O lançamento de Digimon Story: Time Stranger marca a chegada de um excelente título para a franquia. Com melhorias significativas em relação às versões anteriores, a série Digimon tem conquistado mais espaço e investimento no mercado de jogos. Desse modo, o novo lançamento é a versão mais recomendada para quem deseja se aventurar no mundo dos monstros digitais.
Desenvolvimento: Media.Vision Inc
Distribuição: Bandai Namco Entertainment America Inc
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos (Violência)
Português: Legendas e interface
Plataforma: Xbox Series X|S, PC, PS5
Duração: 41 horas (campanha)
Nostálgico e empolgante

Em Digimon Story: Time Stranger, o jogador assume o controle de um agente da ADAMAS. A missão é investigar anomalias pelo mundo, que geralmente se manifestam como Digimon ou formas de energia desconhecidas, conforme o jogo menciona. Após proteger uma jovem de uma gigantesca anomalia que ameaça destruir o mundo, o agente é enviado oito anos de volta no tempo. O objetivo, então, é impedir que os eventos do “Inferno de Shinjuku” resultem no fim do mundo.
Depois de salvar a garota e sua amiga, a streamer excêntrica Hiroko, o pai das duas pede ao agente para morar com eles. Não por pura benevolência, mas com o intuito de obter mais informações sobre os Digimon. A casa de Inori se torna, portanto, a base de operações, enquanto o agente explora Shinjuku e tenta desvendar como os acontecimentos de oito anos atrás culminaram na catástrofe.

A mecânica e os sistemas de Digimon Story: Time Stranger são uma evolução dos jogos anteriores da série. É possível obter Digimon ao lutar contra eles e digitalizar seus dados com o Digivice. Ao atingir 100% dos dados, o jogador pode convertê-los em um Digimon para integrar a equipe. Se a conversão for realizada com 200% de dados, o potencial do Digimon é maximizado, aumentando seu nível máximo e suas estatísticas básicas. É, portanto, vantajoso aguardar os 200%, especialmente se o plano for evoluir o Digimon para uma forma mais poderosa.
Cada Digimon coletado possui uma linha de digievolução que o torna mais forte. As estatísticas e o nível inicial mudam, assim como o nível máximo, que é influenciado pelo nível de talento do Digimon, que, por sua vez, é aumentado ao utilizá-lo em combate ou ao mantê-lo no grupo principal.

Este sistema incentiva a rotação contínua do grupo principal, para que todos os Digimon se beneficiem da experiência. O nível máximo que um Digimon pode alcançar também é impactado pelo nível de talento. Conseguir a digievolução máxima de um Digimon exige foco nas habilidades de agente.
Cada um com sua personalidade

Certos tipos de Digimon possuem pontos fortes e fracos específicos, além de habilidades e estatísticas próprias. No entanto, é possível equipá-los com habilidades adicionais e itens que aumentam seus atributos para personalizar o arsenal à sua maneira. O sistema de “Pedra, Papel e Tesoura”, baseado no tipo de cada Digimon, é fundamental para o combate. Os Digimon do tipo Vacina causam dano extra aos do tipo Vírus, que, por sua vez, são eficazes contra os do tipo Dado, que vencem os do tipo Vacina. Quando um Digimon atinge objetivos específicos, ele pode digievoluir para uma forma mais poderosa. Caso o objetivo seja um Digimon específico, é possível “dedigievoluir” para tentar uma fase de evolução diferente.
Inúmeras permutações estão disponíveis, dependendo das estatísticas de um Digimon, sua personalidade base e a classificação do agente. À medida que se avança no jogo, o agente acumula pontos de anomalia, que podem ser usados em extensas árvores de habilidades. Essas habilidades permitem desbloquear um novo “super movimento” em combate ou aumentar as estatísticas das diferentes personalidades dos Digimon. Com tantas abordagens distintas para o desenvolvimento dos Digimon, é possível passar horas experimentando o sistema para obter aliados poderosos.

Para fortalecer ainda mais os Digimon, o Teatro do Limiar, acessível a qualquer momento, oferece acesso a Masmorras Externas para ganhar experiência e recompensas. É também possível alocar Digimon não utilizados em uma fazenda para que passem por treinamentos, fortalecendo-os ainda mais ou alterando traços de personalidade, o que, consequentemente, afeta suas estatísticas. Este é um recurso interessante, embora possa ser mais ou menos supérfluo, dependendo do nível de dificuldade escolhido.
Além de avançar no enredo principal, o jogador pode participar de várias missões secundárias. Essas missões, que variam entre busca e batalha, oferecem recompensas bastante decentes, servindo como incentivo para sua conclusão. Novamente, é possível dedicar horas a completar tudo o que o título oferece, especialmente com seus diversos recursos de jogabilidade. Contudo, devido à grande quantidade de conteúdo, uma forma de viajar facilmente entre os reinos, sem ter de voltar por um caminho já trilhado, seria um recurso bem-vindo.
Pequenos detalhes que não tiram seu brilho

Visualmente, Digimon Story: Time Stranger não tem uma aparência ruim, embora sofra com alguns problemas de orçamento. Esse problema é particularmente evidente na limitação das animações dos diversos Digimon que o jogador encontra ao longo da jornada. Apesar de não ser um incômodo significativo, é um detalhe que não passa despercebido e pode ser considerado um defeito menor.
A arte e a apresentação visual do jogo são, sem dúvida, atraentes. Contudo, a fonte da legenda dos diálogos pode ser difícil de ler em alguns momentos, dependendo da cor e da iluminação do plano de fundo. O menu, inicialmente, é confuso e pode desorientar muitos jogadores. Em relação ao som, a dublagem em inglês é adequada para sustentar a narrativa, e a trilha sonora reforça de forma eficaz os momentos e batalhas cruciais. A instrumentação e a mensagem lírica por trás da música tema, em particular, são muito apreciadas. O roteiro é funcional e a localização é excelente.
Escolha seu Digimon e inicie sua aventura
Digimon Story: Time Stranger tem muito a oferecer como um RPG de domesticação de monstros. Em seu cerne, há uma história tocante, mesmo com certa dissonância em relação ao público-alvo, e as mecânicas do jogo são refinadas e bastante divertidas. É possível passar horas jogando e explorando a personalização, e a campanha principal é particularmente envolvente. O cuidado com a narrativa e a relação com os personagens é notável. Em se tratando de uma experiência interativa de Digimon, esse sentimento de conexão comprova o quanto Digimon Story: Time Stranger pode, de fato, entregar.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro




