A franquia Souls, com seus inúmeros jogos, criou, praticamente, um novo subgênero dentro dos jogos de RPG. Dolmen nasceu da mesma fórmula, mas claro que com um toque especial: o brasileiro. O estúdio Massive Work Studio foi o responsável por trazer essa obra, e já adianto que ele funciona tanto para fãs do gênero quanto para novatos.
Desenvolvimento: Massive Work Studio
Distribuição: Prime Matter
Jogadores: 1 (local) e 2-4 (online)
Gênero: RPG, Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Dublagem e legendas
Plataformas: PS4, PS5, PC, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 100% (20 horas)
A busca pelos Dolmen
A história se passa em Revion Prime, local de uma mina onde um cristal extremamente poderoso está sendo coletado: o Dolmen. A pedra aparenta ter o poder de integrar diferentes realidades. Tudo ia bem, até que diversas criaturas surgem dentro da mina e dizimam quase todos os que ali trabalhavam. Para conter a matança e aprender como impedir esses acontecimentos, um soldado é enviado para liquidar com as criaturas e coletar amostras de Dolmen.
É preciso salientar que o enredo não é exatamente o grande foco de Dolmen, e muito da história pode ser ignorada. Muitas informações estão espalhadas em computadores encontrados em diversas câmeras, além de alguns sobreviventes que podem ser achados perdidos em situação de perigo. Porém, é só seguir em frente e liquidar com tudo o que se move, já que quase tudo aqui quer te matar.
Espadas, metralhadoras e escudos
Uma das coisas que me fizeram gostar bastante de Dolmen foi a quantidade diferente de armas disponíveis. Dá para montar diferentes combinações que facilitam a jornada, além de nos obrigar a saber quais elementos utilizar e quando. Podemos causar danos elementais, como gelo, fogo e veneno. Isso precisa ser verificado também nas armaduras, já que quase tudo aqui quer te matar.
Dolmen pode, e deve, ser jogado de duas maneiras: utilizando armas de fogo e armas de corte. As armas de fogo podem ser pistolas, metralhadoras e outros modelos, cada uma com seu elemental próprio, o que causa efeitos diversos nos adversários. Mas o grande destaque mesmo fica nas armas de corte.
Usar um machado de uma mão é bacana, já que batemos mais rápido, mas usar uma espada de duas mãos e dar aquele golpe em cheio, mesmo sendo o leve, dá uma sensação de poder indescritível. A primeira pancada na cabeça do inimigo foi extremamente prazerosa. Quando mudei da pistola para a metralhadora, e tirava quase o triplo de dano, foi uma sensação sem igual também.
Essas armas podem ser construídas na nave do nosso soldado, onde podemos ir de acordo com pontos encontrados no mapa. Fica a ressalva de que todos os monstros retornam ao fazer essa viagem. Para fazer a construção basta saber a receita, e então usar os itens pedidos, colocar ou não itens de bônus e pronto, a nova arma ou armadura está feita.
Para obter novas armas é muito simples: mate os “chefões” do jogo. Eles sempre derrubam uma fórmula que pode ser usada. A parte boa é que podemos revivê-los e destruí-los quantas vezes quisermos. Isso ajuda a pegar os itens usados na construção e ganhar nanitas.
Em Dolmen é possível jogar multiplayer, mas somente nas batalhas contra os “chefões”. Para isso, é necessário gastar três cristais de Dolmen e, assim, ter amigos juntos para aquela luta. Porém, ao seu término, eles são chutados do servidor, voltando cada um para seu mundo. Além disso, a morte da criatura só conta para quem criou a partida.
Subindo de nível
Subir de nível em Dolmen é fácil: mate monstros, junte nanitas e invista-os na sua nave. Elevar o nível significa aumentar os pontos de atributos. Tal qual a grande maioria, temos diversos elementos clássicos dos RPGs, como a Constituição, Resistência, Energia, Força, Perícia e Ciência.
Cada um dos atributos afeta diretamente quais pontos são elevados e também qual o tipo de armadura que poderá ser usada: Humana, Revian ou Driller. Essa categoria é usada para mostrar quais são as melhorias atingidas ao usar determinada quantidade de uma delas. O primeiro nível do humano, por exemplo, ganha mais energia a cada golpe dado, entre muitos outros.
Se porventura os jogos do tipo Souls não forem muito a sua praia, compensa muito ficar na mesma seção com inimigos relativamente fáceis e destruí-los para obter as nanitas. Contudo, caso acumule muito e morra, todo o seu progresso será perdido, e será necessário recuperar da “alma” que fica para trás. Isso faz com que a Linha do Tempo volte pro lugar certo.
Então é guerra!
Para os familiarizados com o subgênero Souls, Dolmen não deverá ser muito complicado, mas, caso seja seu primeiro jogo, será um pouquinho mais complicado. O game permite com que causemos danos com armas de corte e de fogo. Ao usar espadas e similares, temos acessos aos golpes rápidos e concentrados, que têm velocidades diferentes e também danos diferenciados. O mesmo vale para as armas, que têm disparos simples e carregados.
Uma vantagem das armas de fogo sobre as de corte é não utilizar nenhum ponto de stamina, ou seja, enquanto houver energia podemos disparar à vontade. Isso facilita e muito ao ver aquele inimigo lá longe, então é só mirar e destruir o infeliz, contudo, nem sempre isso é possível. A energia pode ser usada não só para atirar com a arma, mas também para recarregar os pontos de vida. Com um aperto de botão, a barra enche quase que instantaneamente.
Como todo jogo Souls, Dolmen também nos convida a aprender os padrões dos inimigos. Em determinados momentos do combate, uma marca avermelhada aparece sobre a cabeça do inimigo, e caso nosso personagem esteja no raio de ação, isso é caracterizado como golpe indefensável. Mas basta estar a certa distância ou protegido por alguma coisa que tudo ficará bem. Uma vez que entendemos como determinada criatura funciona, seguimos para a próxima e assim por diante.
Uma obra brasileira
Dolmen está longe de ser perfeito. Tive alguns problemas com o sons em vários momentos, e tudo só voltava ao normal depois de mudar de mapa ou algo assim. O gráfico também está longe de ser o mais bonito do mundo, mas, para o que ele se propõe, é muito bom. A jogabilidade compensa ao ser extremamente divertida e fluída, ainda mais por ter diversas formas de jogar. Como uma obra de um estúdio brasileiro, fiquei bastante satisfeito com o resultado, o que só nos mostra que, além de consumidores, temos potencial para ser também produtores de ótimos jogos.
Cópia de Xbox Series X cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong