Hell Let Loose é um FPS hardcore situado em cenários de batalhas da Segunda Guerra Mundial. Com grande fidelidade visual e sonora, ele coloca o jogador em combates intensos por meio de uma jogabilidade que pode ser tanto recompensadora na vitória quanto punitiva nos erros.
Desenvolvimento: Black Matter
Distribuição: Team17 Digital
Jogadores: 1-100 (online)
Gênero: Tiro, Ação
Classificação: 18 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS5, Xbox Series X/S e PC
Duração: 13.5 horas (100%)
Os palcos da guerra
Hell Let Loose tem foco total em partidas multijogador. Há dois modos de jogo disponíveis para partidas entre 100 jogadores simultâneos: Ofensiva e Guerra. No modo Ofensiva, um time fica responsável por defender o mapa dos atacantes, que por sua vez devem conquistar pontos-chave para capturar um setor e avançar suas linhas; em Guerra, ambos os times começam com ao menos um setor sob seu domínio e devem conquistar outros para conseguirem a vitória.
Ao todo, são oito mapas criados com altíssima fidelidade visual, baseados em locações reais da Segunda Grande Guerra, como as florestas de Hurtgen, as praias de Utah e Omaha e o vilarejo rural de St-Marie-du-Mont. Estes mapas são grandes em escala, esculpidos com cuidado para respeitar suas contrapartes reais, ao mesmo tempo que funcionam como um dos elementos principais de um videogame.
Aliste-se, soldado!
Existem 14 classes de soldados disponíveis. Essas classes são divididas em categorias, sendo elas Comando, Infantaria, Reconhecimento e Blindados. O número de soldados por pelotão varia de acordo com a categoria escolhida. À título de exemplo: um pelotão de Infantaria pode ter até seis jogadores, enquanto um de Reconhecimento pode ter apenas dois.
Não existe vitória obtida por um soldado solitário em Hell Let Loose. A existência das classes não é perfumaria, e cada uma delas desempenha função de extrema importância durante as partidas, seja no ataque ou na defesa, no reconhecimento de campo ou para prover pontos de renascimento e coleta de suprimentos para os aliados. Um jogador, cuja classe seja Anti-tanque, será, basicamente, um dos poucos que conseguirá combater veículos inimigos pesados graças ao seu equipamento especializado. Da mesma forma, a classe Oficial é a única que pode construir estações de renascimento para qualquer jogador do time. É preciso que cada jogador entenda seu papel e o desempenhe da melhor forma possível em campo e, para isso, a comunicação com outros jogadores é fundamental.
Cada classe de soldado, por pelotão, é limitada a um número específico. Esse limite serve não apenas para impedir que haja pelotões com seis soldados portando bazucas, mas também para reforçar a importância de cada função disponível.
O foco no trabalho em equipe é um dos grandes pontos fortes de Hell Let Loose, mesmo que afunile a experiência de uma forma que possa afastar quem deseja algo mais individualista.
Armado para batalha
O arsenal presente em Hell Let Loose é vasto e, como não poderia deixar de ser, clássico. Armas do Eixo e dos Aliados estão à disposição, sendo restritas ao exército correspondente. Opções dos Aliados como M1A1 Thompson, M1 Garand e M1903 Springfield dividem espaço com armas do exército alemão como MP40, STG44 e Kar 98K. Nenhuma delas conta com personalização direta, então não há chance de encontrar submetralhadoras ou rifles de assalto equipados com miras de ponto ou anexos semelhantes, visto que isso quebraria a busca pelo realismo do jogo.
O comportamento das armas é bastante focado na fidelidade ao mundo real. Em geral, elas são difíceis de controlar por conta do alto grau de recuo, seja horizontal ou vertical. É preciso ter bastante disciplina nos disparos. Não adianta “pregar o dedo” no gatilho, pois a efetividade dos disparos será bem menor, tanto pelo recuo mencionado quanto pelo desvio das balas.
Rifles semiautomáticos são as opções mais eficientes para embates à longa distância, enquanto submetralhadoras e rifles de assalto se sobressaem à curta e média distância. Cabe ao jogador decidir qual se encaixa melhor em seu estilo de jogo e função escolhida na partida.
Hell Let Loose, como um FPS hardcore, adota um baixíssimo “tempo para matar”, ou seja, o dano causado pelas balas é extremo, e isso vale para todas as armas desde que usadas em condições ideais. Na maioria dos casos, um ou dois tiros bem colocados são suficientes para derrubar um inimigo ou para cair ao chão em agonia.
O realismo das armas e do dano que elas causam está em sintonia com o visual dos cenários, personagens, veículos e armamentos, bem como com a qualidade sonora, seja dos disparos atingindo soldados, capacetes ou o próprio ambiente, ou nas explosões de granadas, rajadas de artilharia e metralhadoras de aviões dando rasantes. Esse conjunto de elementos cria uma imersão incrível, tornando as partidas de Hell Let Loose brutais, intensas e que deixam os nervos à flor da pele.
Sofrendo com engasgos
No que diz respeito aos gráficos e qualidade sonora, Hell Let Loose não deixa nada a desejar e isso já foi muito elogiado neste texto. No entanto, o desempenho técnico do título não está, ao menos por enquanto, no mesmo patamar de qualidade.
O jogo tem como objetivo atingir a marca de 60 quadros por segundo para garantir maior fluidez durante os combates. O que ocorre, porém, são quedas pequenas na taxa de quadros, mas que são visíveis e incômodas. Essa flutuação ocorre em conjunto com pequenos engasgos. Esses problemas são especialmente notáveis durante momentos mais caóticos, mas não estão restritos a eles. Percorrer cenários cheios de objetos, elementos e detalhes também pode impactar o desempenho técnico.
Uma experiência de qualidade
Hell Let Loose faz parte de um modesto grupo de jogos de tiro hardcore que somente agora está chegando aos consoles. Sua proposta é voltada para o trabalho em equipe e para o realismo, em combates que exigem paciência e precisão para serem vencidos. Ele é uma experiência imersiva e única que merece a atenção de fãs da temática Segunda Guerra Mundial e de jogos de tiro em primeira pessoa.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong