Inspirado em clássicos como God of War e Prince of Persia, Raji: an Ancient Epic nasceu no Kickstarter e apresenta uma grande aventura. Até onde o amor de uma irmã pelo seu irmão mais novo pode chegar? O primeiro projeto do estúdio Nodding Heads Games nos mostra uma cultura pouco explorada no mundo dos games, a hindu.
Desenvolvimento: Nodding Heads Games
Distribuição: Super.com
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação indicativa: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch e PC
Duração: 4 horas (história)/6 horas (100%)
Raji, desperte
Logo no início somos apresentados à Raji, uma acrobata que acompanhada de seu irmão Golu vivem se apresentando em praças e ruas indianas. De repente demônios antigos surgem e acabam sequestrando as crianças da vila, entre elas Golu. Dias após o ocorrido, Raji acorda e é guiada indiretamente pelos deuses, e deve ir ao encontro dos seres malignos, resgatar seu irmão e impedir que um mal maior paire sobre toda a Índia.
O enredo é recheado de informações sobre a mitologia hindu. À medida que avançamos novos deuses são apresentados, tradições são inseridas e nossa curiosidade para descobrir o que está por trás da história de Raji e Golu só aumenta. Infelizmente, a conclusão não é satisfatória e nos deixa com um leve gosto amargo na boca.
A arte está presente em cada esquina
Em Raji: an Ancient Epic somos transportados para um mundo cheio de perigos, desafios e muita beleza. Do início ao fim notamos o carinho e a atenção que os desenvolvedores tiveram durante a criação das fases. Cada cenário tem sua própria identidade, de ruínas à grandes desertos, cada m² conta uma história, seja ela de devoção ou sofrimento, todos os ambientes são capazes de extrair nossos mais sinceros sentimentos.
Outro ponto que deve ser elogiado é sua trilha sonora. Com músicas muito bem encaixadas, Raji: an Ancient Epic equilibra perfeitamente os níveis de tensão. Durante os combates a música nos estimula e em momentos cruciais ela nos aproxima cada vez mais de Raji e sua dor pela perda de seu irmão.
As cutscenes de Raji: an Ancient Epic não ficam para trás. Com um estilo de manipulação de fantoches de sombras, todos os acontecimentos são narrados por Durga, deusa superior do hinduísmo e Vishnu, o responsável pelo equilíbrio do universo. Embora Raji não os escute, a todo momento somos agraciados por suas bênçãos que nos ajudarão a concluir nossa jornada.
O combate tem seus defeitos
Em Raji: an Ancient Epic, enfrentamos uma variedade considerável de inimigos. Eles não são memoráveis e nem difíceis de serem batidos, pois possuem apenas 1 ou 2 padrões de ataque. A única coisa que dificulta o combate é o fato de não existir um botão de defesa, o que podemos fazer é saltar e esquivar a todo momento, torcendo para não sermos atingidos por um golpe inesperado. Somente uma arma nos dá a “habilidade de defesa”, que por sua vez só é coletada em um estágio avançado do jogo.
Falando em armas, contamos apenas com quatro. Entre elas uma lança e um arco e flecha. Os combos não são variados e não existe uma arma certa para cada inimigo. Podemos eliminá-los da maneira que julgarmos mais fácil. Os golpes podem ser resumidos em ataques aéreos e terrestres. Ao longo do caminho encontraremos urnas com um ponto de habilidade para aumentarmos as vantagens que os deuses nos proporcionarão durante os combates como, por exemplo, um raio congelante que imobiliza todos os inimigos próximos.
Não é perfeito, mas merece nossa atenção
Raji: an Ancient Epic não é uma maravilha, nem mesmo um primor técnico. Algumas vezes me deparei com pequenos bugs gráficos nas texturas e lentidão na renderização de alguns cenários. Nada que influencie na jogatina. O único problema que afetou diretamente meu progresso aconteceu durante o cenário do Templo de Água. Eu precisava descer um elevador para chegar até o objetivo, depois de descer acabei morrendo. O jogo salvou o progresso automaticamente e quando carregou eu estava no andar de cima e o elevador no andar de baixo. Com isso não pude avançar, tentei carregar o save anterior, reiniciei o jogo mas nada adiantou. Tive então que reiniciar a campanha e isso me frustrou muito, mas não aconteceu novamente.
Já em relação aos gráficos, trilha sonora, ambientação e enredo, nos sentimos completamente inseridos na cultura indiana, desenvolvendo uma grande empatia por Raji, Golu e os demais seres que interagem conosco. Este jogo é uma ótima pedida para quem busca um game que explore novas culturas e religiões.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong