Echo Generation Capa

Review Echo Generation (Xbox Series S) – O passado modernizado

RPGs de turnos normalmente são jogos bem batidos com mecânicas já vistas em outros produtos do gênero, e é preciso fazer algo para se destacar nesse meio. Nem sempre é necessário trazer ideias tidas a partir do zero, mas talvez a resposta para o que procuramos seja uma mistura de boas execuções. Echo Generation é um indie que se encaixa perfeitamente nesse modelo.

Desenvolvimento: Cococucumber
Distribuição: Cococucumber
Jogadores: 1 (local )
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração7 horas (campanha)/10.5 horas (100%)

Olá, Maple Town

A área urbana de Maple Town
A área urbana de Maple Town

Diretamente do Canadá, em Echo Generation somos introduzidos à uma história de ficção científica e uma ambientação de terror sobrenatural em vários trechos. Em uma cidadezinha pequena do interior dessa gélida terra, incorporamos um personagem de sexo às sua escolha, assim como sua aparência que permite ser escolhida dentre as opções predefinidas na criação do protagonista. As primeiras missões são bem bobinhas e simplistas, com esse escopo raso apenas para apresentar as mecânicas básicas – o que funciona muito bem.

Nos primeiros minutos, lutaremos com animais falantes, com aparências “blocudas” assim como todo o resto do universo de Echo Generation. Os visuais lembram bastante Minecraft, enquanto que a atmosfera remete bastante ao clássico Earthbound (Mother) de SNES. Muito do cenário, músicas e elementos (como fitas cassetes) do jogo em si são homenagem aos anos 80, época em que o sci-fi estava mais em alta do que nunca e alienígenas era um assunto comum na boca do povo.

Combates são por turnos, mas interativos
Combates são por turnos, mas interativos

Após finalizarmos as tarefas iniciais, aprendemos que podemos recrutar personagens para nossa equipe, e a primeira de todas é nossa irmãzinha Lily. Mais a frente, também recebemos em nosso time animais de estimação, os quais não podem utilizar itens, mas sim apenas atacar e fazer uso de habilidades. E falando em combate, os golpes desferidos e defendidos aqui são completamente interativos e tomam emprestado claros elementos de Paper Mario, como o pressionar de um botão em um tempo específico para aumentar o dano executado ou recebido. Habilidades funcionam da mesma forma, e exigem uma boa precisão e atenção por parte do jogador para que seus efeitos sejam aplicados com sucesso, como o sangramento, envenenamento e afins.

A forma como adquirimos habilidades novas também é bem interessante e remete aos velhos tempos, e se faz necessário coletarmos ou compramos gibis, feitos especialmente para cada personagem, para que sejam equipados em cada membro da equipe como um golpe novo. Ou seja, as habilidades não podem ser aprendidas, mas sim devem ser encontradas e adquiridas. Quando as usamos, elas também apresentam um minigame diferente cada, exigindo novamente a atenção para pressionar o botão no momento exato. O problema é que isso gera uma tentativa e erro inicialmente frustrante, assim como a falta de direção e clareza em termos de missões e enredo, como dito anteriormente.

Frustrações e decisões ruins

Subindo de level

Várias missões estão disponíveis, mas não existe um registro de quais estamos fazendo, o que precisamos para completar cada uma e coisas do tipo. O mesmo acontece em relação à história principal, na que não sabemos de onde viemos, para onde vamos e qual o objetivo atual. Echo Generation é um jogo bastante divertido, mas acaba se perdendo ao deixar de ser tão claro. O mesmo acontece com alguns itens chave, os quais são obtidos ou encontrados de maneiras que eu sequer esperava.

Outro defeito é o grinding, o qual acaba sendo um dos maiores inimigos de títulos desse gênero. Os combates passam a sensação de serem bem desbalanceados, sem contar com o fato de que demora um bocado até para que possamos ter acesso às lojas de Echo Generation.

Loja demora muito pra ficar disponível
Loja demora muito pra ficar disponível

Os itens de cura e de efeitos positivos são bem escassos no início e, uma vez que o game não permita o save manual, as opções são duas: reiniciar o progresso a partir do último ponto de controle com a saúde de todos extremamente prejudicado, ou então simplesmente voltar ao menu principal para carregar o salvamento antes de sermos derrotados pelo inimigo. Foram várias as vezes que me vi tentando novamente uma batalha difícil utilizando esse apetrecho, sem falar que não há uma opção de diminuição de dificuldade em local nenhum.

Um mapa e o recurso de viagem rápida também são inexistentes, então boa sorte ao andar por aí sabendo onde se encontra seu próximo objetivo, ou mesmo para simplesmente alcançar outro cenário sem ter que fazer o caminho todo novamente.

Completamente admirável, mas um tanto quanto injusto

Echo Generation é um produto que pega emprestado ideias de vários lugares e transforma em algo extremamente divertido. Apesar disso, os pontos positivos falam bem mais alto do que os negativos se formos colocar na balança. Felizmente a solução não é complicada, e exigirá um pouco de trabalho por parte dos desenvolvedores ao criar pacotes de atualização que possam nos adicionar um mapa, viagem rápida, registro de missões e da história em si, como também um seletor de dificuldades para o combate que se mostra razoavelmente injusto.

Os elementos de RPG interativo dão uma aula de como fazer um combate na pegada de Paper Mario com bastante qualidade, então palmas para os criadores desse indie tão inspirado nos anos 80 que esbanja qualidade. Em suma, dê uma chance a Echo Generation e venha conhecer Maple Town.

Cópia de Xbox Series S cedida pela produtores

Echo Generation

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Combate interativo divertidíssimo
  • Recrutamento de pets
  • Ambientação sensacional
  • Personagem personalizável (de certa forma)

Contras

  • Grinding
  • Desbalanceamento de combate
  • Loja de itens demora pra ficar disponível
  • Falta de mapa
  • Sem fast travel/viagem rápida