Rise of the Ronin capa

Review Rise of the Ronin (PS5) – Um exemplo de que menos é mais

Produzido pelo Team Ninja da Koei Tecmo como um exclusivo para PS5, Rise of the Ronin (ou, como a Sony chamou no Brasil, A Ascensão do Ronin) é um divertido jogo de samurai, ainda que precise de alguma dedicação para quem quiser aproveitar ao máximo.

Desenvolvimento: Team Ninja
Distribuição: Sony
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, aventura
Classificação: 12 anos
Português: Interface, legendas e dublagem
Plataformas: PS5
Duração: 20 horas (campanha)/70 horas (100%)

Chegou a hora de abrir as portas do Japão

Eu diria que Rise of the Ronin tem melhores cenários urbanos e Ghost of Tsushima, melhores cenários externos
Cenários são vastos e mapa possui muito conteúdo

Rise of the Ronin se passa durante meados do século 18, durante o período conhecido como Bakumatsu, que marca o final do isolamento do Japão em relação ao resto do mundo, incluindo a presença de diversas personalidades históricas durante a história. O enredo acompanha a história das Lâminas Gêmeas, dois personagens criados pelo jogador e seu envolvimento nessa história, em que você pode escolher se aliar ao xogunato ou às forças contrárias.

A primeira coisa que se pensa ao ver Rise of the Ronin é a semelhança com Ghost of Tsushima, um outro jogo da Sony. As semelhanças são latentes: são exclusivos do PlayStation ambientados no Japão (ainda que as histórias se passem em períodos com séculos de diferença) com uma gameplay de ação/aventura, controlando um samurai e viajando a cavalo em um mundo aberto. De fato, por mais que em uma segunda análise Ronin tenha sua própria personalidade e méritos, ainda fica a sensação de que a Sony poderia ter investido em um projeto AAA com temática diferente.

Escolha suas armas

Combate é diverso e divertido, ainda que seja difícil explorar todas as possibilidades

No início do jogo, você cria os seus dois personagens e escolhe suas duas armas principais, mas é possível trocá-las posteriormente. O combate é naturalmente um dos destaques do game e diverte, ainda que não seja nada extraordinário. Podemos alternar entre dois tipos de arma branca a qualquer momento e dois tipos de arma de fogo ou de arremesso. Também é possível usar um gancho, realizar parries (fundamentais para vencer algumas batalhas) e diversas outras ações, e tudo é muito personalizável – o que chega a ser um problema, como veremos em breve.

Após o prólogo, o jogador é inserido no mundo aberto, quando a aventura realmente começa. O mundo é relativamente grande e bastante denso – dificilmente você anda de um ponto a outro sem encontrar novas coisas para investigar no caminho. Tudo fica marcado no seu mapa e é fácil encontrar o que busca ou chegar até o local de uma missão. É possível viajar a pé, de cavalo, planador e se movimentar com o gancho. Materiais estão espalhados pelos cenários, que podem ser usados para confeccionar e aprimorar itens.

Muita coisa… mas muita coisa mesmo

São tantas atividades que é difícil se manter atento a todas elas
Mapa é grande e possui muitos tipos de atividades

Mas o principal sentimento que Rise of the Ronin passa é de ser um jogo sufocante. É massiva a quantidade de sistemas, mecânicas, possibilidades, missões, equipamentos, personagens, diálogos, itens… O número de tutoriais explicativos é imenso, e uma hora fica difícil ter paciência para aprender mais uma funcionalidade. Diversas dessas mecânicas interagem muito entre si, e seriam necessários vários textos maiores que essa análise para descrever tudo.

Dando apenas alguns exemplos, existem os chamados elos com personagens espalhados pelo mundo, semelhantes aos social links da série Persona, que influenciam diversos outros pontos. A árvore de habilidades é grande e confusa. Existe até um sistema de encontrar e fazer carinho em gatos espalhados pelo mapa, incluindo gatos ariscos que são mais difíceis de se aproximar, mas dão maiores recompensas. Enfim, é muita coisa que é apresentada constantemente a um ponto que pode intimidar o jogador, que vai precisar certamente de alguma dedicação para entender tudo.

Escolhas e consequências

Escolhas dependem das suas habilidades de retórica e tem vários consequências

Posto isso, quem conseguir se encontrar ao meio de tanto conteúdo certamente encontrará um ótimo jogo com muitas possibilidades e vasto conteúdo espalhado pelo mapa – a diferença de tempo entre apenas terminar a campanha ou fazer tudo no jogo é grande. A história também é afetada nisso tudo, com decisões de diálogos definindo futuras interações, com qual facção o jogador se aliará e implicando até mesmo no final do jogo. Além disso, há modos online, nos quais você pode se juntar a mais dois jogadores para cumprirem missões.

Tecnicamente, o jogo deixa um pouco a desejar, uma vez que é apresentado como um título de alto orçamento. O desempenho não é ideal, mas os gráficos não são feios, ainda que claramente sejam inferiores ao que os consoles atuais podem proporcionar. Falta polimento em animações e alguns elementos no geral, mas os cenários são bastante bonitos e detalhados, desde ambientes urbanos até às paisagens do interior e construções no geral.

No final, é preciso experimentar para saber se gosta

Rise of the Ronin é um jogo que peca pelo excesso. Porém, se você conseguir abstrair a enorme quantidade de informação ou se dedicar a aprender tudo, vai encontrar um divertido jogo de samurai, ainda que não seja melhor que Ghost of Tsushima.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Rise of the Ronin

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • Combate divertido e variado
  • Grande e denso mundo aberto
  • História bastante interativa às suas decisões

Contras

  • Quantidade de sistemas e informação é intimidadora
  • Aspectos técnicos deixam a desejar