Days gone capa

Review Days Gone (PC) – Sobrevida nos computadores

Em 2019 nos era apresentado Days Gone, jogo de mundo aberto pós-apocalíptico com temática de zumbis. Já na época do anúncio do jogo, na E3 de 2016, o game foi apresentado e rapidamente chamou atenção pelas hordas de zumbis que corriam para pegar o personagem Deacon St. John – um motoqueiro atrás da sua esposa desaparecida.

Desenvolvimento: Bend Studio
Distribuição: Playstation Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Sobrevivência
Classificação: 16 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PS4, PC
Duração38 horas (campanha)/62 horas (100%)

Lugar certo, hora errada

Da mesma forma que o jogo chamou atenção, ele também foi recebido com ceticismo por parte dos jogadores que desconfiavam que haveria um downgrade para rodar no PS4. O jogo estava bem bonito e ainda tinha aquelas hordas imensas de freaks – que aqui ganharam a tradução de frenéticos. Não o bastante, Days Gone veio em uma época que a temática já estava saturada e o que o público do Playstation queria de fato era The Last Of Us 2, que só foi lançado no ano seguinte.

Deu para perceber que as coisas não estavam muito propícias para essa tentativa de nova franquia e assim o título da Bend Studios, que havia feito o Uncharted do finado PSvita e a aclamada série Syphon Filter, estava no lugar errado na hora errada. Qualquer nova informação era motivo de crítica como as Lagartixas que eram zumbis crianças e você tinha que matá-las como qualquer outro zumbi, ou melhor dizendo, Frenéticos. Tudo era motivo de entortar o nariz para esse primo pobre do The Last Of Us – como ele ficou visto mesmo que na prática os jogos fossem muito diferentes.

Em 26 de abril de 2019 eis que as aventuras pós-apocalípticas do motoqueiro Deacon é lançada e foi um desastre de tantos bugs, o jogo que todo mundo amava odiar mesmo sem ter lançado, a partir do seu lançamento os fãs do lado Azul tinham motivos para falar mal do produto que receberam. E assim Days Gone entrou em um limbo de esquecimento após novos lançamentos surgirem.

Jogabilidade quase perfeita

Como funciona Days Gone? Você consegue carregar até 3 diferentes armas de fogo, fazer molotovs, granadas de mão, granadas de aproximação, pregar bombas nas paredes, usar sua faca e fabricar porretes para bater à vontade nos Frenéticos. Percebe-se que tem várias formas de derrotar seus inimigos infectados e não somente eles: você vai encontrar vários humanos querendo te matar armados com armas de fogo e brancas além de algumas emboscadas que o farão cair da moto, literalmente.

E não tem nada mais prazeroso do que andar com sua moto pelo mapa, derrapando nas curvas, usando nitro e até atropelando inimigos – mas cuidado que ela sofre dano quando o faz, principalmente se for no começo do jogo onde você tem poucas melhorias nela. Aliás, algo que eu particularmente fiquei incomodado foi o fato de no começo ela beber muita gasolina me fazendo ficar preocupado demais com o combustível e tendo que encher com exagerada regularidade.

É estranho pensar que a produtora do game pensou em tantas possibilidade para deixar o gameplay fluído e não atribuiu a opção de cobertura, algo que faria muito sentido nos tiroteios com inimigos não infectados e também fico a pensar como seria se Deacon pudesse pular, mesmo que fosse um pulo tímido.

Tá, mas e a versão do PC?

Eis que em 18 de maio de 2021 Days Gone ganhava um port para Pc, o segundo da Playstation Studios que havia começado com Horizon Zero Down. E, diferente do lançamento do console, no Pc o jogo surpreendeu por ser muito bem otimizado. Eu mesmo jogo em um notebook com i5 de 7ª geração com uma placa Gtx 1050 e o jogo está espetacular com pouquíssimos bugs, gráficos melhorados, FPS desbloqueados e – se você tiver um SSD – loadings quase instantâneos. Particularmente, os 60 FPS são indispensáveis num jogo como esse.

A própria Bend Studio ficou encarregada de portar o game e fez um trabalho primoroso. Há um abismo de experiência no gameplay quando se está jogando com bugs e com fps travados a 30 e um port decente com texturas melhores e taxa de fps desbloqueadas. O game não ganhou tecnologia Ray Tracing, mas sinceramente nem precisava. Obviamente o jogo continua o mesmo em gameplay e sua arrastada campanha principal, esta última sendo o ponto baixo do jogo.

Não podemos esquecer que o público do PC é agraciado com os mods que não foram poucos: desde os divertidos visuais que vão de colocar o Deacon de camiseta cropped e shorts curtos até mudar o rosto para o Norman Reedus e se sentir dentro de um spin-off de The Walking Dead. Também tem os que ajudam na gameplay, como nitro da moto mais duradouro, mais fôlego para o personagem, entre outras melhorias não oficiais que são bem vindas e trazem um novo frescor para esse game que foi tão criticado.

Merece uma segunda chance

Days Gone ao menos recebeu sua versão definitiva para os computadores, na mesma época que recebemos a notícia que uma continuação havia sido descartada e há um suposto filme em negociação. Será mesmo que a franquia está morta e enterrada? Só o tempo dirá. De qualquer forma, o mundo que a Bend Studios criou tem potencial de sobra para uma segunda chance, muito por seu gameplay ter sido uma das coisas mais prazerosas e viciantes que experimentei nos últimos anos. Ah, escrevo esta análise escutando o Sountrack desse game que guardo com carinho na minha conta da Steam.

Cópia de PC adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming Hong

Days Gone

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Visuais aprimorados
  • Bem otimizado
  • Gameplay

Contras

  • Trama arrastada