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Review Persona 3 Portable (Xbox One) – A reformulação para o sucesso

Persona 3 Portable é um título que possui quase tudo aquilo que foi visto no quinto jogo. Aqui, você encontrará a introdução de mecânicas e aparatos narrativos que moldaram a identidade atual da franquia. O maior exemplo é a divisão entre um simulador de vida adolescente e um RPG de turnos. No entanto, essa reformulação na série também correu riscos e trouxe problemas que arrastam o objetivo e que fazem Persona 3 ter envelhecido mal.

Desenvolvimento: ATLUS

Distribuição: SEGA

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG, Simulador

Classificação: 16 anos

Português: Não

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 65,5 horas (campanha)/126 horas (100%)

Personas e relacionamentos

SEES é nosso primeiro Link Social.

O protagonista mudo de Persona 3, ao chegar no dormitório, é recrutado pela SEES, um grupo extracurricular especializado que lida com eventos sobrenaturais. Todo dia, entre a meia-noite e o outro dia ocorre a Dark Hour, uma realidade paralela que causa uma doença nas pessoas, a escola é transformada na torre gigante Tartarus e traz sombras para o nosso mundo. Desta forma, a SEES é o nosso primeiro Link Social em Persona 3, que influencia diretamente em nossas Personas e são representadas por cartas de Tarot.

Para melhorar os Links Sociais, é preciso sair sempre que possível com pessoas de um grupo. O grande ponto forte dos relacionamentos são as histórias e a possibilidade de iniciar um romance. Não é difícil se apegar a esses personagens. Um exemplo ótimo disso é o Link Social com Kazushi Miyamoto do grupo de Kendo, no qual descobrimos o porquê ele se sacrifica tanto em seus treinos. No entanto, não é possível ter relacionamentos homossexuais. 

Cada Link Social representa um tipo de Persona.

Por outro lado, existem pessoas que exigem um grande nível de Status Social para criar um relacionamento. Exemplo: para sair com a Mitsuro Kirijo, uma das fundadoras do SEES, é preciso ter o conhecimento de um gênio. Portanto, é necessário estudar sempre que possível ou responder perguntas corretas durante as aulas. Outros personagens podem exigir muita coragem ou charme para interação, o que leva a novas Personas.

Limitações e repetições

O topo sombrio do Tartarus.

Após manter a vida normal de um adolescente durante o dia, as noites em Persona 3 são reservadas para entrar no Tartarus, um pilar importante para a história. A torre é dividida em blocos, com cada um deles possuindo andares que mudam sempre que entramos. Porém, mesmo parecendo uma boa proposta que remove a mesmice, os melhores adjetivos para descrever o Tartarus são: gigante, infinito e tedioso. 

Semelhantemente aos Mementos de Persona 5, o objetivo é encontrar escadas para ir ao próximo andar. Em alguns desses andares há guardiões que bloqueiam a passagem para a subida. Porém, há também portas no final de cada bloco que permanecem fechadas até o avanço da história. 

Apesar do design bem feito, ele se repete muito.

Chegar até tal ponto pode não ser um desafio, mas certamente passa a sensação de infinito. Os blocos possuem designs únicos, contudo, depois de subir vinte andares com o mesmo design, tudo parecerá interminável. Além disso, há missões secundárias que exigem perambular novamente os mesmos andares à procura de pessoas e itens. Caso não faça isso ou fique à toa no Tartarus lutando, você provavelmente enfrentará os chefes com seus personagens em um nível bem inferior. 

Lutando sem muitas recompensas

Uma oportunidade de All-Out Attack!.

No combate por turnos, Persona 3 Portable não é muito diferente do que já é visto e ainda é ótimo para mim. O importante é explorar as fraquezas de inimigos em elementos e tipos de ataque. Ao conseguir tal proeza, o inimigo fica atordoado e recebemos um One-More. Essa mecânica foi introduzida aqui, e nos permite atacar novamente. Porém, caso todos os inimigos fiquem atordoados, podemos realizar um All-Out Attack, no qual todos os aliados atacam ao mesmo tempo. 

É na finalização das batalhas com um All-Out Attack ou com o protagonista que conquistamos um Shuffle Time. A aquisição de mais dinheiro, experiência e armas pode ser feita aqui através de um jogo de memorizar cartas. Entretanto, o prêmio principal, e o mais frustrante, são as Personas. 

O Shuffle Time e suas recompensas.

As Personas que encontramos nos Shuffle Time são sempre muito simples e, conforme avançamos no Tartarus, elas não parecem evoluir muito. A Pixie é a Persona mais simples e fraca, e ela continua aparecendo até no centésimo andar. Desta forma, é necessário sempre encher o coração de Personas e ficar evoluindo através de fusões com o Igor na Velvet Room, o que demanda tempo e exploração repetitiva.

Entre acertos e erros não definitivos

Persona 3 Portable é um título que introduziu tudo aquilo que gostei em Persona 5. Porém, é notório que existem pontos que, por sorte, não permaneceram na franquia. Diante destes problemas, como a exploração do Tartarus e sua extrema repetitividade, aconselho Persona 3 Portable só para aqueles que querem conhecer o início da fórmula que fez Persona ser um sucesso.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Persona 3 Portable

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Histórias secundárias de personagens
  • One-More é uma ótima adição
  • Narrativa sombria e densa
  • Combate já era bom

Contras

  • Design visual excessivamente repetitivo no Tartarus
  • Dificuldade em conseguir novas Personas
  • Grind necessário para avançar na história