O pacote Rhapsody: Marl Kingdom Chronicles traz dois jogos em seu conjunto: Rhapsody II: Ballad of the Little Princess e Rhapsody III: Memories of Marl Kingdom. O primeiro é a sequência direta de Rhapsody: A Musical Adventure e o segundo traz uma compilação de capítulos que aprofundam ainda mais os dois jogos da franquia ou explicam possíveis pontos soltos nos roteiros. Dito isso, vamos por partes.
Desenvolvimento: Nippon Ichi Software
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PS5, PS4, Switch, PC
Duração: Rhapsody II: 14 horas (Campanha)/Rhapsody III: 24 horas (Campanha)
Uma aventura à la Disney
Rhapsody II: Ballad of the Little Princess é exatamente o mesmo jogo que foi lançado para o PlayStation original, com a diferença da possibilidade de ativar alguns filtros que mudam levemente a imagem, como a simulação de uma tela de tubo. Contudo, para mim, a imagem ficou melhor sem nada ativado, já que gosto de jogos pixelados.
Nossa protagonista é a jovem Kururu, ou a princesa de abóbora (uma piada com suas calças). Ela odeia ficar em casa e sempre foge para ter suas aventuras. Além disso, ela possui o mesmo poder que sua mãe: a habilidade de conversar com bonecos. Mas a jovem quer mesmo ter o mesmo destino que sua adorada genitora: encontrar um príncipe encantado e se casar (esse é basicamente o roteiro do primeiro jogo da franquia).
Em uma de suas escapulidas, ela encontra sua amiga, Crea, e passa a ter uma série de aventuras com ela. Tudo vai bem até que elas acabam topando com um poderoso dragão, e são salvas por Cello, em uma cena bastante parecida com a que aconteceu com sua mãe. Contudo, ele faz uma piada com as vestimentas da princesa, o que a faz odiá-lo imediatamente. É a partir daí que nossa aventura se desenrola, e vamos descobrindo muitas coisas sobre a protagonista e o mundo.
A evolução da história é muito boa, e a cada capítulo vamos conhecendo mais sobre o mundo e os desdobramentos das aventuras do primeiro jogo. As protagonistas são bastante carismáticas e a sensação que tive foi a de ver uma animação da Disney de antes dos anos 2000. Em alguns momentos elas largam tudo e começam a cantar, mas tudo de acordo com a história, sem causar estranheza.
O combate é em turnos, e é extremamente divertido e bem feito. É possível ativar um modo de ataques automáticos, e se treinarmos um pouco no começo, não é preciso nem se preocupar muito com as lutas. Sempre que derrotamos os inimigos, há uma pequena chance de que eles entrem pro nosso lado.
A partir daí eles viram puppets, e podemos equipá-los nos personagens. Eles vão subindo de nível junto com a gente, e com isso ganhando habilidades que podem ser usadas durante as lutas. Até 3 deles podem ser usados ao mesmo tempo, o que nos dá um bom aumento de atributos e uma boa gama de poderes.
No geral, Rhapsody II: Ballad of the Little Princess tem uma trilha sonora de extrema qualidade, com gráficos que, apesar de estarem datados, ainda são bons se levarmos em conta o período em que o game foi lançado, e traz uma história sólida com um bom desenvolvimento. O combate é o ponto alto do game, e é divertido explorar os muitos locais do jogo, já que sempre temos recompensas, como itens novos e equipamentos utilizáveis.
Tapando os buracos
Rhapsody III: Memories of Marl Kingdom vai no oposto da proposta dos games anteriores. Aqui, ao invés de termos uma história com começo, meio e fim, são selecionados determinados momentos dos primeiros dois jogos da franquia. Isso dá uma visão mais profunda e explicações do que estava acontecendo em determinados pontos da história. É basicamente como jogar um conteúdo que foi cortado previamente, o que é muito bom.
O combate é bastante parecido, mas ao invés de equipararmos os monstros, eles entram em campo e tomam o lugar de eventuais caídos. Ou seja, é possível ter um exército de até 16 membros. Podemos efetivamente controlar 4 deles por vez, mas eventualmente eles atacam. O mais legal é que eles são levados de um capítulo pro outro, mas é preciso estar no mesmo nível para poder trazê-lo, ou seja, se a personagem está no nível 10, pode trazer um monstro até nível 10, e por aí vai.
Os gráficos são muito melhores que os jogos anteriores, já que o game foi lançado originalmente para o PlayStation 2. Sua qualidade fica ótima mesmo sem nenhum filtro. A trilha sonora continua excelente. Mas confesso que a forma que vemos apenas momentos complementares da história não me animou muito, apesar de ver coisas que talvez não tenham sido mostradas nos games anteriores.
Um bom pacote
Traduzindo em miúdos, Rhapsody: Marl Kingdom Chronicles é uma coletânea com dois jogos, sendo os títulos dois e três da franquia. A segunda aventura, com a filha protagonista original, é ótima e retrata uma personagem bastante carismática com um combate bem feito, além de uma história com bom desenvolvimento. O terceiro jogo nos mostra alguns pontos da história que não haviam sido mostrados nos outros games, mas a forma usada para isso não foi das melhores. No geral, o pacote é excelente e vale muito a pena, principalmente se você gosta de jogos mais fofinhos, sem a necessidade de salvar o mundo de alguma terrível ameaça maligna.
Código de PS5 enviado pela produtora
Revisão: Julio Pinheiro