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Review Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter (Switch) – Investigando casos com muita paciência

Sherlock Holmes é o maior detetive da literatura e da cultura pop, e isso já é inegável. Caso não conheça os livros, com toda certeza já assistiu à série com Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho) ou os filmes com Robert Downey Jr. (Homem de Ferro). Ambas as obras expõem bem a personalidade esquizoide que o detetive detém, implicando em suas deduções precisas e inimagináveis.

Surpreendentemente, Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é o oitavo game sobre o detetive, algo que eu não tinha conhecimento. Ele mantém tudo que foi citado acima, até uma pequena semelhança com os atores. De forma bem resumida, a experiência é envolvente em todas as investigações, mesmo com uma performance mediana.

Desenvolvimento: Bigben Interactive

Distribuição: Frogwares

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura, Puzzle

Classificação: 14 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One

Duração: 10 horas (campanha)/12 horas (100%)

Crimes e suas ligações

Um livro sobre Sherlock Holmes.
Sherlock já tinha suas histórias publicadas, por isso era tão famoso.

Em Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter temos um detetive já bem reconhecido por Londres, que é respeitado pela polícia e odiado pelos bandidos. Por isso, a vida desse investigador nato é bem movimentada, o que nos leva a ter que resolver mais de um crime.

Todos os casos que aparecem no decorrer da trama são extremamente emblemáticos. Não há um em que você já imagina o motivo por trás daquilo, deixando a busca por respostas ainda mais instigante. Porém, mesmo com cada crime possuindo sua própria trama, há uma principal. 

Cada um dos crimes solucionados em The Devil’s Daughter é interligado a um caso já resolvido por Holmes em seu passado. A forma como isso ocorre é sutil e despretensiosa, mas, quando acontece, mexe demasiadamente com o personagem e na sua relação fraterna, a qual já não era muito estável.

Uma técnica comum de Holmes: analisar pessoas.

Relações não são o forte de Sherlock Holmes, e isso já é notório. Ele é uma figura intrigante e complicada para qualquer um que o conheça. Analisar e revelar segredos de pessoas são um divertimento para ele. Essa personalidade o torna ainda mais intrigante, mas também é o que o faz ser o detetive que é: frio e calculista.

A mente de um detetive

Prestando atenção em detalhes e pistas.

É primordial que um detetive tenha uma mente afiada, afinal de contas, ela é sua maior e única ferramenta. A capacidade de descobrir pistas e desvendar o motivo pelo qual um crime é cometido são fatores que dependem de processos mentais. Sherlock Holmes tem isso muito bem evidente, e essas são mecânicas importantíssimas em The Devil’s Daughter.

De início temos a visão, até porque todo detetive deve conseguir enxergar, né? No entanto, não basta apenas ver as nuances nas pistas, mas também é necessário analisá-las para descobrir seus segredos. Para isso, utilizamos a Visão de Detetive apertando o R, o que permite enxergar informações escondidas em itens ou ambientes.

Outra técnica muito característica de um investigador é a imaginação. Aqui, ao apertar L, Holmes consegue recriar os momentos de um crime, muito semelhante ao visto na série de jogos Arkham do Batman. 

Entre essas duas mecânicas, ainda há uma mar de puzzles em The Devil’s Daughter. Alguns são bem recorrentes e simples como destrancar uma porta ou se equilibrar em locais estreitos. Entretanto, há alguns quebra-cabeças bem específicos que irão testar o quão bom você é como detetive. Caso não se importe com isso, o game permite pular tais momentos depois de muito tempo preso.

Botando os neurônios para funcionar e solucionar o crime.
Pistas e informações se juntam para que a dedução possa ocorrer.

Após andar por toda Londres juntando informações, analisando pistas e conversando com suspeitos, chegou a hora mais importante e satisfatória: a conclusão do caso. É nesse momento que você junta tudo e utiliza dos seus neurônios para resolver o crime. Contudo, dependendo dos seus julgamentos, um caso pode levar a diversos finais e ser concluído antes mesmo de investigar tudo disponível. No final, você pode acabar acusando ou absolvendo uma pessoa inocente, e isso traz consequências para a narrativa.

Muita paciência é necessária 

Holmes lendo na charrete.
Uma tela comumente vista.

Calma, meticulosidade e paciência são atributos gloriosos de um bom detetive, e até nisso The Devil’s Daughter leva a sério. Londres está aberta para andar e explorar, mas ela não oferecerá quase nada, portanto, tudo é bem linear. Ainda assim, é necessário utilizar da viagem rápida para atravessar a cidade, e não há nada de rápido nisso.

Durante uma investigação, será preciso voltar até a casa de Holmes para pesquisar tópicos importantes em jornais, livros e arquivos pessoais, além de usar disfarces para conseguir entrar em novos locais. Sendo assim, as viagens rápidas são usufruídas constantemente. O grande porém é o tempo de carregamento dessas travessias, que podem facilmente passar de um minuto.

O ponto positivo é que durante essas viagens podemos passar esse tempo estudando o caso com o Diário de Investigação. Nele está arquivado tudo de importante, desde perfis de personagens até conversas antigas, permitindo que você possa analisar tudo com calma.

Quando chegamos ao destino as coisas não ficam muito melhores. The Devil’s Daughter consegue manter um pouco da beleza de Londres, mas é visível os sacrifícios para isso. Além de demoradas telas de carregamento, a iluminação e o embaçamento de objetos no cenário são bem claros. Mas, o maior problema com toda certeza é a performance. O Nintendo Switch mal suporta o título nos 30 fps, fora que às vezes, em cinemáticas, pode chegar a 20 fps.

Para os fãs de detetives 

Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é um título feito para aqueles que gostam de criminologia e investigação. A liberdade em conduzir a pesquisa e de até como concluir o caso é um dos aspectos mais divertidos do título. Corroborando com isso, temos uma narrativa emblemática que prende quem joga do início ao fim, o surpreendendo no final. Porém, é de se levar em consideração todo o tempo que será gasto só nas telas de loading, portanto, recomendo a versão de outros consoles.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Sherlock Holmes: The Devil's Daughter

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Investigações envolventes
  • Narrativa entrelaçada
  • Puzzles distintos e intuitivos
  • Liberdade de dedução e julgamento

Contras

  • Telas de carregamento demoradas
  • Performance abaixo do esperado
  • Londres vazia