Review Puzzletronics: Digital Infinite (PS4) – Uma série de enigmas viciantes e bem estruturada

Puzzletronics: Digital Infinite é um quebra-cabeça minimalista que traz mais de 130 fases com um único objetivo: construir circuitos funcionais utilizando todos os componentes que estão à disposição no tabuleiro. Mas não deixem se enganar pelo seu visual simples e música extremamente relaxante, pois sua atenção será bastante exigida.

Desenvolvimento: Naoka Games

Distribuição: QUByte Interactive

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Puzzle

Classificação: Livre

Português: Legendas e Interface

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 4 horas (100%)

Curto-circuito

A cada nova porta adicionada, as fases voltam a ser simples para explicar a sua funcionalidade antes de elevar a complexidade dos circuitos seguintes

Para que o jogador tenha uma noção do que deve ser construído e solucionado, as telas de loading apresentam os diferentes tipos de peças e como elas influenciam no circuito construído. Em suma, é necessário que seja estabelecida uma conexão entre o botão, ou botões nas fases mais avançadas, e o sinal final, que deve ser ativado para que a fase seja concluída.

Primeiro começamos com peças simples, retas e curvas, que apenas conduzem a corrente entre as extremidades. Com o passar do tempo, novas portas são adicionadas, como curvas mais estreitas, chaves que unem correntes vindas de direções diferentes, triângulos que representam intervalos alternativos no trajeto e trechos que variam a altura da rota, alterando ela de estreita para larga, e vice-versa.

Não basta organizar as peças, mas o uso de lógica para coordenar os botões também é necessário

Cada novo elemento ganha uma explicação introdutória, que pode ser um pouco complicada ao ler, já que o texto se assemelha bastante a uma especificação técnica. Entretanto, sempre que a peça introduzida precisa ter sua funcionalidade compreendida, o jogador passa por uma série de quatro ou cinco estágios simplificados, o que desfaz de maneira rápida qualquer confusão causada pelo texto.

A grande graça que torna os quebra-cabeças avançados divertidos é o desafio de não só constituir o circuito com todos elementos do tabuleiro, mas também pensar qual a maneira mais eficaz de acender a peça terminal e quais as combinações de botões necessárias para que o objetivo final seja alcançado. Como algumas peças podem ter orientações iguais e funções diferentes, a gama de possibilidades é inúmera.

Não há muito o que falar do aspecto visual em um jogo desse tipo, mas algo que pode incomodar um pouco em alguns casos é a impossibilidade de girar a câmera para se ter uma perspectiva mais ampla do tabuleiro. Outro ponto de atenção é a seleção de peças, que pode não responder da maneira adequada.

Um quebra-cabeça pode ter mais de um tipo de resolução, por isso preste muita atenção na sequência de portas usadas

Isso acontece pois, como Puzzletronics já havia sido lançado para PC há um tempo, a seleção era feita livremente com o mouse. No caso dos consoles, como do PS4 utilizado para essa análise, a escolha é um pouco imprecisa, pois, independente de ser utilizado o direcional digital ou analógico, a orientação visual, na diagonal, causa uma certa confusão, mas não é nada que não dê para se acostumar.

Dinâmico, simples e bem construído

Para quem é fã de quebra-cabeças objetivos, sem a necessidade de longos tutoriais ou até uma narrativa para justificar o porquê de fazer cada ação, Puzzletronics: Digital Infinite é a opção perfeita, apresentando uma grande variedade de enigmas sem inventar muito e a um baixo custo. Tudo isso torna suas falhas bem passáveis e até insignificantes.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Puzzletronics: Digital Infinite

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Mais de 130 fases
  • A cada nova peça adicionada, a complexidade dos enigmas aumenta sem se tornar injusta
  • É muito simples de entender as diversas funcionalidades na prática
  • Seu preço é bastante convidativo

Contras

  • A câmera não pode ser movimentada
  • Escolher as peças no controle do console não responde de maneira adequada em alguns momentos
  • A música relaxante pode se tornar enjoativa após uma longa sessão de jogo
  • Os textos de explicação são um pouco prolixos