Título do jogo

Review Moss Book II (PSVR) – Mais um conto para ser lido

Após a positiva repercussão de Moss como um dos jogos obrigatórios para serem jogados nos consoles de realidade virtual, Moss: Book II foi anunciado, para a surpresa e ânimos de todos os fãs que conquistaram em seu primeiro jogo. A corajosa ratinha Quill está de volta e, mais uma vez, junta suas forças com o Leitor (você, jogador) para proteger o reino de Moss.

Desenvolvimento: Polyarc
Distribuição: Polyarc
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, Puzzle
Classificação: 10 anos
Plataformas: PSVR
Português: Não
Duração: 5 horas (campanha)/6.5 horas (100%)

O que aconteceu após o primeiro jogo

Quill e seu tio

Em Moss: Book II, a história dá continuidade exatamente de onde o primeiro jogo se encerra, mostrando que ainda há muito trabalho para Quill prosseguir com sua aventura. Caso o jogador não tenha experienciado a aventura anterior, a narradora informa a você, leitor, tudo o que ocorreu através de uma história contada pelo livro de Moss, o qual o jogador pode virar e voltar as páginas caso queira pular ou rever algum trecho da história. 

Após a breve explicação, o cenário do primeiro jogo é apresentado e a pequena heroína surge de trás do gigante inimigo derrotado anteriormente, sendo este introduzido mais uma vez e demonstrando claramente sua felicidade pela sua presença neste novo caminho, já que Quill tem total consciência da presença do Leitor e da sua ajuda. Conforme passeia pelos escombros do castelo, ela encontra seu tio desaparecido e os dois prosseguem para o hall principal para fugir.

Uma aventura e tanto

Itens podem ser arrastado com o movimento do Dualshock 4

Moss: Book II mantém muito da essência do seu primeiro título, principalmente por ter sido extremamente elogiado pela crítica. O jogo utiliza tanto o DualShock 4 de forma tradicional quanto suas capacidades de sensor de movimento pela câmera do PSVR. Controlar Quill exige apenas movimentar o analógico esquerdo e pular ou atacar com os botões principais. Já para interações com o ambiente, o jogador necessita posicionar o controle e apertar um dos botões de gatilho para interagir com o objeto.

Para quem é um fã de jogos de aventura e exploração, como a série The Legend of Zelda, o título é um prato cheio. A aventura é separada por áreas tematizadas e setorizadas, com diversos quebra-cabeças que precisam ser resolvidos para prosseguir para a próxima parte, além de se defender de monstros perigosos com uma espada.

Chegando ao fim de cada área, Quill recebe uma habilidade nova que permitirá explorar locais antes não alcançáveis e também auxiliar em suas batalhas, aumentando assim os lugares que ela pode chegar e assim encontrar a próxima área. A heroína também encontrará diversos chefes que estão em busca dos cristais de vidro, peças importantes para a salvação de Moss que o ser maligno Arcane quer utilizar para dominar todo o reino.

Um detalhe extremamente importante e que vale ressaltar é que a protagonista estará sempre interagindo com o jogador de diversas formas. Ela chamará a atenção para pontos importantes, pedir que você bata a mão para um high-five com ela e até poderá dar dicas do que fazer em um quebra-cabeça usando linguagens de sinais americana (ASL), que é um ponto bem sutil e ao mesmo tempo importantíssimo de acessibilidade que foi bastante elogiado do primeiro jogo, já que ela não se comunica por voz em nenhum momento.

O que encontrar durante sua aventura

Quill encontrando um pergaminho como colecionável no jogo

Assim como os itens principais da história citados anteriormente, há diversos itens coletáveis para serem encontrados durante sua aventura. O principal deles é os pergaminhos, que estão espalhados e bem escondidos pelos cenários e há oito em cada área. Conforme adquiridos, ao retornar para a câmara onde a narradora contará a história de Moss pelo livro, há um papel com vitrais desenhados, que são preenchidos com o desenhos dos pergaminhos encontrados, podendo assim ter uma ideia de qual área algo ficou para trás e, assim, voltar mais tarde para procurar.

Durante toda sua jornada, caixas e barris destruídos derrubam pó mágico que são utilizados para abrir algumas portas seladas por magia. Dentro dela, há sempre um traje novo para Quill utilizar, mas que são apenas estéticos e não fornecem vantagem alguma, mas são inspirados em cada área, dando assim uma imersão um pouco maior caso os utilize nos ambientes equivalentes.

Por fim, para que a exploração se torne mais interessante ainda, um novo personagem jogável está presente em Moss: Book II com mecânicas únicas que ajudarão Quill a alcançar alguns lugares, mas, para evitar spoilers, somente isso será dito por aqui. O resto ficará para o jogador descobrir por conta própria.

Um livro escrito com algumas linhas tortas

a mira do controle está travada por perda do sinal pela cÂmera

Alguns leves problemas foram aparecendo conforme o progresso da aventura, principalmente com relação ao sensor de distância. Moss Book II capta o movimento baseado na luz de LED do DualShock 4 com a câmera, fazendo com que pessoas com cômodos menores percam o sinal do controle da câmera e a mira trave em algumas posições, como acontece em outros jogos. 

Isso levanta uma dúvida: os desenvolvedores não deveriam esperar pela já anunciada segunda geração do Playstation VR, ainda mais que o título é um exclusivo temporário do console e a versão atualizada não dependerá de uma câmera para captar movimentos? Ainda mais que, tecnicamente falando, as tecnologias são bem diferentes e pode ser que os jogos não sejam retrocompatíveis, deixando muito potenciais jogadores de fora desta nova aventura por terem que esperar uma versão atualizada para jogar.

Tirando este ponto subjetivo, o único incômodo encontrado aqui na primeira vez foi o menu. Há uma opção chamada Save Data, mas que não deixa claro o que ela faz, já que o jogo salva automaticamente. Testando esta opção, os espaços de salvamento aparecem, mas ao clicar no meu progresso atual, apenas há a opção de carregar e apagar. Isso não é intuitivo, já que não está claro se esta opção apaga o seu save atual ou se sobrescreverá. Acidentalmente, em um certo momento acabei apertando a opção errada e ignorei o texto de aviso, perdendo tudo que já havia jogado e precisava recomeçar a história.

Final feliz

Moss: Book II é incrível e muito bem ambientado, aproveitando tudo que o primeiro jogo já fazia bem e tenta melhorar um pouco mais. Por ser um título de aventura com exploração, sua imersão será bastante aprofundada e em alguns momentos o jogador poderá até se esquecer de estar em um mundo virtual, principalmente pela narrativa bem cativante. Assim como o anterior, ele com certeza está na lista de jogos de Playstation VR que todos os donos da plataforma precisam experimentar.

Cópia de PSVR cedida pelos produtores do jogo

Revisão: Jason Ming Hong

Moss Book II

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • História bem contada
  • Quebra-cabeças inteligentes

Contras

  • A perda de movimento pela câmera em cômodos pequenos pode ser problemática em algumas batalhas