Iron Danger se vende como um jogo com a mecânica de controlar o tempo, mas isso não é tão divertido quanto pode parecer. Além disso, há vários outros problemas que, pelo menos durante os meus testes, me deixaram extremamente frustrado.
Desenvolvimento: Daedalic Entertainment
Distribuição: Daedalic Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S
Duração: 12 horas(Campanha)/16 horas(100%)
Guerras e mais guerras
No game, controlamos a pequena Kipuna. Sua cidade está sendo atacada e ela tenta fugir com seu amigo. Por um mero capricho do destino, ela cai em um buraco e acaba empalada por um cristal, que fica preso ao seu peito. Mas esse não é seu fim, já que ela recebe um antigo poder de controlar o tempo, que a possibilita fugir do buraco e seguir seu caminho.
Depois de fugir do ataque inimigo, a dupla parte em busca da Curandeira, e assim descobrimos um pouco mais sobre o que é o cristal e que ele está sem algumas peças e assim precisamos completá-lo. Graças a ajuda da Curandeira, Kipuna começa a usar seus poderes mágicos, isso sem falar na habilidade de voltar ao tempo.
O desenvolvimento da história se dá por fases, sendo que podemos reiniciar cada uma delas se quisermos. O ideal é sempre vasculhar os mapas em busca de itens, principalmente de recuperação de pontos de vida.
Combatendo com o tempo, ou algo assim
A movimentação dos personagens é um tanto quanto esquisita. O jogo saiu originalmente para o PC, e a sua movimentação é via point and click. No PlayStation, podemos nos mover usando o analógico, mas a sensação que dá é que os personagens são pesados, isso falar nas vezes que batemos no nada e ficamos travados.
Podemos pegar diversos itens nos mapas, como barris que podem ser usados durante as lutas, peixes e frutas para recuperar pontos de vida, e muitos outros. Uma coisa extremamente bizarra é que quando usamos um item de recuperação, mas queremos recuperar quem não tem o item, o próprio personagem come o item e enche a vida do outro. Peculiar.
As lutas acontecem em uma mistura de tempo real e turno. Cada turno, se é que podemos chamar disso, dura uma batida de coração. Com o poder de Kipuna, podemos voltar no tempo e evitar uma possível pancada inimiga ou receber algum dano. Contudo, essa ideia, apesar de parecer muito legal, não funciona muito bem, e traz mais frustração do que controle para o combate. Além disso, se estamos controlando um personagem, o outro fica parado igual um boneco, suscetível a tomar pancadas.
Controlar o tempo não é tão divertido
Iron Danger tem uma premissa bem legal e uma mecânica de controle do tempo que é divertida, embora não tenha sido bem executada – o que faz com que o pacote não consiga segurar o jogador sem trazer uma experiência frustrante. Os gráficos não são os melhores possíveis, mas cumprem bem o seu papel de nos colocar dentro daquele ambiente. Porém, a forma como nos movimentamos no mapa é um tanto quanto truculenta, o que nos faz bater em objetos invisíveis. A dublagem também é competente, mas a falta de legendas em português pode afastar alguns jogadores.
No geral, Iron Danger é uma baita de uma oportunidade desperdiçada, já que a ideia de controlar o tempo nos coloca em um meio termo entre a ação em tempo real e o turno, mas no final, não é nem um nem outro, resultando em um poço de frustrações.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro