Desenvolvido por apenas uma pessoa, Song of Iron se propõe a entregar uma épica aventura nórdica, com uma caminhada cheia de desafios e combates. Em parte, o jogo consegue atingir seus objetivos, mas não por completo.
Mesmo que seja louvável o trabalho e esforço de um único desenvolvedor, é impossível deixar passar em branco todos os problemas presentes, que infelizmente não são poucos – o que é uma pena. Mesmo assim, ainda é provável que o título agrade os amantes da mitologia nórdica e aqueles que só querem desfrutar de uma jogatina rápida sem muito aprofundamento.
Desenvolvimento: Resting Relic
Distribuição: Resting Relic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 3 horas (campanha)/3 horas (100%)
Sempre em frente

Song of Iron foi por muito tempo o sonho de Joe Winter, um desenvolvedor experiente com mais de uma década no mercado, que sempre teve o desejo de lançar sua própria obra independente. Seu produto é um projeto que se iniciou sem muitas pretensões, mas que acabou tomando grandes proporções a ponto de finalmente ser lançado, entregando uma jornada viking aos jogadores e se tornando algo muito especial para seu criador.
O objetivo principal da trama é bem simples: trilhar um longo trajeto para conseguir o favor dos deuses e salvar nosso povo logo após um ataque inimigo que tirou a vida de companheiros e da nossa amada. Para isso, devemos sempre seguir em frente, derrotando vários inimigos e coletando armas e equipamentos, no que o próprio desenvolvedor chamou de um sistema “John Wick Viking”, com suas lutas frenéticas e brutais.
Durante nossa busca por salvação, iremos passar por cavernas, lagos, florestas e montanhas, enfrentando um perigo que está sempre à espreita, seja homens ou monstros. Será necessário cuidado e atenção para não perdermos nossas armas nem ficarmos sem nosso escudo, flechas e magias
Jogabilidade problemática

Mesmo que o desejo do produtor do game fosse construir um mundo vivo, com momentos focados na história e um sistema de combate divertido, ele tropeça em vários desses pontos, principalmente quando se trata da jogabilidade. Mas, quais seriam as possibilidades presentes durante os momentos de ação? Bem, podemos atirar flechas com um arco, usar armas de uma ou duas mãos e escudos, além de ser possível arremessá-las, chutar os inimigos, utilizar magias e esquivar para frente ou para trás.
No decorrer da nossa jogatina, o que podemos experienciar são vários problemas – ao menos jogando no Xbox One. Mirar com a arma de longo alcance pode ser bem difícil e estressante, nos fazendo errar vários ataques – talvez poder ver uma trajetória resolveria esse problema.

Como nada aqui é fluido como deveria, pular alguns obstáculos e virar na direção do nosso alvo após esquivar pode ser extremamente frustrante, principalmente a parte do pulo – o que me fez querer apagar o jogo do console depois desse texto.
No fim, a realidade fica bem longe da proposta inicial, com sua gameplay simples até demais, inimigos genéricos e repetitivos, além de momentos que deveriam ser fáceis e tranquilos, como correr e escalar, sendo transformados num verdadeiro desafio à nossa paciência.
Pontos altos e baixos
Claro, Song of Iron não possui apenas problemas, e conta com alguns pontos positivos, como sua trilha sonora, que consegue ser bem agradável durante toda a campanha, que não é lá muito grande aliás, com suas três horas em média, o que pode deixar alguns jogadores bem desanimados com a duração. O estilo artístico também é bem interessante, embora a baixa qualidade das texturas faça parecer algo da geração passada. A história, mesmo sendo muito curta e sem praticamente nenhum aprofundamento, consegue ir numa boa direção, principalmente na reta final, quando descobrimos que os deuses não são bem o que pareciam ser.
Ao colocarmos os pontos altos e baixos da obra lado a lado, podemos acabar desencorajando alguns jogadores e, ao mesmo tempo, chamando a atenção de outros menos exigentes. O jogo entrega uma experiência rápida, com poucos momentos marcantes, problemas de repetição, inimigos genéricos, jogabilidade travada e sofrível. Porém, ao levarmos em consideração que tudo isso é o trabalho de uma única pessoa, conseguimos ver que o game ao menos está no caminho certo, podendo no futuro superar esses problemas e entregar uma continuação bem mais proveitosa, principalmente com o “gancho” deixado no ar. Caso ainda queiram comprar o título, sugiro esperar uma boa promoção.
Cópia de Xbox One cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong