Oddworld: Abe’s Oddysee é um dos únicos jogos que comecei na minha infância e não consegui finalizar até hoje. Ainda tenho um grande sentimento de débito com esse jogo.
Então, sabendo que poderia dar uma nova chance à franquia, joguei Oddworld: Munch’s Oddysee. Vamos ver minhas experiências nesse texto.
Desenvolvimento: Oddworld Inhabitants Inc.
Edição: Oddworld Inhabitants Inc.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação, Puzzle, Aventura
Classificação indicativa: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: 12 horas (campanha) / 15 horas (100%)
História que vale a pena
Quero começar com uma afirmação: Munch’s Oddysee tem problemas, muitos problemas, que elencarei posteriormente. A narrativa e sua história, entretanto, estão totalmente fora dessa lista de problemas, de uma forma bem distante.
Para quem não sabe, a franquia Oddworld é conhecida pelo seu enredo aprofundado, uma narrativa detalhista com críticas sociais excelentes, dignas de vários prêmios e ganhadora de alguns troféus que já estão no expositor dos desenvolvedores.
Continuando com a pegada de crítica social, Munch’s Oddysee é a continuação direta de Oddworld: Abe’s Exoddus. Os Glukkons, uma das espécies da franquia, estavam explorando a raça de Munch, os Gabbits, até o Munch ser o último de sua espécie.
Como os Glukkons tem um grande hábito de fumar, eles transplantavam os pulmões dos Gabbits em si mesmos, além de se alimentarem de seus ovos em forma de caviar.
Durante algumas experiências que estavam fazendo em Munch, ele acordou com ajuda de umas criaturinhas chamadas Fuzzles e teve a oportunidade de se libertar de sua prisão.
Enquanto isso, Abe, já considerado um herói depois do primeiro e segundo jogo, recebeu um chamado misterioso para ajudar Munch a recuperar os últimos ovos tanto dos Gabbits quanto de sua própria raça, os Mudokon.
Depois de se encontrarem, ambos se juntam e formam uma dupla para resolver os mais terríveis quebra-cabeças e salvar a maior quantidade de aliados para recuperarem a chance de salvarem sua espécie, enquanto a história do jogo continua tratando algumas críticas sociais com o típico humor que somente Oddworld possui.
Jogabilidade ultrapassada
Oddworld: Munch’s Oddysee é um collectathon. Para quem não sabe, os jogos de collectathon são bem isso que o nome sugere, em que o princípio básico é coletar coisas. A Odisseia de Munch, entretanto, mistura esse gênero com quebra-cabeças e plataformas.
A maior diferença é que o jogador dificilmente ataca diretamente seus inimigos, mas manda outros personagens atacarem, pois os botões de ações do jogo são apenas falas.
Para superar as fases do jogo, além dos desafios de plataforma e quebra-cabeças, os personagens devem dialogar utilizando os botões de ação e fazer com que os aliados, tanto outros Mudokon como os Fuzzles, lutem para ele.
Aqui existe uma quantidade absurda de avisos, dicas, placas, tutoriais, de forma a corrigir um game design nada intuitivo, elevando ao extremo a forma dos dois primeiros jogos de ensinar a jogar.
Outra questão que irrita é o mau uso do botão B como o comando contextual, pois deixa de depender do contexto e passa a ser o único botão de interação, gerando muita confusão.
Munch’s Oddysee para Switch é apenas uma versão remasterizada em alta qualidade. Ou seja, todos os problemas de jogos antigos com jogabilidade em três dimensões foram mantidos. Um problema recorrente é a falta de precisão nos saltos, que aqui simplesmente repete o mesmo erro.
Um ponto positivo de sua jogabilidade? Tanto Abe quanto Munch correm bem rápido, eliminando a sensação de lentidão da jogabilidade.
Precisamos de um remake
Oddworld: Munch’s Oddysee não merecia ter sido remasterizado. Ele merece ser refeito, nos moldes do remake do primeiro jogo, o New ‘n’ Tasty! – Oddworld: Abe’s Oddysee. Dessa forma, os problemas de jogabilidade somente continuaram, e são tão grandes que não justificam o sofrimento para desfrutar a história.
Recomendo para quem quer se desafiar, para quem gosta de jogos com a jogabilidade travada dos games antigos, e para quem quer muito conhecer e jogar sua história.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Samuel Leão