Era para ser só um passeio no parque e nada além disso. Mas nada com o Bob Esponja é simples, não é mesmo? Ao ganhar um frasco suspeito de Lágrimas de Sereia, seus desejos causam uma confusão tremenda, transportando seus amigos para outras dimensões.
Agora, o nosso herói esponjoso precisa viajar por portais que o levarão do Velho Oeste à Idade da Pedra. Assim começa SpongeBob Squarepants: The Cosmic Shake.
Desenvolvimento: Purple Lamp
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Dublagem, Interface e Legendas
Plataforma: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: Sem registro
Agora a turma está completa mesmo
The Cosmic Shake resgata muito do que o seu antecessor, Battle for Bikini Bottom – Rehydrated, trouxe em termos de jogabilidade e exploração. Bob Esponja pode dar saltos duplos, bater em seus inimigos e, além das missões principais de cada área, moedas douradas estão escondidas em pontos estratégicos.
As conversas e cenários, mesmo que distorcidos pela mancada espaço-temporal do nosso amendobobo favorito, fazem referências a diversos episódios que os fãs vão pegar na hora. Entretanto, a maior ausência sentida no jogo anterior foi suprida. Todos os personagens estão com as vozes originais de seus dubladores brasileiros: Wendel Bezerra (Bob Esponja), Marco Antônio Abreu (Patrick Estrela), Marcelo Pissardini (Lula Molusco), Renato Márcio (Seu Sirigueijo), Letícia Quinto (Sandy Bochechas) e Guilherme Lopes (Plankton).
Pode parecer besteira, mas, para um desenho tão marcante quanto Bob Esponja, ter as vozes em português, inclusive com piadas próprias do nosso idioma, triplica a diversão proporcionada. Até mesmo os personagens secundários, como Larry, Senhora Puff, Karen e o Holandês Voador não foram esquecidos, e esse é de longe o ponto mais forte do jogo.
Uma jornada esponjosa
The Cosmic Shake corta algumas coisas que seu antecessor não conseguiu implementar direito, como os modos multiplayer. Aqui o foco é 100% na aventura solo, o que não é algo ruim, já que completar todas as missões das sete eras diferentes equivale a um suculento hambúrguer de siri. Só que, em alguns momentos, ele pode dar uma certa indigestão em quem não tem uma fome tão grande assim de aventura.
Digo isso porque algumas fases se tornam um pouco arrastadas depois de um tempo. Como cada porção do cenário tem um conjunto de missões diferentes, sempre há uma “interrupção” na exploração, maquiada com uma cena. Pelo menos, depois que concluímos uma área, podemos voltar e explorá-la livremente, no setor que quisermos.
Para reforçar a necessidade de revisitar cada lugar, Bob Esponja aprende novas habilidades pelo caminho, como soprar bolhas e chutes de karatê, que servem para tontear os inimigos e até para abrir portas, e a de se arremessar em estilingues gigantes usando a própria cueca. Tudo isso é usado para combater os monstros de geleia cósmica, que insistem em aparecer em todo canto.
Entretanto, apesar de todo esse conjunto de coisas parecer praticamente perfeitos, ainda assim há algumas falhas pontuais que, quando acontecem em conjunto, se tornam chatíssimas. A principal delas é com a câmera, que é livre ao nosso controle, mas que gira automaticamente quando alguma coisa nos acerta.
Em situações de combates com a tela cheia de inimigos, isso cria diversos pontos cegos e momentos de confusão. Outra parte vital que pode ser frustrante são as de saltos consecutivos, envolvendo ganchos e plataformas pequenas. É necessário reajustar o ângulo a todo momento para não errar a aterrissagem e cair de uma distância bem longa.
Outro evento aleatório são momentos em que há travamentos totais que chegam a durar até uns 3 segundos. Depois tudo volta ao normal, e nem sempre este problema acontece quando passamos no mesmo lugar, mas fica um pouco mais recorrente à partir da quinta área.
Por fim, algo que não é necessariamente ruim, mas que podia ser melhor, são as fantasias. Ao progredirmos na história, Bob Esponja vai ganhando trajes que correspondem à área na qual ele irá entrar. Realizar alguns minigames também te garantem uma roupinha nova, como os de fritar hambúrgueres de siri para uma multidão faminta. Entretanto, essa alteração de visual é puramente cosmética.
Como já disse acima, The Cosmic Shake é focado no single player, logo, só controlamos Bob durante a aventura inteira, diferente de Battle for Bikini Botton, que nos dava mais personagens para controlar, sendo que até Gary, o caracol de estimação, estava disponível por lá. Sendo assim, não seria uma má ideia se as roupas também tivessem algum tipo de habilidade, mesmo que apenas para fazer uma graça.
Do jeito que a Fenda do Biquíni merece
SpongeBob: The Cosmic Shake é um bom jogo de aventura 3D, que inevitavelmente se apoia em tudo que a obra tornou famoso, inclusive visual e musicalmente, e não há nada de errado nisso. Mesmo com as suas falhas um pouco chatas, o fato de ser dublado pelas vozes oficiais brasileiras tornam a aventura muito proveitosa e divertida, nos fazendo relevar um pouco seus defeitos.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
SpongeBob Squarepants: The Cosmic Shake
Prós
- Jogo dublado em português com as vozes oficiais
- Diversas referências ao desenho nos cenários, falas e fantasias
- Alto fator replay e grande quantidade de segredos escondidos
- Jogabilidade simples de aprender
Contras
- A câmera cria pontos cegos
- Não é mais possível jogar com outros personagens
- As fantasias são apenas cosméticas
- Algumas fases são um pouco arrastadas
- O jogo dá umas engasgadas eventuais