Em pleno finalzinho de 2025, somos surpreendidos por um lançamento inesperado de mais um jogo da série Tomb Raider no híbrido da Nintendo, contrariando muitos que acreditavam que seria a trilogia do PS2. A Aspyr está lançando o reboot de 2013 de Tomb Raider para Switch 1 e Switch 2, na versão Definitive Edition – jogo este que vem sendo duramente criticado na versão de Switch 2, mas que, na primeira versão da plataforma, impressiona pela forma como está rodando.
Desenvolvimento: Aspyr
Distribuição: Aspyr
Jogadores: 1 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Aventura, Ação, Tiro
Classificação: 16 anos (violência extrema)
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, Switch 2, PC, PS4, Xbox One
Duração: 11 horas (campanha)/21 horas (100%)
Voltando mais uma vez na ilha de Yamatai

Em Tomb Raider, acompanhamos a primeira grande aventura de Lara Croft, ainda inexperiente, em uma expedição arqueológica à ilha isolada de Yamatai que dá terrivelmente errado após um naufrágio que separa seu grupo e a deixa cercada por homens hostis e eventos sobrenaturais. Forçada a sobreviver em condições brutais, Lara precisa enfrentar seus medos enquanto descobre que a ilha é controlada por uma seita fanática ligada ao mito da Rainha Himiko, cuja presença exerce influência direta sobre as tempestades que impedem qualquer fuga. A narrativa combina amadurecimento pessoal, mistério arqueológico e ação constante, mostrando o processo doloroso que transforma Lara de pesquisadora promissora a sobrevivente determinada.
Como grande fã da série (e, principalmente, deste jogo), é incrível como tudo aqui é bem construído ainda para os padrões atuais, tanto na narrativa quanto na própria ilha, que considero um dos cenários semiabertos mais imersivos dos games até hoje. Há um caminho a seguir para continuar a história, mas também existe a possibilidade de descobrir tumbas, coletar itens e caçar animais, desde javalis e caranguejos até aves que sobrevoam o ambiente – melhor que isso, só um mundo aberto de fato.
Poderia ter sido lançado antes

A chegada de Tomb Raider Definitive Edition ao Nintendo Switch é curiosa: o jogo já nasceu moderno, visceral e cinematográfico. E, de modo geral, a adaptação funciona melhor do que o esperado, embora não escape de alguns tropeços. O reboot mantém aquela mistura de sobrevivência, exploração e drama pessoal que redefiniu Lara Croft, e isso ainda impressiona, mesmo tantos anos depois. O Switch aguenta bem a maior parte das cenas, mas quem já jogou em consoles mais potentes percebe de imediato que houve concessões.
É curioso como essa versão é uma mescla das versões anteriores: temos, de fato, o rosto da Lara da Definitive Edition que foi lançada para Xbox One e PS4 – uma Lara que eu considero com um rosto de vilã (não gosto desse visual). Porém, as demais texturas do jogo são claramente baseadas nas da primeira versão lançada no PS3 e Xbox 360, incluindo a ausência da tecnologia TressFX no cabelo da personagem. Mas isso já era esperado para quem possui o console. A única pergunta que faço para a Aspyr é: por que demoraram tanto para trazer essa versão? Ok, antes tarde do que nunca.
Controles bem utilizados em uma campanha frenética

Quem tem apenas o console da Nintendo e só jogou os Tomb Raiders lançados até então para o Switch vai se espantar com o quanto tudo no reboot é modernizado. Não existe mais aquele controle de movimentação de tanque, e sim algo mais próximo dos controles modernos adotados nas últimas remasterizações, e o combate contra inimigos funciona muito bem. Agora temos muitos inimigos, sequências de tiroteios, menos puzzles e uma Lara mais humanizada.
Tomb Raider foi jogado na versão Lite do console e os controles funcionam bem no portátil. Algumas sequências de mira rápida exigem mais esforço, mas nada que torne a jogabilidade frustrante. A escalada, o arco e as improvisações nos cenários seguem responsivos. O combate, aliás, é o que mais se beneficia da remasterização para Switch. Ele continua dinâmico, com arenas que incentivam a mobilidade, e o impacto dos tiros e flechas ainda convence. Não é uma reinvenção, mas mantém energia suficiente para sustentar a progressão linear. Se quiser, também pode jogar o modo mata-mata online com até oito jogadores. Há, por enquanto, jogadores ativos nos servidores – diferente das demais versões, em que você já não encontra uma viva alma para disputar.
Tomb Raider Definitive Edition no Switch cumpre sua função e oferece uma versão portátil de um reboot que marcou época e ainda tem força para conquistar jogadores novos e antigos. Não é a melhor forma de jogar o título, e isso fica evidente nas quedas de resolução, na iluminação simplificada e em alguns engasgos pontuais. Mas, ao mesmo tempo, é impressionante ver o jogo rodar de forma tão consistente em um console que já está no final de seu ciclo.
O jogo que estava faltando no Switch
Se o objetivo é revisitar essa fase mais humana e brutal de Lara com praticidade, a versão de Switch entrega. Só não espere o mesmo impacto visual das outras plataformas. No fim, mesmo com limitações, a jornada continua intensa, emocional e cheia daquela combinação de perigo e descoberta que sempre definiu a franquia. É uma adaptação honesta de um jogo que ainda merece ser lembrado.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro




