossos golpes não acertam direito se não estivermos com uma posição específica, e isso pode acabar atrapalhando o desenvolvimento da luta, tornando algumas partes meio maçantes. Com o passar dos níveis acabamos adquirindo novas habilidades, o que deixa tudo mais divertido e diversificado. 

Outra coisa bacana é ir juntando companheiros com o passar dos capítulos. Cada uma delas tem sua própria personalidade, história e estilo de combate diferenciado. Isso traz um certo frescor, já que não precisamos usar sempre a mesma menina, e a troca pode ser feita a qualquer momento, sem nenhum tipo de drama.

Falando no choro novamente, é possível acumular golpes, tanto os dados quanto os recebidos, em um medidor com o formato de uma grande lágrima. Ao alcançar o máximo, podemos ativar esse poder e dar mais danos com os golpes e habilidades, e ativar um grande golpe destruidor que tem uma ceninha e causa um grande estrago. O mais divertido é que cada personagem tem seu próprio medidor, ou seja, é possível abusar desse sistema. 

Um port de respeito

Imagem da protagonista de Crystar
Essa versão de Crystar para o Switch ficou muito boa.

Confesso que estava meio receoso quanto a qualidade desse port para o Nintendo Switch. Outros jogos, como Ys IX: Monstrum Nox, dão uma pequena engasgada de tempos em tempos, seja com quedas de quadros ou algo do tipo, contudo, o mesmo não acontece em Crystar. 

O combate é fluido e de qualidade, não há quedas de quadros e os cenários são absolutamente magníficos. Há uma pouca quantidade de variedade de inimigos, mas isso não tem nenhuma ligação com o fato de o jogo ser um port

Outra coisa que me chamou bastante atenção foi a sua trilha sonora. O trabalho do compositor Sakuzyo é de extrema qualidade e todas as canções usadas combinam com as partes tocadas, até mesmo as cenas mais dramáticas. A dublagem em inglês de Crystar também ficou excelente. Por outro lado, há a falta de legendas em português, ainda assim, nada que prejudique a experiência. 

No purgatório

Crystar, no geral, é bastante divertido. Com cenários que remetem ao Japão, e com um combate fluido e atrativo, o jogo te incentiva a explorar cada pedacinho do mapa em busca de itens que possam ajudar a jornada. E se você curtir trocar a roupa das personagens, há uma gama muito grande de opções, desde roupas escolares à biquínis, então vai de você. A trilha sonora é poderosa e a dublagem é excelente. Há de se ter cuidado com os temas trabalhados em Crystar, já que, ainda mais hoje em dia, pode haver algo que dê algum gatilho. Fora essa pequena ressalva, recomendo fortemente esse baita port para o Nintendo Switch.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Crystar

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • Excelente combate
  • Diversidade de personagens
  • Bom sistema de itens
  • Ótima trilha sonora

Contras

  • Tema um pouco pesado demais