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Review Dead Rising Deluxe Remaster (Xbox Series X) – O retorno de um clássico

Lançado originalmente em 2006, Dead Rising rapidamente se consagrou como um clássico, sendo muito bem recebido tanto pela crítica quanto pelos jogadores. O sucesso resultou em mais três títulos para a franquia nos anos seguintes, com milhões de cópias vendidas. Em 2016, os fãs receberam versões remasterizadas dos três primeiros jogos, funcionando basicamente como ports para a oitava geração de consoles. Agora, em 2024, o título que iniciou a série está ganhando o que a Capcom chamou de Dead Rising Deluxe Remaster, desenvolvido para a atual geração.

Desenvolvimento: Capcom
Distribuição: Capcom
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 18 anos
Português: Interface, dublagem e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 10 horas (campanha)/18 horas (100%)

Um furo jornalístico

Ajudando o sobrevivente Brad em uma missão.
Ajudando o sobrevivente Brad em uma missão.

Após descobrir que a cidade de Willamette, no estado do Colorado, foi colocada em quarentena pelo exército, o jornalista independente Frank West, percebendo a oportunidade de um grande furo jornalístico que poderia lhe garantir o Prêmio Pulitzer, consegue se infiltrar no único shopping da cidade com a ajuda de um helicóptero. Rapidamente, Frank descobre o motivo da quarentena: não apenas o shopping, mas toda a cidade foi tomada por zumbis.

A partir desse momento, os jogadores acompanharão o protagonista em uma jornada sangrenta para descobrir o que causou esse terrível incidente. Aliando-se a outros personagens que também lutam para sobreviver, West deverá reunir a maior quantidade possível de informações e se preparar para escapar de Willamette em 72 horas.

Sobrevivendo por 72 horas

Escoltando um sobrevivente para um local seguro.
Escoltando um sobrevivente para um local seguro.

Antes de saltar do helicóptero em direção ao telhado do shopping, Frank combina com o piloto que ele deve buscá-lo no mesmo local após 72 horas. Com base nesse acordo, toda a campanha de Dead Rising gira em torno desse limite de tempo. Caso o protagonista não chegue ao ponto de encontro no prazo combinado, ele será deixado para trás.

Administrar essas 72 horas pode ser uma tarefa bastante desafiadora. Cada missão, seja principal ou secundária, possui uma janela de tempo específica para ser completada. Se o jogador não concluir uma missão a tempo, ela só poderá ser acessada em uma nova jogatina. Isso exige que os jogadores escolham quais tarefas devem ser priorizadas com cuidado. Além disso, o tempo de deslocamento pelo shopping também precisa ser considerado, pois optar por realizar uma missão pode significar falhar em outra.

Além da trama principal, que envolve descobrir a causa do surto zumbi, West deve resgatar o maior número possível de sobreviventes e escoltá-los pelo shopping até a sala segura, um ponto de encontro que abriga vários personagens importantes. Quando o prazo limite chegar, todos os sobreviventes serão salvos – mas isso depende do final que o jogador alcançar. Dead Rising possui múltiplos desfechos, definidos pelas escolhas feitas ao longo da campanha.

Níveis, habilidades e inventário

Interface com informações sobre o nível do Frank.
Interface com informações sobre o nível do Frank.

Como um bom jornalista, Frank está sempre com sua confiável câmera em mãos, registrando tudo o que pode das coisas terríveis que estão acontecendo em Willamette. No entanto, a câmera tem um papel crucial em Dead Rising, já que é por meio das fotos que os jogadores acumulam pontos de experiência (chamados PP, ou Pontos de Prestígio), essenciais para subir de nível. Fotos mais impactantes garantem mais pontos, e, ao subir de nível, Frank adquire novas habilidades para enfrentar as hordas de zumbis que infestam o shopping. Além de desbloquear novos ataques, o jogador também aumenta a barra de vida do protagonista e ganha mais espaços no inventário.

Nas primeiras horas de jogo, West pode carregar pouquíssimos itens, então, o jogador precisa escolher com cuidado quais armas levar, além de selecionar os itens de cura, que, em sua maioria, são alimentos encontrados nas lojas do shopping. Vale lembrar que armas brancas têm uma barra de durabilidade e armas de fogo possuem munição limitada. Quando a durabilidade ou a munição acaba, a arma é descartada. Essa mecânica força o jogador a estar sempre em busca de novas formas de enfrentar os zumbis, adicionando uma sensação de urgência, especialmente se o gerenciamento do inventário não for feito corretamente.

Combate sangrento e psicopatas

Um dos vários psicopatas do jogo.
Um dos vários psicopatas do jogo.

Como era de se esperar, Dead Rising Deluxe Remaster possui um combate extremamente violento, com cabeças de zumbis explodindo, membros decepados e muita sanguinolência. Combinado aos gráficos da nova geração e a um novo motor gráfico, a Capcom conseguiu entregar aos jogadores uma experiência verdadeiramente impactante no quesito brutalidade. Porém, a jogabilidade se manteve bastante fiel à obra original, o que acaba deixando a desejar em alguns momentos, já que, sendo um jogo originalmente lançado em 2006, diversas mecânicas modernas não foram implementadas nesta nova versão.

O que mais me incomodou durante as jogatinas foi a falta de uma trava de mira, o que torna o combate contra zumbis e, especialmente, inimigos humanos uma verdadeira dor de cabeça. É frustrante errar vários golpes em um inimigo específico por não ser possível direcionar os ataques de maneira mais precisa. Contudo, nem tudo deixou a desejar. Diferentemente da versão original, agora é possível mirar com armas de fogo enquanto andamos.

Falando em inimigos humanos, é impossível não mencionar os psicopatas, uma marca registrada da franquia. Durante a campanha, enquanto exploramos o shopping de Willamette, ocasionalmente nos deparamos com outros humanos que perderam completamente a sanidade e farão de tudo para matar qualquer um que cruze seu caminho. Cada encontro com um desses psicopatas funciona como uma batalha de chefe, e a maioria dessas lutas são memoráveis e divertidas. Um exemplo é a batalha contra um palhaço assassino que faz malabarismo com motosserras, um dos momentos mais icônicos do jogo.

Mais do que um simples remaster

Embora a Capcom tenha promovido Dead Rising Deluxe Remaster como uma remasterização, eu não discordaria de quem que o classificasse como um remake, dada a quantidade de novidades em comparação com a versão de 2006. Além de utilizar um novo motor gráfico, a RE Engine (o mesmo usado nos últimos títulos da franquia Resident Evil), a versão de 2024 traz até dublagem em português brasileiro, algo que não existia anteriormente. Além disso, há gráficos aprimorados, controles atualizados, novas cutscenes durante a campanha, melhorias na IA dos sobreviventes, entre outras adições.

Portanto, quando falamos de remasterizações, podemos afirmar com tranquilidade que a Capcom entregou um dos melhores remasters já feitos aos jogadores. Embora o combate ainda deixe um pouco a desejar por se manter fiel ao original (e que hoje pode ser considerado datado), Dead Rising Deluxe Remaster é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogos de 2024.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Revisão: Júlio Pinheiro

Dead Rising Deluxe Remaster

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Gráficos aprimorados
  • Mecânica das 72 horas
  • Lutas contra os psicopatas
  • Dublagem em português brasileiro
  • Múltiplos finais

Contras

  • Ausência de trava de mira
  • O combate permanece um pouco datado