Observer: System Redux Capa

Review Observer: System Redux (PS4) – Investigando a mente alheia

Observer foi lançado originalmente em 2017, sendo reconhecido por mostrar-se um incrível jogo de suspense investigativo em um mundo Cyberpunk. Depois de receber versões para todos os consoles da antiga geração, até mesmo para o Switch, que contou com um porte “bom”, a Bloober Team resolveu lançar uma versão definitiva. Assim, Observer: System Redux foi concebido para os consoles da nova geração trazendo melhorias gráficas, novos casos para serem investigados e uma série de outras adições que, de acordo com a desenvolvedora, teve auxílio de sua comunidade. Agora, essa versão melhorada está disponível para o PlayStation 4, e será analisado como ela se comporta em um console antigo.

Desenvolvimento: Bloober Team

Distribuição: Bloober Team

Jogadores: 1 (local) 

Gênero: Terror

Classificação: 16 anos

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Switch

Duração: 6.5 horas (campanha)/10 horas (100%)

Um bom filho à casa paterna volta

Polônia, 2084. A biotecnologia chegou ao seu auge e os homens possuem uma vida estendida pela tecnologia que agora é implantada em seus corpos. Por consequência, uma praga neural, ou até mesmo um vírus, chamado Neurofagia, faz com que a sociedade sofra inúmeras perdas e uma guerra eclodisse. Das cinzas dessas atrocidades, resta agora uma sociedade deteriorada pelo vício, controle de mega corporações e um desprezo pela humanidade.

Depois de anos sem contato eminente, Daniel Lazarski, um detetive neural que trabalha para indiretamente para uma mega corporação chamada Chiron, recebe um misterioso chamado de seu filho Adam. Ele pede ajuda a seu pai, que em poucos segundos, rastreia sua localização e vai à procura de seu filho. Ao chegar no local, Daniel se depara com um prédio moribundo que sofre um isolamento imediato, e essa localidade está cheia de casos estranhos não resolvidos. Sem muitas opções, o detetive precisa investigar os distintos locais do prédio para encontrar respostas e, consequentemente, o seu filho.

Os altares que devem ser encontrados no caso Simetria Macabra.

Observer: System Redux é exímio em seu enredo, pois consegue instigar qualquer um a continuar jogando sempre procurando por mais respostas. Os muitos casos que são abertos ao andarmos pelo prédio nos levam a cenas de crimes bizarros e sempre, sem exceções, criam uma grande interrogação mental. É difícil finalizar o game sem ir atrás destes outros casos que servem mais como missões secundárias, e os novos adicionados nesta versão ampliada mantém o nível, sendo eles: Sinal Errante, Simetria Macabra e Coisa de Família.

Em Sinal Errante, Daniel recebe um chamado de socorro em um dos apartamentos e, ao chegar lá, é descoberto que o dono é um traficante de corpos para prostíbulos. Simetria Macabra é um caso bem misterioso desde seu início, em que o detetive deve encontrar altares macabros para saber o motivo disso e quem os colocou ali. Por final, Coisa de Família tem uma ligação quase que direta com o caso principal, por isso é difícil descrevê-lo sem dar spoilers da trama.

Ferramentas futurísticas

O detetive Lazarski detém em seu poder as ferramentas mais importantes para toda investigação recorrente em Observer: System Redux. Por ser um Observer, detetives que invadem mentes em seus momentos finais de vida e, em alguns casos, mentes que já se encontram mortas, Lazarski possui um Devorador de Mentes. Essa ferramenta é semelhante a uma luva ou um bracelete que permite ao portador conectar um cabo neural no chip da vítima. Como dizem por aí, quando uma pessoa morre ela vê toda sua vida em um flash, e é isso que ocorre ao utilizar o Devorador de Mentes: nós nos tornamos observadores da vida alheia.

Não classificaria Observer: System Redux como um terror, mas é certamente nesses momentos de invasão de mentes que as coisas mais sinistras ocorrem. Pela falta de uma lógica existente nos últimos momentos de uma mente, em que o desespero toma conta da vítima por ver sua vida esvaziar-se, o caos aqui é garantido, assim como os anseios, medos e suas lembranças. 

Revivendo os piores momentos de uma mente quase morta.

Além do Devorador de Mentes, o detetive Lazarski conta com outras duas distintas visões que o permitem encontrar pistas. A Biovisão nos permite encontrar sinais de materiais genéticos humanos, por exemplo, como sangue, sêmen – acredite, encontramos isso – e digitais. Por outro lado, a Visão Eletromagnética possibilita a análise de aparelhos tecnológicos encontrados pelo prédio e pelas cenas dos crimes.

As investigações seguem o mesmo padrão do início ao fim em Observer: System Redux, mas em nenhum momento me encontrei entediado por conta disso. Sempre é necessário se locomover até uma cena do crime e analisar todo o ambiente com as duas visões, para que novos indícios sejam encontrados e o caso seja atualizado. Caso encontre um corpo, o Devorador de Mentes é utilizado para encontrar mais pistas. Durante esses momentos investigativos, os puzzles foram bem fracos e não são tão difíceis, porém, o grande desafio fica na locomoção pelo prédio, pois o local parece um verdadeiro labirinto e não possuímos mapas.

A experiência na velha geração 

A versão inicial de Observer: System Redux já contava com uma ambientação incrível com locais cheios de detalhes. Isso se manteve e ainda é muito bonito, sendo rico e atencioso naquilo que o torna um game Cyberpunk. O prédio que exploramos possui corredores que possuem muitas mobílias largadas, destruição, objetos caídos, locais inteiramente cibernéticos, enfim, uma classe social bem pobre. Essa versão traz melhorias gráficas, mas essa decisão não foi uma das melhores.

Semelhantemente a outros títulos com a mesma temática, a performance de Observer: System Redux no PS4 é inconstante. Já é normal do console da Sony parecer um avião ao rodar os títulos mais recentes, porém, aqui eu realmente achei que ele sairia voando. Brincadeiras à parte, fora essa barulheira causada, o game da Bloober Team sofre de constantes quedas de quadros e arrisco afirmar que 40% do tempo ele rodou abaixo de 30 fps. Por outro lado, não ocorreu nenhum crash e ainda foi possível finalizá-lo.

Ainda é bom, mas podia ser melhor

Observer: System Redux ainda brilha pela sua narrativa e ambientação que prendem quem o joga. Durante minha experiência, não consegui tirar da mente os múltiplos casos que ainda não havia finalizado. Porém, também pensava no sofrimento que seria voltar a uma experiência bonita, mas um tanto quanto travada. Essa versão foi feita idealizando originalmente os consoles de nova geração, portanto, é questionável se a antiga realmente tinha o que era necessário para rodar bem. Talvez, apenas as adições de novos casos e melhorias nas mecânicas já estariam de bom tamanho.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Observer: System Redux

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • História instigante do início ao fim
  • Casos interessantes
  • Ambientação fenomenal

Contras

  • Performance inconstante
  • Puzzles pouco desafiadores