Eu sempre fui fã da bagunça dos jogos de navinha, com aquelas ondas intermináveis de inimigos e chuva de balas coloridas. Hyper-5 até tem isso, mas seu ritmo mais lento não é dos mais agradáveis para quem curte o gênero, o tornando ideal só para quem realmente está disposto ao desafio que ele propõe – que consiste em não passar raiva.
Desenvolvimento: Hyper Productions
Distribuição: Eastasiasoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Arcade
Classificação: Livre
Português: Interface e Legendas
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: Sem registro
Morreu? Vai de novo
Um dos grandes atrativos de Hyper-5 é poder realizar upgrades nos equipamentos da nossa nave de combate. Podemos comprar escudos, bombas, novos tipos de projéteis e também evoluí-los. Tudo isso é adquirido gastando pontos conquistados durante nossa evolução em cada fase.
A questão é que, de início, mal conseguimos exterminar o menor dos inimigos. Mesmo falhando, podemos alcançar algumas marcas, que resultam nos famigerados pontos para comprar melhorias. Por isso, prepare-se para um daqueles longos e exaustivos grindings para obter um conjunto destrutivo decente. Essa sequência de repetições para se tornar minimamente letal faz com que o início seja bastante arrastado.
Essa sensação aumenta com a lentidão do ritmo de jogo. Diferente de muitos outros shoot ’em ups, este tem uma progressão bastante lenta, o que cria alguns momentos anticlimáticos, principalmente contra os chefes. É horrorosa a sensação de ver as levas indo e vindo pela tela e você não conseguir acompanhar o mesmo ritmo porque sua nave parece estar com algum problema mecânico.
Também fazem falta power-ups mais frequentes que apareçam pelo cenário, para dar aquela força. Eles só dão as caras se abatermos uma onda inteira de inimigos e de vez em quando. Ter algo que ajudasse a passar cada fase, mesmo que temporariamente, seria uma ajuda muito bem-vinda.
Olha o tamanho dessa coisa!
Uma das coisas mais curiosas de Hyper-5 é que o visual tem pontos muito bons e muito ruins. A começar pelos negativos, algumas naves são mega repetitivas de tanto que aparecem em todos os lugares. Isso quebra a identificação com a diferença de cada cenário.
Entretanto, o contraponto está justamente nos chefes e em alguns robôs gigantes e mechas, que aparecem em trechos específicos. Eles quebram o marasmo de ver as mesmas naves toda hora e até que são bem bacanas. Os chefes em si tem tamanhos colossais, mudando a trajetória dos seus encontros, que geralmente são divididos em mais de uma investida.
Se não fosse pelos problemas que já apontei com a jogabilidade, esses embates decisivos teriam tudo para serem bastante divertidos, como os vistos em clássicos do gênero, como R-Type, Gradius e Darius.
Os ambientes também tem um layout bacana, tentando não replicar o mesmo padrão. É possível até mesmo pilotar dentro da água sem receber dano, o que é um detalhe sutil, mas bem sacado. Quanto à trilha sonora, ela não é algo que se destaque, mas também não destoa negativamente. Entre o techno e melodias mais calmas, ela consegue dar um bom suporte à ação.
Só para quem tem tempo de voo
Se você, assim como eu, gosta MUITO de shoot ’em ups, até vale dar uma chance para Hyper-5, mesmo que ele seja um pouco mais complexo de lidar. Agora, se a sua intenção está em algo mais casual e acelerado, então este título não vai saciar sua vontade.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong