Jogos de corrida, no geral, sempre me prendem por diferentes motivos. A sensação de melhorar os tempos nas pistas, fazendo curvas mais precisas e freando no momento certo, é incrível. Dirigir carros é algo que se traduz muito bem da vida real para o videogame. Atualmente, esses jogos se dividem entre simuladores complexos e caros, que tentam replicar todos os aspectos da realidade, e experiências mais arcade, que não focam no realismo total, mas em aspectos específicos do esporte.
Desenvolvimento: NETK2GAMES
Distribuição: NETK2GAMES
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Corrida
Classificação: Livre
Português: Interface
Plataforma: PC
Duração: Sem registros
Estabelecendo nosso tempo

Com essa expectativa em mente, Rally Arcade Classics, como o próprio nome sugere, oferece um controle mais simples. As técnicas clássicas de curvas do rally não são tão necessárias aqui, o que apesar do desafio menor, me agradou. O foco está no domínio das curvas e na busca pelo melhor traçado nas pistas para alcançar tempos melhores, o que proporciona uma sensação muito satisfatória. No entanto, não espere simulações realistas de danos ao veículo ou cenas de carros capotando. A física aqui mantém os jogadores bem presos ao chão, com poucos saltos, diferentemente de outros títulos.
Os carros presentes no jogo representam os clássicos do mundo das corridas off-road. Para quem acompanha ou já acompanhou a categoria, é pura nostalgia. Porém, eles não possuem licenças originais para os nomes dos modelos e marcas, então vemos nomes como Kopper e Paigot entre os veículos disponíveis – compreensível devido ao escopo do projeto e o custo para adicionar esse tipo de licença. A seleção de carros é ampla e escala bem conforme o jogador avança, embora alcançar níveis mais altos exija bastante dedicação. Apesar disso, o aspecto de customização e ajustes finos é deixado de lado, limitando-se apenas a simples mudanças de cores.
E como eu faço para ter mais carros?

Outro aspecto importante para mim nesse gênero é a progressão do jogo: como obtenho novos carros e pistas? Em Rally Arcade Classics, é necessário completar desafios curtos contra o tempo para obter uma licença e desbloquear o próximo nível de fases. Após concluir alguns desafios na mesma categoria, o jogador ganha estrelas, que são usadas para liberar novas licenças. Esse é o ciclo básico de progressão.
Além disso, os eventos concedem moedas, que podem ser usadas para comprar novos carros — desde que eles também tenham sido desbloqueados pelas estrelas. Esse sistema funciona bem nos primeiros níveis, mas, após a segunda licença, torna-se maçante. O jogador precisa de muitas estrelas, o que significa repetir eventos que acabam se tornando tediosos. Esse tipo de progressão é comum em jogos para celular, projetados para serem jogados em pequenas doses diárias, mas não funciona tão bem em títulos para consoles ou PC.
Para chegar em primeiro, primeiro você precisa chegar

O rally clássico, na vida real, é baseado apenas no tempo do piloto em determinado trecho de pista. No jogo, essa experiência está presente, embora limitada a trechos mais curtos nas primeiras licenças. Além disso, há modos de drift, em que o jogador ganha pontos por deslizar lateralmente, e modos com outros carros na pista.
No entanto, estes últimos proporcionam uma experiência inferior, pois a inteligência artificial dos oponentes é praticamente inexistente. Os carros seguem a pista em tempos pré-determinados, o que faz com que as corridas se resumam aos mesmos desafios contra o relógio, mas com um veículo atrapalhando o jogador no meio do caminho.
E no final…
Retomando a expectativa inicial, Rally Arcade Classics entrega uma experiência arcade que pode ser viciante, mas o sistema de progressão se torna monótono com o tempo. Em pequenas doses, o jogo pode ser um ótimo passatempo, especialmente para quem gosta de bater recordes e melhorar seus tempos. Conquistar todas as estrelas e troféus atinge aquela parte do cérebro que nos dá prazer imediato, mas a repetitividade pode afastar jogadores que buscam uma experiência mais profunda.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro