Spirit of the Island, o novo jogo indie para o Switch, nos leva a um mundo de ilhas vibrantes e NPCs interessantes. Com uma promessa de jogabilidade envolvente, vamos analisar se esse título realmente entrega o paraíso ou se é apenas uma ilusão.
Desenvolvimento: 1M Bits Horde
Distribuição: Plug In Digital
Jogadores: 1 (local) e 1-2 (online)
Gênero: RPG, Simulação
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
Duração: 33.5 horas (campanha)
Uma jornada multijogador encantadora
Um dos pontos altos do jogo é a capacidade de jogar online com amigos, independentemente da plataforma, graças ao suporte para crossplay. A oportunidade de explorar muitas ilhas distintas é uma característica marcante também, proporcionando variedade à experiência.
Os NPCs, com suas histórias de fundo, adicionam uma camada adicional de imersão ao mundo do Spirit of the Island. Sem falar que a história difere do multiplayer para o single player. Ou seja, se você jogar sozinho no modo offline, as coisas mudam e novas missões são acrescentadas, além do início ser diferente. Porém, a maioria das coisas acabam sendo parecidas no quesito progressão.
Adicionalmente, podemos escolher nossa vocação do protagonista, o que difere no que se trata de vantagens que podemos. Por exemplo, como Construtor você pode ter habilidades únicas no quesito “criações”. Também não posso esquecer da mecânica de atrair turistas para sua ilha e até mesmo a possibilidade de contratação de funcionários para trabalhar em sua loja.
O paraíso com falhas notáveis
Infelizmente, o jogo parece ter sido lançado antes de atingir seu potencial máximo, apresentando diversos problemas. As missões dos NPCs, embora adicionem níveis de amizade, falham ao não fornecer recompensas tangíveis, como itens ou dinheiro.
A ordem dos eventos e a falta de um tutorial coerente são de longe os maiores pecados do game, e não incentivam o progresso. Para fazer as primeiras missões é necessário liberar outras ilhas que ficam relativamente longe da inicial, o que exige uma progressão nada gradual. Isso causa ansiedade, por não ser possível completar o início na região onde começamos a jornada.
A liberdade excessiva também muitas vezes resulta em confusão pelo simples fato de que dá pra ignorar todo o jogo e focar na sua fazenda. Já os meios de transporte, notavelmente a bicicleta, mostram-se ineficazes e mal projetados – além de exigirem alto nível de complexidade, como gasolina e uma garagem grande para a scooter.
Além disso, a quantidade de itens exigidos para criar qualquer coisa é um absurdo e cria inúmeras ramificações de necessidades. Fora que elementos de criação e mecânicas de fome, sede e energia apenas sobrecarrega o jogador. Não dá pra se jogar muita coisa no dia-a-dia do jogo porque o protagonista rapidamente para de correr – e se você tiver longe da cama e sem um acampemento pra dormir fora, boa sorte.
Por fim, algumas escolhas de design questionáveis prejudicam a experiência, como a incapacidade de verificar o menu de criação fora da fazenda. Spirit of the Island também carece de compartilhamento de áreas exploradas em modo multiplayer, forçando cada jogador a explorar novamente por si só.
No mais, problemas técnicos, como performance terrível na versão de Switch e itens criados desaparecendo, que prejudicam ainda mais a jogabilidade. Além de inúmeros bugs que encontrei na jogatina a exemplo do jogador aparecendo “voando” no mapa e sua sombra translucida caminhando mostrando que outros cenários do jogo foram criados todos embaixo do mapa principal.
Uma experiência entre o céu e o inferno
Em um mar de promessas em um projeto criado por financiamento coletivo, Spirit of the Island se destaca por suas boas intenções, mas os problemas substanciais o impedem de ser um paraíso absoluto. O suporte para crossplay e as diversas ilhas oferecem momentos encantadores, mas a falta de polimento e uma evolução graduativa e lógica prejudicam significativamente a experiência. O resultado é uma sensação de projeto inacabado ou em versão Alpha, além de escolhas de design duvidosas.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Spirit of the Island
Prós
- Multiplayer com crossplay
- Personagem com vantagens iniciais diferentes
- Ilhas para visitar
- Mecânica de turismo e contratação de funcionários
Contras
- Liberdade demais que causa confusão
- Ramificação de itens de forma exagerada
- Apego à elementos realísticos demais
- Save offline separado do online
- Evolução nada gradual