No ano de 2011, foi lançado Skydrift, um jogo de corrida de aviões que trazia disputas acirradas em plenos ares, relembrando os bons arcades barulhentos que existiam nos shoppings. Agora, 10 anos depois, a atual (ou antiga, fica à seu critério) geração de consoles recebe o port Skydrift Infinity. Ele traz pouquíssimas adições de fato, mas ainda se mantém um título divertido e bastante viciante.
Desenvolvimento: Digital Reality
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1-4 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Corrida, Simulação, Arcade, Multiplayer
Classificação: Livre
Português: Interface
Plataforma: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 3 horas (campanha)
Só isso?
Skydrift Infinity é simples e direto ao ponto logo no menu. Os modos de jogo são a Campanha e os Multiplayer local, para até quatro pessoas, e o online, que suporta oito pilotos. Para os jogadores em rede, além das corridas também foram adicionados os modos de disputa Eliminação e Eliminação em Times. Neles, os oito jogadores competem para alcançar uma determinada pontuação, que define o jogador/time vitorioso. Infelizmente, o online parece abandonado, pois após diversas tentativas, não foi possível jogar uma partida online sequer.
Também não existe um Arcade ou Corrida Simples para um jogador solo, para quem deseja conhecer as pistas e aviões disponíveis antes de se aventurar na Campanha. Isto acaba fazendo um pouco de falta para quem quer disputar uma partida sem compromisso ou experimentar os diferentes tipos de aeroplanos disponíveis.
A Campanha possui 34 provas, divididas em sete estágios. Por mais que seja um número até que robusto de provas, só existem três tipos de modalidades diferentes: Corrida de Potência, o qual devemos abater nossos oponentes com itens coletados pela fase que variam entre mísseis, descargas elétricas e minas; Corrida de Velocidade, na qual precisamos passar por anéis espalhados pelo trajeto e assim superar os rivais; e Sobrevivência, em que devemos nos manter na liderança enquanto um cronômetro impiedoso vai eliminando cada participante até sobrar apenas um. Podemos escolher livremente a dificuldade de cada prova, o que adiciona um pouquinho de tempero a esse prato simples..
Rasgando os céus
Se os modos de jogo são poucos, a jogabilidade divertida e dinâmica compensa bastante. Pilotamos nosso avião com um direcional e usamos o outro para colocá-lo na posição de facão, de lateral. Isso auxilia na hora de fazer curvas mais fechadas. Também possuímos um turbo, que é carregado a cada manobra que realizamos, como voar no vácuo dos nossos adversários, passar por formações rochosas estreitas e passar de maneira rasante ao chão. Tudo parece complicado, mas os comandos são intuitivos e bastante fáceis de aprender, o que é algo bastante positivo para um título que prima pela tomada de decisões rápidas.
Ao todo são 16 aviões para selecionarmos, o dobro referente à versão original. Cada um conta com atributos diferentes e eles fazem muita diferença na hora da condução. Por isso, é sempre bom escolher cuidadosamente o seu veículo com base no tipo de prova que irá participar. Outra adição bacana é que alguns dos aeroplanos adicionados em Infinity têm inspiração em outras franquias distribuídas pela THQ Nordic, como Darksiders e Red Faction.
Um pequeno ponto contra é que alguns desbloqueáveis exigem corridas online. Cada avião conta com quatro pinturas diferentes e, para a maioria deles, uma destas skins só é liberada após uma vitória jogando em rede. Se uma vitória já parece complicada, imagina liberar o último bólido da garagem, que só pode ser selecionado após participar de 20 corridas online… praticamente uma missão impossível.
Se o hangar ficou duas vezes maior, o mesmo não se pode dizer das pistas. Ao todo, o jogo só conta com seis trajetos diferentes, 12 se contar o caminho reverso de cada um, que até que são bastante diferenciados. Não seria de todo um mal adicionar percursos que tivessem alguma inspiração exterior, à exemplo dos aviões. Por mais que os circuitos sejam bastante bonitos e dinâmicos, com animações de destruição a cada volta, infelizmente fica a sensação de repetitividade após algumas disputas.
Voo raso
Skydrifit Infinity voltou como um remaster, mas ainda assim não possui nada que justifique essa nomenclatura. Por mais que ele não trave mais sua resolução à 30 fps, ainda assim sua melhora visual não é algo impactante. O jogo não é feio, mas alguns efeitos durante as corridas poderiam ser melhor polidos.
Na parte sonora, também não há algo de destaque absurdo, que impressione, mas também não faz feio. As músicas acompanham bem o dinamismo das disputas e os efeitos sonoros das armas até dão para o gasto. Só é um pouco estranho Skydrifit Infinity todo estar em português e terem mantido os avisos vocais em inglês, mas nada que gere um incômodo de fato. A sensação de ser apenas um port simples é tão grande que até a lista de conquistas/troféus é a mesma do Skydrift de 10 anos atrás. Isso é um tanto quanto frustrante para os “platinadores” de plantão.
Enfim, este não é o título que você vai destrinchar por horas a fio. Entretanto, será aquele que sempre vai estar na sua biblioteca para umas três ou quatro partidas divertidas e caóticas. Quem sabe com uma sequência mais robusta a série não ganhe um merecido destaque.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Skydrift Infinity
Prós
- Jogabilidade fácil de aprender e dinâmica
- As corridas são empolgantes
- O dobro do número de aviões, cada um com pilotagem característica
Contras
- Pouquíssimos modos de jogo
- Modo Campanha um pouco repetitivo
- Poucas pistas
- Praticamente nenhuma melhora visual ou sonora em relação à versão anterior
- Difícil de achar partidas online