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Review Sonic Forces (Switch) – Um grande nome mal aproveitado

Fui contra a opinião de muitas pessoas quando disseram que Sonic Forces é um dos piores jogos da franquia do ouriço azul já feito. Bom, depois de jogar por um tempo o último título da franquia feito pelo time da Sega, percebi que os “haters” estavam certos.

Quero começar este review com um desabafo: tentei dar a chance para Sonic Forces duas vezes em momentos diferentes, mas realmente não rolou.

Desenvolvimento: Sonic Team
Edição: Sega
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, Plataforma
Classificação indicativa:
 Livre
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 4 horas (campanha)/ 23 horas (100%)

Aquele avatar que é igual a todos os outros

Inovação onde ninguém pediu

Sabe o que você espera de um jogo Sonic normalmente? Jogar com o protagonista. Sonic Forces é algo que se perde muito ao tentar empurrar uma ideia de criação de personagem, e o resultado não poderia ser pior.

O que temos aqui é uma caricatura de algo genérico do mundo de Sonic que sempre passará a impressão de ser tosco, não importa o quanto você personalize. Seu avatar é realmente o ponto mais baixo como um todo, e mesmo assim o jogo tenta insistir nesta ideia em quase todas as fases.

Dentre as personalizações você pode escolher alguns elementos interessantes como raça, olhos, orelhas, etc. Mas sabe aquela sensação de que o resultado é sempre parecido? Fora isso, também é possível adquirir itens novos ao longo da história para equipar em seu personagem – como roupas e armas.

É, Sonic, sei como se sente

Um roteiro de filme B

A história também tem um ar bastante sério, o que não combina com o estilo Sonic. Apesar de nenhum jogo da série até hoje ter desenvolvido algo com muita profundidade, Sonic Forces tenta trazer um enredo que gira em torno da morte do pobre ouriço. Uma organização altamente treinada, composta pela equipe do falecido, fica encarregada de trazer o protagonista de volta à vida. Quem teve essa ideia terrível?

O tempo todo, durante as missões e a seleção de fases, os personagens ficam dialogando entre si como se fossem uma equipe tática, enquanto aparecem textos na tela e seus “retratos” tendo conversas dignas de vergonha alheia. Sério, cadê aquela história básica e simples como “Robotnik está modificando os animais da floresta para os escravizar como robôs e você precisa pará-lo”?

Fases maçantes e pobres

Já volto a tocar no assunto do avatar em poucas linhas, me aguarde!

Outro ponto bem ruim em Sonic Forces é o level design das fases. Todas passam a impressão de serem completamente um cumprimento de script.

Nas fases do Sonic “jovem” e cool (nossa, como é legaaaaal…), tudo foi milimetricamente colocado para que você chegue ao final o mais rápido possível, já que tudo por aqui tem um foco bem pesado no melhor tempo. Resumindo, a jogabilidade nestes momentos se torna quase um infinite run de smartphone, ou no máximo um esmaga botão para aniquilar inimigos em seu caminho.

Falando nos diabos, os inimigos são posicionados em sequência para simplesmente morrerem ao você quicar em todos eles como numa fila indiana. Objetos de impulso são também colocados para acelerar sua chegada ao final e deixar seu cérebro de lado.

A única coisa que realmente salva Sonic Forces é o Sonic clássico. Suas fases são de longe as mais fiéis ao design dos jogos originais, exigindo um pouco de progressão vertical e, talvez, estratégia antes de agir. Por que não pescaram que essa foi a parte boa do jogo?

Acessórios que não animam

O avatar e a jogabilidade genérica

Jogar com seu personagem criado é simplesmente um porre. Os itens de personalização dele são pouco inspirados e o tempo todo tenho a sensação de que boneco não pertence àquele jogo, como se fosse algo avulso.

Fora isso, na maioria das fases do mapa navegável, temos que jogar com o avatar próprio ou emprestado de alguém na internet. Sério que é esse o recurso online oferecido? Não existe a opção de “jogar com Sonic” ou “jogar com avatar”, é simplesmente jogar com o avatar e pronto!

Nossas armas são muito toscas e tem ataques completamente bizarros e sem sal. Como um chicote de eletricidade que você balança no ar, outra transforma os inimigos em cubos e depois em argolas, e até mesmo uma que atira chamas.

Essa fase foi minimamente diferente

Chefes distintos

A única coisa que (talvez) brilha em Sonic Forces, fora o Sonic clássico, são as lutas contra chefes. Cada um deles apresenta mecânicas diferentes para serem derrotados – mas nem tanto assim.

Se o jogo oferecesse uma alternância entre fases como as do barrigudinho clássico e lutas com chefes, provavelmente a qualidade de Sonic Forces seria bem maior. Alguns exigem reflexos, um pouco mais de estratégia, enquanto outros mais domínio do quesito plataforma.

Sonic Forces só se salva por esse cara

Estou avisando!

Sério, fique longe de Sonic Forces. Você gosta de Sonic pelo que ele foi em suas raízes? Ótimo, então fique com Sonic Mania que é algo bem superior a este.

Resumindo, o jogo tem várias escolhas erradas, força muito o jogador a seguir da forma que ele considera melhor, tem elementos bastante genéricos e fases totalmente bobas de se experienciar. O que salva? O Sonic Clássico e lutas com chefes, mais nada. Sega, apenas pare de querer reinventar a roda.

Este review foi feito com uma cópia para Switch cedida pelos produtores

Sonic Forces

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Sonic Clássico incluso
  • Gráficos
  • Lutas com chefes

Contras

  • Trilhas sonoras ruins
  • Level design maçante
  • Jogabilidade superficial
  • História terrível
  • Avatar genérico