edge-of-eternity-capa

Review Edge of Eternity (PS5) – Diversão garantida para fãs de JRPG

Existem jogos e jogos. Alguns deles nos causam emoções que nos fazem parar por um momento e reexaminar a vida toda, e outros que nos fazem somente contemplar paisagens e aproveitar a jornada. Edge of Eternity se encaixa nessa segunda categoria. É visível a inspiração do Midgar Studio em vários dos melhores JRPGs já feitos até hoje, e o resultado é um game sólido e extremamente divertido.

Desenvolvimento: Midgar Studios

Distribuição: Dear Villagers 

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG

Classificação: 14 anos

Português: Não

Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC

Duração: 31 horas (campanha)/60 horas (100%)

Uma grande jornada

Imagem do cenário de Edge of Eternity
O mundo de Edge of Eternity é magnífico e muito bem feito.

Nossa aventura começa com Daryon treinando em uma das guarnições do exército. Ele e seus amigos conversam sobre os acontecimentos do mundo até que o correio é entregue. Sua irmã o informa via carta que sua mãe está enferma e, infelizmente, pegou a “corrosão”, uma doença lançada por uma raça alienígena que está invadindo o planeta e informa que estará esperando por ele em um ponto em comum pros dois.

Porém, naquele mesmo instante, tudo desmorona graças a um ataque dos alienígenas. Isso obriga Daryon e seus amigos a brigarem por sua sobrevivência, mas nem tudo sai conforme o planejado. Pouco tempo depois, nosso protagonista acaba se tornando um desertor, volta para casa, se encontra com sua irmã, e juntos eles partem em uma jornada em busca da cura, mas nem tudo é o que parece.

Apesar de soar bem direto, Edge of Eternity aprofunda bastante não só a história dos irmãos como também a do seu mundo. São tantos elementos escondidos, histórias, acontecimentos e muitas coisas para serem exploradas. Os cenários são diversos e magníficos. Até os monstros parecem andar em bando para se proteger.

No primeiro momento, ao explorar o mundo, me senti como se estivesse em um RPG antigo, como Cabal Online ou algo do tipo. Em outros momentos me senti em Xenoblade Chronicles, e isso é um baita elogio. O mundo criado pela Midgar Studio é um alento para os olhos, e explorar é uma alegria em vez de um fardo. 

A magia dos cristais

Imagem do combate de Edge of Eternity
Os irmãos tem poderes distintos, mas são destruidores.

O ponto central de Edge of Eternity são os cristais. Eles são equipados nas armas e são os responsáveis por disponibilizar as magias para os personagens principais. Esses cristais podem ser obtidos em lutas, como recompensas de batalhas, em baús perdidos no mapa, e finais de missões. Os cristais podem ser fundidos e suas capacidades melhoradas, já que, além das magias, eles aumentam pontos de atributo dos personagens. 

Os equipamentos e armas são um caso à parte. As vestimentas podem ser obtidas como prêmios em batalhas, encontradas em baús, produzidas e, principalmente, como recompensa de missões. As armas, contudo, em sua grande parte necessitam da receita para serem produzidas. Quanto maior o seu nível, por assim dizer, maior a quantidade de cristais podem ser atribuídas, deixando-as ainda mais fortes. 

Ver a evolução dos personagens e vê-los ganhar novas magias e causar ainda mais dano é extremamente divertido. Há como abusar e muito delas nos combates, já que nossos pontos de vida e de magia retornam ao máximo após cada confronto. E isso faz também com que subir de nível não seja algo temeroso e difícil.

Ao ataque

Cena do combate de Edge of Eternity
Há muitos tipos diferentes de inimigos em Edge of Eternity

No começo da aventura, o combate é lento e um pouco tedioso. Mas, quando recebemos a liberdade de explorar o mundo, tudo fica muito mais divertido. A luta acontece em quadrantes hexagonais, e em cada um deles uma certa quantidade de personagens podem ser designados. O que há no mapa conta, como pedras, pedaços de destroços e por aí vai. Os inimigos podem ser vistos no mapa, ou seja, se quiser ignorá-los e seguir direto à missão é possível de ser fazer, ou então obliterar tudo o que aparece pela frente.

Logo à primeira vista, o combate é como se fosse uma evolução de Wild Arms 5, mas com muitos mais hexágonos, e com a possibilidade de haver muitos mais inimigos ao mesmo tempo. Algumas partes do  mapa possuem objetos que podem ser usados, como balestras, equipamentos que causam dano por magia e por aí vai. 

Graças a algumas missões, explorar é quase como uma obrigação, da mesma maneira como caçar monstros. É possível acelerar os movimentos de todos os envolvidos na batalha e é necessário ficar a uma coisa: explorar ao máximo a fraqueza dos inimigos. 

Dependendo do local e do tipo da criatura, é possível causar mais dano utilizando golpes de fogo, de água, elétrico, etc. E como dito acima, os pontos de vida e de magia se recuperam automaticamente a cada batalha, então é possível abusar e destruir os inimigos rapidamente.

Durante as lutas, há missões paralelas a serem feitas, como destruir os adversários em um certo número de turnos, não deixar um personagem tomar dano, não mover ninguém, entre outros. Isso é especialmente importante em batalhas contra os ditos “chefões”. Eles possuem 3 missões e, caso todas as condições sejam atingidas, ganhamos um item especial, seja uma parte de roupa ou uma arma – tudo depende. 

Uma música legendária

A dublagem de Edge of Eternity é excelente. Particularmente eu gosto muito de ver a evolução que tem ocorrido nos Estados Unidos, e todas as vozes aqui combinam muito bem. Além disso, os demais sons, como gritos de criaturas, rugidos e outros são muito bons. 

Agora, a joia da coroa é a participação de Yasunori Mitsuda, um dos responsáveis pela trilha sonora de títulos como Chrono Trigger e Xenoblade Chronicles. Seu trabalho é magnífico e nada do que eu diga aqui poderá se equiparar com as canções presentes no jogo.

No limite da eternidade

Edge of Eternity é excelente. Esse é mais um dos melhores JRPGs já feitos, apesar de não ser original do Japão. O começo meio lento pode afastar um pouco quem não está acostumado com o gênero, mas, depois que a aventura realmente começa, a coisa evolui de forma tão rápida que parar não é uma opção. O combate é divertido, e caçar monstros não parece uma obrigação. Procurar e montar a melhor combinação de cristais é uma missão à parte.

Por fim, visitar os muitos locais do jogo e descobrir o que está realmente acontecendo no mundo é o que nos motiva a continuar a seguir em frente. 

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Edge of Eternity

9.5

Nota Final

9.5/10

Prós

  • Combate divertido
  • Mundo belíssimo
  • História cativante
  • Bom sistema de criação de itens e cristais

Contras

  • Algumas missões secundárias são bastante repetitivas