Goblin Slayer Nightmare Feast capa

Review Goblin Slayer Another Adventurer: Nightmare Feast (Switch) – RPG Tático bacana com Visual Novel chato

AVISO: Informamos que este jogo contém temas sugestivos em diálogos e cutscenes (as quais podem ser puladas), apesar de nada ser gráfico.

Desde seu lançamento no Japão, Goblin Slayer Another Adventurer: Nightmare Feast chamou minha atenção por causa da gameplay, mas infelizmente o game não foi lançado simultaneamente no ocidente. Fiquei esperando chegar por essas terras e, graças à Red Art Games, finalmente o jogo veio com suporte para inglês (pelo menos).

Desenvolvimento: APOLLOSOFT Inc., Mebius
Distribuição: RedArtGames
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Tabuleiro
Classificação: 16 anos (violência, temas sugestivos)
Português: Não
Plataformas: Switch, PC
Duração: 10 horas (campanha)

História lenta, mas decente

Aspecto de Visual Novel em cutscenes é bem chato
Aspecto de Visual Novel em cutscenes é bem chato

A narrativa é baseada no anime e se desenrola de forma bem devagar, com mais de uma hora de diálogos antes da primeira batalha real. Porém, todos são puláveis e você também pode deixar no automático. Fora que existe dublagem em japonês em algumas cenas.

Aqui você assume o papel de um aventureiro que retorna à sua cidade natal para se tornar o mestre da guilda local. Após relatos sobre goblins próximos ao castelo, parte para investigar e enfrenta um combate rápido antes de mais diálogos tomarem conta da tela.

Embora uma boa história seja sempre bem-vinda, esse ritmo pode cansar quem prefere ação imediata. Eu mesmo me peguei pulando várias cutscenes pra ir diretamente pras batalhas. Além disso, para avançar na campanha, é necessário completar missões secundárias, que funcionam como batalhas isoladas sem enredo, apenas com títulos genéricos como “Bandidos na Estrada.”

Combate tático e estratégico

Batalhas são divertidas e rápidas
Batalhas são divertidas e rápidas

As batalhas seguem o estilo clássico dos RPGs táticos e podem ser aceleradas. Você pode posicionar seu grupo no início da partida, movimentar os personagens livremente dentro do turno, atacar, usar itens e até alternar entre eles sem gastar todas as ações de uma vez, o que dá mais liberdade para planejar cada jogada. Sem falar que podemos voltar atrás no movimento de um personagem, o que é bem-vindo.

Outro elemento interessante é a possibilidade de posicionar armadilhas antes do combate, como cercas e armadilhas pra ursos. No entanto, a inteligência artificial dos inimigos raramente avança por conta própria, tornando essas estratégias menos úteis do que poderiam ser—a não ser que você bloqueie a passagem, aí sim eles passarão em cima das armadilhas.

No mais, há o sistema “Fate and Chance”, que adiciona efeitos aleatórios ao combate, como garantir golpes críticos ou aumentar a resistência a efeitos negativos. Os ataques especiais também fazem diferença, funcionando como habilidades poderosas que podem ser usadas uma vez por batalha. Lutadores causam grande dano, enquanto personagens de suporte, como sacerdotes, oferecem buffs e curas em área.

Elenco de personagens e progressão

Gráficos são Chibi em 2D com pixel art
Gráficos são Chibi em 2D com pixel art

A campanha traz cinco protagonistas e permite recrutar diversos aventureiros ao longo da jornada. No entanto, como o grupo inicial já é bem equilibrado, não há muito incentivo para testar os personagens secundários.

Os personagens principais do anime também aparecem na história e podem ser adicionados ao grupo, permitindo formar uma equipe de até 10 integrantes. Além disso, há um sistema de aprimoramento de equipamentos, permitindo fortalecer armas e armaduras no ferreiro entre uma batalha e outra.

Problemas técnicos e interface

Sistema de Grid te permite ver o campo e alcances
Sistema de Grid te permite ver o campo e alcances

Apesar de ser uma experiência divertida, há algumas falhas na interface e na tradução. A tela de título apresenta barras pretas nas laterais, e alguns menus ainda estão em japonês. O sistema de rolagem automática dos diálogos é inconsistente, sendo rápido demais em algumas cenas e lento em outras.

Outro problema está nas descrições de equipamentos, que frequentemente travam na primeira opção da lista, forçando o jogador a buscar informações em outro menu. Além disso, não há dublagem em inglês, o que pode ser um ponto negativo para quem prefere um áudio totalmente localizado. Legendas em português, então, nem pensar.

Após concluir a história principal, que dura cerca de 10 horas, algumas missões extras ficam disponíveis. Há uma curta campanha prequela, com três fases, além de um modo de exploração em ruínas, onde é possível obter equipamentos mais poderosos. No entanto, as missões secundárias perdem o sentido no pós-jogo, pois os inimigos são muito fracos para oferecer um desafio real.

Visual Novel com papagaida e tático legal

Goblin Slayer Another Adventurer: Nightmare Feast é mais um híbrido de visual novel e RPG tático do que um jogo de estratégia tradicional. O combate é bem feito, e a história, apesar de simples, consegue prender a atenção. Para fãs da série ou do gênero, vale a pena conferir. No entanto, quem busca um RPG tático mais profundo pode se frustrar com o excesso de diálogos e mecânicas pouco inovadoras, apesar de tudo ser possível de pular e ir direto pras batalhas.

Cópia de Switch cedida pelos produtores