Dragon Ball: The Breakers não é um jogo padrão de Dragon Ball. Em vez disso, este novo título pega emprestado muita inspiração de games como Dead by Daylight e Friday the 13th The Game, em que os sobreviventes devem lutar por suas vidas enquanto resolvem quebra-cabeças aqui e ali para derrotar o inimigo. Normalmente, esses jogos se concentram em um formato 4vs1, essa “uma pessoa” sendo uma espécie de assassino perseguindo os outros do outro time. No entanto, o quão bem isso casa com um elenco temático de Dragon Ball?
Desenvolvimento: Dimps Corporation
Distribuição: Bandai Namco
Jogadores: 1-8 (online)
Gênero: Ação, Aventura, Multiplayer
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: Switch, PC, Xbox One, PS4
Duração: Sem registros
Patruleiro do tempo mais uma vez
Não apenas este jogo pega um monte de assets do DBZ XenoVerse, como também se passa praticamente no mesmo universo. Aqui, temos Trunks mais uma vez sendo um patrulheiro do tempo e pedindo nossa ajuda para derrotar os Raiders, que são os vilões de muitas eras diferentes da franquia Dragon Ball, como Freeza, Cell e Majin Boo.
As equipes são divididas em dois lados diferentes: Survivors e Raiders – ou o Raider, melhor dizendo. O primeiro consiste em uma equipe de 7 jogadores em busca de chaves para iniciar uma máquina do tempo para escapar daquele planeta. Uma vez cumprido tal coisa, a partida termina e o Raider perde. Além disso, todas as sete Dragon Balls podem ser coletadas e usadas para invocar Shenlong, que concederá um desejo através do qual você pode se transformar em um dos personagens de Dragon Ball com energia infinita – mas com HP limitado.
Você também pode fazer uso de habilidades, como uma técnica consumível de Vegeta que permite que você use sua Galick Gun uma vez; ou até mesmo usar a alma de um Super Guerreiro, para ter temporariamente os poderes de um personagem de Dragon Ball que lhe permite lutar diretamente contra o Raider. Porém, os controles são deploráveis nesse quesito, já que não existe uma forma de centralizar a câmera no inimigo por sabe-se lá qual motivo. Provavelmente isso seria desvantajoso para o formato do game (novamente, não é um jogo convencional de Dragon Ball), mas isso é apenas uma suspeita e não uma afirmação. Portanto, se prepare para errar vários Kamehameha desferidos contra o personagem do outro lado.
Quanto ao Raider em si, neste papel, temos que eliminar todos os sobreviventes e destruir as áreas do mapa para encurralá-los. Caso seu HP chegue a zero devido aos danos sofridos por qualquer sobrevivente, a partida também termina e a vitória é atribuída ao time de Survivors. Os Raiders também podem evoluir para sua próxima forma, como Cell, que começa como uma larva e vai até a chamada forma Perfeita, absorvendo civis ou sobreviventes.
Adicionalmente, é possível eliminar jogadores da partida executando um golpe final após uma certa forma evoluída do Raider, ou fazendo isso mais de duas vezes em um nível inferior (segunda forma de Cell, por exemplo). Depois de subir de nível, uma área do mapa pode ser destruída para tornar esse local inacessível, assim os sobreviventes terão menos pontos no planeta para usar para escapar. De longe, jogar como Raider é a forma mais divertida de se experienciar The Breakers, porém, não é sempre que encontramos uma partida que nos permita assumir tal papel.
Gacha e recompensas
Existem aqui os famigerados desafios semanais e diários, que fornecem recompensas listadas no menu de pausa. Cada desafio cumprido concede DP, e coletar DP suficiente desbloqueia a próxima recompensa descrita. Este prêmio muda frequentemente e é outra maneira de recompensar os jogadores simplesmente jogando o game. Outra forma de adquirir itens é comprá-los com Zeni ou outras moedas premium existentes, o que obviamente acelera as coisas.
Há também uma mecânica de gacha chamada Spirit Siphon, na qual você pode gastar seus Zeni, pontos TP ou tickets para desbloquear os prêmios atuais disponíveis, cada um contendo suas próprias taxas de sucesso. Felizmente, a maioria das coisas pode ser adquirida através do já mencionado Zeni, a moeda comum do jogo. No entanto, é claro como a água que há um incentivo para gastar seu dinheiro real, já que a quantidade de Zeni obtida naturalmente é meio baixa e exigirá até o triplo de seu esforço, seduzindo você a realmente investir algum dinheiro além daquele que você já usou para adquirir o game em si.
Tratando-se do port de Switch, felizmente a performance é boa e parece segurar em uma alta taxa de quadros por segundo na maior parte do tempo. No modo portátil, as sombras são desativadas para permitir com que tudo continue rodando de maneira fluída, enquanto que na Dock tudo fica mais bonito e podemos ver as sombras novamente. Apesar disso, a resolução não é a das melhores.
Por fim, apenas a raça humana é a permitida na hora de criar um personagem, apesar de você também poder suar skins e suas respectivas skills como a de Bulma, que pode usar a Charming Pose para seduzir o Raider. Mapas também são bem limitados e temos apenas três existentes, além de três tipos de Raiders a serem escolhidos: Cell, Majin Boo e Freeza.
Não é um jogo comum de Dragon Ball
Dragon Ball the Breakers é muito mais comparável a Dead by Daylight ou qualquer outro jogo online assimétrico do que um título de Dragon Ball em si, o que pode ser bom ou ruim, e isso é com você. Pessoalmente, não achei uma boa abordagem, nem que casou bem com o universo de Dragon Ball.
O resultado de toda a experiência foi um gosto amargo na boca, me dando a sensação de jogar um mod de qualquer um desses títulos online free-to-play do que qualquer outra coisa. É admirável que a Bandai tenha tentado coisas novas, no entanto, este jogo certamente não agradará a todos os fãs de Dragon Ball. Por enquanto, vamos torcer para que o game receba a devida atenção em termos de novas temporadas, itens atraentes e novos mapas, além de novos personagens para jogar no time de Raiders. Ah, e não existe crossplay, então isso acaba sendo preocupante em relação à longevidade que esse título 100% online vai ter.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Dragon Ball: The Breakers
Prós
- É possível adquirir a maior parte dos itens com Zeni
- Personalização do personagem
- Virar um guerreiro Z é divertido
Contras
- Assets de Xenoverse são bastante reciclados
- O jogo parece mais um mod acima de tudo
- Sem crossplay ou cross-save
- Poucos mapas e personagens
- Repetição assombra a jogabilidade como um todo
