Capa do jogo

Review Paperman: Adventure Delivered (PC) –  Um Collectathon das antigas, para o bem e para o mal 

Paperman: Adventure Delivered traz de volta aquela sensação boa de jogar um game despretensioso, mas que logo se esvai por conta de seus problemas. 

Desenvolvimento: Secret Item Games

Distribuição: Mindscape

Jogadores: 1-4 (local)

Gênero: Ação, Aventura

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox Series S|X, Xbox One

Duração: Sem registros

De boas intenções o inferno está cheio

Scrolly em ação.

Paperman: Adventure Delivered é um jogo de ação e aventura em um estilo bem específico chamado Collectathon, no qual nosso objetivo é passar de fase pegando o máximo de itens disponíveis que pudermos achar. Para isso, podemos usar quatro personagens com habilidades diferentes para conseguir resolver os desafios que as fases pedem – que possuem um bom design de nível, diga-se de passagem. 

Mas, daqui em diante, só sobram problemas. A câmera do jogo é terrível, se mexendo em momentos em que não deveria mexer, ou, às vezes, simplesmente travando e impedindo o jogador de ver o que está acontecendo à sua volta, deixando-o vulnerável a ataques inimigos e impedindo-o de se sair bem em momentos que pedem precisão.

Não temos opções de controle de câmera e, muitas vezes, temos que matar nosso personagem para que a câmera volte ao normal. O uso dos personagens também é um pouco problemático, pois senti uma leve diferença de tempo entre o comando no controle e ação dos personagens. 

Carl, um dos personagens, é o responsável pela parte “pesada” da jogatina, carregando caixas e outros objetos do tipo. Porém, sua habilidade especial travava quando era utilizada para realizar alguma ação,  e isso me obrigava a matar o personagem para que, só assim, a habilidade dele funcionasse.

Exemplo de puzzles que temos no jogo

Outro ponto complicado de Paperman diz respeito aos pontos de controle. No jogo, somos lançados em uma área enorme, onde devemos pegar os diversos itens escondidos e, ao final, derrotar o chefe e passar de fase. Como os níveis são muito grandes, temos acesso a vários pontos de controle durante eles, evitando com que tenhamos que começar do início da fase quando somos derrotados.

Porém, se sairmos do jogo sem completar essa fase, ao voltarmos, temos que começar a área do zero, embora os itens já adquiridos sejam conservados. Particularmente, esta decisão é um tiro no pé para o ritmo do jogo, pois nem sempre os jogadores têm tempo de passar uma fase inteira pegando os itens de uma só vez.

Exemplo do modo multiplayer

Fazer com que os jogadores sempre tenham que recomeçar tudo novamente torna Paperman um jogo chato e burocrático. No que diz respeito ao modo de dois ou mais jogadores, não há o que reclamar, visto que o jogo funciona bem, mas também não o melhora. A impressão que a jogabilidade apresentada por Paperman nos dá é de que estamos diante de um jogo de aventura lançado há 20 anos atrás. Uma pena.

Uma vibe legal

Os gráficos do jogo são bons, mas a falta de polimento é perceptível, principalmente nos cenários. Quase sempre, por culpa da câmera, alguns itens do cenário ficam “vazados”, parecendo um jogo de aventura que jogamos lá na quinta geração de consoles, como o primeiro Playstation e Nintendo 64, por exemplo.

Apesar disso, a direção de arte é simples e singela. A Secret Item Games levou a ideia de ser um jogo livre para todos os públicos à risca. Todos os cenários são bonitos e cheios de cor, além do design dos personagens serem extremamente carismáticos, fazendo jus a um bom Collectathon, como Banjo-Kazooie, por exemplo. A trilha sonora do jogo fica na média, pois não há nada que se sobressaia nela. No entanto, ela é funcional, visto que as faixas combinam com a sensação que o jogo quer passar, assim como a temática de cada área. 

Correios ao resgate

Em Paperman, somos apresentados a quatro personagens: Paperman, o líder de grupo e, como o próprio nome sugere, entrega cartas para todos; Express, uma cartinha extremamente rápida e ousada; Scrolly, um simpático pergaminho que, por sua leveza, consegue flutuar, e Carl, os músculos do grupo.

Juntos, eles têm a missão de recuperar toda a correspondência e as valiosas letras douradas, que foram roubadas por um dragão ganancioso que quer tudo para si. 

Como se pode perceber, a história de Paperman é extremamente simples. Porém, não considero um demérito, já que o jogo foi feito pensando em todos os públicos, inclusive o infantil. Infelizmente, se não fosse pelos problemas de jogabilidade, esse poderia ser um ótimo primeiro jogo para uma criança.

Potencial desperdiçado 

Paperman: Adventure Delivered é um jogo extremamente carismático e cheio de boas intenções, lembrando os jogos lançados pela produtora Rare nos anos 90. Porém, sua jogabilidade deficitária faz com que o game seja chato e burocrático.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Paperman: Adventure Delivered

4.5

Nota final

4.5/10

Prós

  • Conceito simpático e acessível
  • Bom design de personagem

Contras

  • Câmera ruim
  • Jogabilidade burocrática
  • Bugs