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Review Q-YO Blaster (PS4) – Um shooter fora da caixinha

Quando pegamos um shoot ‘em up, já meio que esperamos aquela receita de bolo bem manjada: escolhemos uma nave, exterminamos hordas infindáveis de inimigos e finalizamos na derradeira batalha contra um chefe. Q-YO Blaster não reinventa a roda, mas com certeza traz um pouco de carisma ao gênero, com visuais coloridos e criaturas mais criativas e cativantes. 

Desenvolvimento: Robot Black Hat

Distribuição: Forever Entertainment

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Arcade, Shooter

Classificação: 10 anos

Português: Não

Plataforma: PC, PS4, Switch, Xbox One

Duração: 30 minutos (campanha)/40 minutos (100%)

Pilote um hamster, um panda ou uma bruxa

A história aqui é bastante genérica: um ser qualquer acordou um alienígena qualquer que representa uma grande ameaça, e agora três esquadrões enviam seus melhores pilotos para lidar com esse perigo. Essa é a justificativa para o total de 15 personagens disponíveis para serem escolhidos, cinco de cada esquadrão. Apesar dessa variedade, eles tem uma jogabilidade bastante parecida, com suas mudanças estéticas sendo mais chamativas, desde a aparência de cada integrante do elenco até o formato único dos seus projéteis.

E é no visual que Q-YO Blaster te ganha. Não só os personagens têm visuais bacanas, mas o jogo como um todo também. Podemos escolher robôs, magos, bruxas e até animais. Sério: quem nunca quis percorrer os céus com um panda fofo ou um hamster fulo da vida, para encher ondas de inimigos estranhos de tiro? E por falar em inimigos, eles também merecem seu crédito, pois são igualmente chamativos. Aviões coloridos com comandantes enlouquecidos, joaninhas amarradas em foguetes, alienígenas: tem de tudo um pouco em uma mistura animada e divertida que confere um charme único e cativante.

Entretanto, mesmo com um visual tão chamativo, não dá para deixar passar que o estilo de arte escolhido é bastante simples. Atualmente, não é difícil ter à disposição outros títulos que utilizam o mesmo estilo artístico, mas aplicado de maneira mais competente. Isso não compromete o jogo em si, mas as cutscenes, por exemplo, não são nada atrativas e ficam com legendas ruins de serem compreendidas. Logo, isso resulta no não entendimento da história, que por si só já é bastante descartável.

Vai bala aí? 

Se a história em si não é tão chamativa, pelo menos a ação consegue compensar… em partes. Os controles são bem simples e básicos para o gênero. Podemos atirar, usar um ataque especial e um “pulso”, que é uma onda que transforma todos os projéteis inimigos, que não são poucos, em cristais que servem para encher nossa barra especial, além de nos movimentar pela tela livremente. E acredite, Q-YO Blaster fará você usar cada uma dessas ao extremo, pois todos aqueles que investem contra você não darão trégua, o que é ótimo para um shooter. A ação é frenética e crescente em cada uma das fases e podemos coletar power ups para modificar nossos tiros e deixá-los mais fortes.

Porém, é meio frustrante ter um rol com 15 personagens e todos eles disporem dos dois mesmos tipos de ataques especiais, que podem ser uma grande rajada ou um escudo temporário. Além disso, as batalhas contra chefes têm um salto na dificuldade um tanto quanto desigual. Por exemplo: os primeiros cinco têm padrões de ataque bastante claros e com pausas específicas para que o jogador consiga planejar sua estratégia de ataque. Os dois últimos já aplicam um ritmo diferenciado, o que nos deixa meio perdidos e leva todas as nossas vidas embora nas primeiras tentativas. Ainda assim, elas não deixam de ser divertidas.

E sim, o jogo é bem rápido, podendo ser concluído por volta de 30 minutos. Suas fases são curtas e, se por um lado evita que ele se torne cansativo, por outro fica uma impressão de que tudo acabou de maneira apressada. Por fim, um último incômodo na jogabilidade é que, pelo menos na versão de PlayStation 4, em todo início de fase acontecem umas engasgadas e elas só cessam depois de alguns segundos de ação. Isso sempre ocorre, independente do personagem escolhido ou do número de elementos presentes ao mesmo tempo na tela.

Pena que dura pouco

Mesmo com seus defeitos, Q-YO Blaster é bastante divertido e, infelizmente, é uma pena que tenha pouco conteúdo. No fim, nem parece que é válido jogá-lo novamente só para usar um personagem diferente. Até mesmo seu preço baixo em todas as plataformas que ele se encontra o fazem ser um produto bacana, e uma boa porta de entrada para quem quer conhecer melhor um “jogo de navinha” que não demanda reflexos tão rápidos. Porém, se você procura um desafio mais agudo, ele não irá te satisfazer.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong


Q-YO Blaster

7

Nota Final

7.0/10

Prós

  • Grande número de personagens
  • Visual criativo
  • Jogabilidade simples e fácil de dominar
  • As batalhas contra os chefes são bem divertidas

Contras

  • O estilo artístico é muito simples e por vezes mal feito
  • Todos os personagens têm os mesmos especiais
  • Leve travamentos em diversos momentos
  • Pouco conteúdo