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Review Ghostrunner (PS4) – Fatiando geral com muito estilo e Parkour

Ghostrunner é um jogo de ação em primeira pessoa one-hit-one-kill com um cenário pós-apocalíptico cyberpunk. Desenvolvido após dois anos de trabalho e com uma pequena equipe de desenvolvedores, Ghostrunner demonstra a visão dessa equipe de como juntar criação e design de jogos indies com um alto poder audiovisual. Tendo isso em vista, após uma demo disponibilizada apenas para o PC as expectativas sobre Ghostrunner – que quase não existiam – foram criadas e também aumentadas, se tornando um dos títulos mais aguardados desse ano. Levando isso em consideração, Ghostrunner consegue suprir tais expectativas?

Desenvolvimento: One More Level, 3D Realms e Slipgate Ironworks

Distribuição: 505 Games

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação

Classificação: 16 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PS4, Xbox One, PC e Switch

Duração: 6 horas (campanha)/ 10 horas (100%)

História? Que história?

No início do jogo, antes de aparecer o menu principal, é apresentada uma cinemática em que um último Ghostrunner aparece tentando subir a Torre Dharma, o lugar de convívio de todos os humanos após uma catástrofe pós-apocalíptica. Mara, o Mestre das Chaves – ou Dr. Octopus para os mais íntimos –  é a tirana que controla essa torre de forma autoritária, deixando muitos moradores na miséria. Ao chegar no topo, esse Ghostrunner encontra seu criador morto por Mara e após uma luta entre os dois, ele perde um de seus braços e é arremessado da torre logo em seguida.

Agora no verdadeiro início do jogo, o Ghostrunner acorda no fundo da Torre Dharma com uma prótese e uma voz dizendo que ele está vivo, mas que perdeu grande parte de suas memórias e habilidades. Sendo assim, a premissa está em subir novamente a torre, conseguir as habilidades de volta e se vingar de Mara, tudo isso enquanto corta tudo o que aparece em sua frente. Vale ressaltar que, para os interessados, existem artefatos e comunicadores que aprofundam ainda mais a compreensão sobre a história.

Sendo assim é visível que há sim uma história, porém que serve apenas como plano de fundo para a ambição do protagonista, o que não faz dela ruim. Por outro lado, por ter uma ação frenética e desafios a serem superados com vários inimigos atacando, fica muito difícil parar para prestar atenção no que os personagens informam. Logo, acabou não importando tudo o que acontecia, a única coisa que interessa é matar tudo com muito estilo e aperfeiçoar as habilidades ninjas.

Fatiando geral.

Por mais jogos com ambientação cyberpunk

A Torre Dharma é simplesmente linda! Até mesmo as partes mais miseráveis da cidade são espetaculares e possuem particularidades para cada andar finalizado. Mas o verdadeiro espetáculo começa ao chegar no topo, que é a parte rica da cidade, pois possui efeitos néons de tirar o chapéu e que reluzem – mais ou menos – nas poças de água presentes no chão. O desejo da equipe em mostrar a visão deles sobre um mundo cyberpunk foi realizado e é quase perfeito.

Os gráficos no PS4 não são magníficos, tendo alguns cortes de textura e também uma demora para renderizar após uma tela de carregamento. Porém, tudo rodou em sua maioria em 30fps, havendo apenas um momento lá para o final do jogo que, pela quantidade de movimentos feitos acabou caindo para 15/20fps – por sorte não haviam inimigos por perto.

O belíssimo topo da cidade.

Toda a trilha sonora foi feita por Daniel Deluxe e ela implementa ainda mais o cenário cyberpunk e impulsiona a frenesi do jogador. Por mais que inúmeros fracassos ocorram e as mortes chegam às centenas, é por conta da música eletrônica futurista que se torna impossível ficar cansado de jogar e ansioso para tentar terminar Ghostrunner, lembrando bastante a trilha sonora de Hotline Miami – sendo assim, vai facilmente para playlist de músicas.

Não é fácil ser um Ghostrunner

Devo dizer que em toda jogatina acabei morrendo bem mais do que 1000 vezes e simplesmente não sinto vergonha alguma em afirmar isso. Ghostrunner sempre eleva o nível ao extremo, a cada novo inimigo ou nova fase as coisas sempre ficam mais tensas e nunca – absolutamente nunca – são facilitadas. É um nível de dificuldade tipo Dark Souls.

Por possuir uma quantidade avassaladora de mecânicas, habilidades e combinações de comandos, a jogabilidade se torna o ponto mais complexo e divertido de lidar. Tendo isso em vista, as possibilidades que o jogador tem em suas mãos ao passar por cada fase são variadas, porém sempre demandam pensamentos rápidos. Por conta disso, a satisfação em aprimorar seu estilo de jogo e se ver passando por desafios de maneira perfeita deixam um desejo de quero mais a todo momento. 

As habilidades recebidas ao longo de Ghostrunner podem ser aprimoradas ainda mais com um sistema interessante que se assemelha a Tetris. As mais básicas são Impulso Sensorial e o Gapjammer. O primeiro é um impulso que é utilizado principalmente para desviar de projéteis e facilitar o alcance de certas plataformas. Já o segundo é um gancho que pode ser utilizado em momentos específicos para saltar sobre obstáculos e alcançar mais rapidamente certas estruturas. Existem outras, porém seria um spoiler falar sobre elas.

Aprimoramentos semelhante a Tetris.

Os inimigos desempenham papel importante sobre o jogo, pois exigem estratégias diferentes para serem eliminados e é uma delícia cortar cada um deles ao meio. Meio psicopata? Talvez. Existem alguns com pistola, metralhadora, espadachins, drones e um chato que se explode – odeio eles por sinal. Os chefes são poucos e legais, mas não são tão desafiadores quanto o resto do jogo.

Mais uma fatiando um inimigo.

Uma agradável surpresa

Ghostrunner é uma pérola rara que em poucos minutos não há quem discorde disso. Tendo um lançamento silencioso, passando despercebido pelos menos atenciosos, ele consegue surpreender até os mais rigorosos. Misturando um visual cyberpunk impressionante com um ninja cibernético letal, Ghostrunner faz com que os ansiosos por outro jogo com mesmo tema sejam acalmados. No entanto, com uma história simples e gráficos questionáveis para o console, Ghostrunner ainda demonstra grande excelência em entregar algo cabível no bolso, principalmente daqueles que curtem um grande desafio e uma jogabilidade frenética.

Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão por Jason Ming Hong

Ghostrunner

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade frenética
  • Boa resposta nos comandos
  • Ambientação memorável
  • Música digna com o tema

Contras

  • Gráficos médios
  • História ignorável