Lançado originalmente no PC, Let’s School agora marca presença no Nintendo Switch com uma proposta inusitada: colocar você na pele de um diretor escolar responsável por reconstruir uma escola decadente e transformar alunos desmotivados em jovens prodígios. Com uma pegada de simulação e gerenciamento, o título tenta seguir os passos de sucessos como Two Point Campus, mas será que consegue passar na prova?
Desenvolvimento: Pathea
Distribuição: PM Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, Switch
Duração: 17 horas (campanha)
Construa sua escola e eduque uma geração

A experiência começa de forma simples: sua escola está em frangalhos, e cabe a você, com a ajuda de alguns professores, restaurar a estrutura, contratar funcionários, elaborar horários, abrir vagas e garantir que os alunos tenham sucesso nas provas. Você precisa construir salas, pesquisar tecnologias educacionais e encontrar o equilíbrio entre eficiência e criatividade.
Apesar do visual cartunesco, o simulador oferece um bom nível de profundidade. É possível realizar discursos no início do semestre para motivar os estudantes e até participar de eventos sazonais, como festivais escolares e desastres naturais, que adicionam desafios inesperados e testam sua capacidade de adaptação.
Sistema de progressão e muitas opções

A cada semestre, seus alunos prestam exames, e os resultados determinam sua reputação como diretor. Quanto mais alunos aprovados, mais prestígio você conquista e mais dinheiro entra para expandir o campus. Com isso, você desbloqueia novas estruturas, aumenta a capacidade da escola e atrai estudantes mais exigentes.
Além disso, há minigames e missões secundárias que ajudam a quebrar a rotina de apenas construir e organizar. Embora o título não conte com uma narrativa profunda, ele consegue criar engajamento por meio da sua proposta de evolução constante e gestão eficiente.
Gráficos charmosos e performance estável

Visualmente, Let’s School aposta em um estilo que remete à era do PlayStation 1, com animações simples e um toque proposital de nostalgia. Apesar disso, o desempenho no Switch é bastante estável, com taxa de quadros consistente tanto no modo portátil quanto na dock. Além disso, existe até a vantagem de alguns gestos no touch da tela, mas no geral, só pra dá pra mexer a câmera.
O charme visual, no entanto, não esconde alguns problemas técnicos. Cutscenes engasgam, textos desaparecem parcialmente da tela, e há uma certa lentidão ao navegar pelos menus.
Controles desajeitados e falta de polimento

O maior obstáculo está, infelizmente, na interface e nos controles. Navegar pelos menus com o controle é um verdadeiro teste de paciência. A roda de seleção — principal meio de interação — responde de forma imprevisível, dificultando ações simples como editar prédios ou ajustar horários.
A ausência de suporte à tela sensível ao toque é um desperdício, especialmente em um jogo que claramente se beneficiaria de uma navegação mais precisa e fluida, como ocorre no PC com teclado e mouse. Até existe reconhecimento dos toques na tela, mas eles tem resultados bizarros e claramente não suportados. Além disso, não há opções de acessibilidade para jogadores com deficiência visual, o que limita ainda mais a experiência. É possível mexer no tamanho da interface, mas só isso não ajuda.
Potencial desperdiçado em um console pouco ideal
Apesar das falhas, Let’s School tem uma base sólida. O sistema de gerenciamento é interessante, o conteúdo é abundante, e a sensação de evolução constante recompensa a sua dedicação. Porém, no Switch, a falta de polimento e os controles confusos atrapalham demais o aproveitamento da experiência.
Para quem tem paciência e se encanta com a temática educacional, ainda é possível se divertir e encontrar profundidade. Mas se você busca algo mais fluido e intuitivo, a recomendação é experimentar a versão de PC, onde esses problemas são bem menos presentes. Let’s School é um simulador de gestão escolar com boas ideias e mecânicas envolventes, mas que sofre com problemas técnicos e uma adaptação apressada para o Switch. É uma experiência que brilha em seu conceito, mas tropeça na execução. Para quem é fã de jogos como Two Point Campus e não se incomoda com algumas frustrações iniciais, ainda há valor aqui.
Cópia de Switch cedida pelos produtores