Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é um remake do quinto jogo da franquia SaGa, lançado originalmente no Japão para SNES em 1993 e apenas em 2016 no restante do mundo, em uma versão remasterizada. Em 2024, o jogo ganhou um remake que moderniza o clássico para PlayStation, Switch e Steam, e que agora chega ao ecossistema Xbox, para Windows e para a família de consoles Series, por meio do modelo Play Anywhere.
Desenvolvimento: xeen Inc., Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos (violência, drogas lícitas, conteúdo sexual)
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Switch 2, Xbox Series X|S
Duração: 37 horas (campanha)/103 horas (100%)
Uma campanha única

Apesar de ser o quinto jogo da franquia, Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven apresenta uma trama independente, na qual não é preciso conhecer nada anteriormente para adentrar a experiência – que não é exatamente focada em contar uma narrativa comum, mas sim em retratar a história de um império que se desenvolve conforme as ações do jogador. O título é centrado em um sistema de dinastia e sucessão, e, a cada vez que um herdeiro assume o trono, tudo muda, décadas se passam e uma nova geração começa. Por conta disso, é necessário controlar vários protagonistas distintos no decorrer de toda a jornada.
O progresso, claro, é cumulativo, e o império herda técnicas, magias e todo o desenvolvimento realizado pelas gerações anteriores. O jogo em si apresenta uma infinidade de mecânicas e é um RPG completo e não linear, funcionando de acordo com a forma como o jogador decide abordar os objetivos da campanha, podendo explorar tudo à vontade. O mapa é grande, apesar de não ser verdadeiramente aberto, e, aos poucos, se conquistam novos territórios para o reino e locais para explorar – todos com um design de fases conciso e simples, sem grandes desafios.

O sistema de combate apresentado por Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é bastante tradicional, sem muitas novidades, com exceção de um enfoque no lado estratégico do posicionamento da equipe durante as batalhas. E, nesse aspecto, há algumas surpresas, pois é possível organizar cada membro do time para determinar os buffs de cada um, ao mesmo tempo em que é preciso evitar sofrer ataques surpresa, que quebram essa formação e prejudicam o andamento dos confrontos.
Em relação à dificuldade, é fundamental ter um pouco de tática e planejamento ao longo das lutas, executando ataques e habilidades especiais de acordo com a quantidade de BP (um medidor que combina mana e stamina) disponível no momento. Há vários pontos para salvar o progresso e recuperar BP nos mapas, o que torna a experiência tranquila e um pouco básica nesse sentido. Em compensação, as mecânicas que alteram o desenrolar da campanha fazem com que o RPG seja uma aventura atrativa e interessante, oferecendo muita liberdade ao jogador.
Um bom remake

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven recebeu uma boa conversão para computadores, com um esquema responsivo para mouse e teclado. Há poucas opções gráficas, mas o jogo roda bem, sem travamentos, com visuais nítidos e compatibilidade quase completa com o formato ultrawide – toda a interface foi adaptada à tela expandida, embora as cenas sejam exibidas com barras laterais. Um problema na interface, no entanto, está no botão de pausa, cuja primeira opção executa uma função que reinicia o jogo para um salvamento anterior sem sequer confirmar se o jogador realmente deseja fazer isso – dessa forma, é fácil perder o progresso de toda uma dungeon.
O jogo é uma adaptação do título original do SNES. A ideia central permanece a mesma, mas agora tudo está em um patamar à altura do esperado para um lançamento moderno. O mundo está em 3D, em vez do 2D do Super Nintendo, com gráficos em um belo estilo anime, boas animações e mapas bem detalhados e iluminados. Há dublagem para os diálogos, tanto em japonês quanto em inglês, mas, infelizmente, a Square Enix não localizou os textos para o português brasileiro. A trilha sonora foi reorquestrada, e existe a opção de alternar entre as faixas originais e as novas – uma escolha que fica a critério do jogador, já que ambas são excelentes e compostas por Kenji Ito, responsável por diversas trilhas da franquia SaGa.

E, embora essa série tenha sua relevância, ela não possui o mesmo peso nostálgico no imaginário popular que outros jogos da época de ouro da SquareSoft, como Vagrant Story, Chrono Trigger ou Parasite Eve, por exemplo. Por isso, um remake de um RPG lançado somente no Japão há 30 anos precisa se destacar e alcançar o nível dos títulos atuais para chamar atenção com sucesso – e foi isso que a Square Enix e os desenvolvedores da xeen Inc. conseguiram realizar. Mesmo com um orçamento visivelmente limitado, mas suficiente para revitalizar um jogo do SNES, o trabalho feito aqui é excepcional e consegue, com êxito, atrair um novo público para a série SaGa.
Bastante interessante
Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven não é um RPG qualquer, por mais que o combate simples possa fazer parecer. A proposta de uma campanha com pouca linearidade, oferecendo ao jogador a liberdade de abordar os objetivos como quiser, funciona muito bem. As mecânicas relacionadas à sucessão do império são fascinantes e resultam em uma experiência única, recomendada a todos os fãs de jogos com elementos emergentes, que sempre oferecem algo diferente a cada nova jogada.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno