Dordogne é um jogo de aventura e narrativa situado em Dordonha, um departamento rural localizado na França conhecido pelas suas belas paisagens compostas por vilas, grutas e castelos. Iremos conhecer a nebulosa história de Mimi, que viaja até a pacata região francesa em busca de respostas na casa de sua falecida avó.
Desenvolvimento: Un Je Ne Sais Quoi, Umanimation
Distribuição: Focus Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5, Switch
Entendendo o presente através do passado
O ano é 2002, e Mimi, nossa protagonista, perde sua avó, Nora. Buscando saber um pouco mais do seu conturbado e esquecido passado familiar, ela vai até a casa da vovó em Dordonha, determinada a encontrar uma caixa de lembranças. Após algumas trocas de mensagens com seu pai, entendemos mais sobre a trama de Dordogne: não só Mimi deseja compreender mais do passado, mas também entender os motivos que levaram seu pai a cortar os laços com Nora.
A partir dessa premissa, o game nos leva à exploração da casa de Nora através da interação com objetos. Quando encontramos um objeto chave, nossa protagonista tem um flashback de suas férias de verão com a avó quando criança, nos permitindo explorar seu passado em busca de desvendar o mistério de sua conturbada família. Apesar da interessante premissa e mecânica de gameplay, sinto que faltou um pouco mais de tempo para desenvolver esse mistério, sendo apenas 8 capítulos que acabam sendo insuficientes para cobrir todas as pontas soltas da trama.
Monte seu diário
A gameplay de Dordogne, como na grande maioria dos jogos de aventura, é bem simples. Passamos boa parte do tempo interagindo com objetos e lendo diálogos e cartas. Estes objetos podem ser inspecionados e manipulados, a depender do que nos é exigido no momento, funcionando como pequenos puzzles. As cartas desempenham um papel importante, visto que elas narram situações essenciais da história, e uma eventual não leitura pode atrapalhar na compreensão do mistério.
Durante nossa jornada, também encontramos colecionáveis, que não são de grande relevância para a história, mas que possuem uma mecânica divertida. Mimi pode encontrar itens como adesivos e palavras-chave, além de ter a possibilidade de registrar fotos e áudios do ambiente. Ao final de cada capítulo, podemos decorar um fichário fornecido por Nora com os colecionáveis encontrados, sendo uma experiência divertida e individual de customização para cada jogador.
O colorido verão francês
Um dos grandes pontos de destaque do game é certamente seu visual. A região de Dordonha foi representada de forma excepcional, contando com pequenos vilarejos vistos à distância, áreas comerciais com a estética francesa, cavernas de tirar o fôlego e um local extremamente importante: o Rio Dordonha, território em que ocorrem diversos acontecimentos cruciais na vida de Mimi.
Para aprimorar ainda mais o visual, a arte de Dordogne é totalmente feita no estilo aquarela, com lindas paisagens desenhadas à mão e cores extremamente vivas e naturais, típicas do verão francês. A forma com que as cores são distribuídas também é muito interessante, alterando o tom de acordo com o momento da gameplay, adaptando-se ao período em que nossa protagonista está vivendo.
Eu quero mais!
Desvendar o presente através de um aconchegante passado no verão francês foi uma bela jogada dos desenvolvedores, possibilitando criar uma incrível harmonia entre narrativa e arte. Buscar os colecionáveis também é gratificante, trazendo ao jogador aquela sensação de criança que ama personalizar tudo da sua forma. Só faltaram uma ou duas horinhas a mais de gameplay para desenvolver o mistério da família de Mimi com mais folga.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro