TopSpin 2K25 marca o retorno da franquia de tênis depois de 13 anos sem nenhum novo lançamento. Produzido pela divisão tcheca da Hangar 13, a quinta versão da renomada série apresenta uma gameplay sensacional embalada em um pacote satisfatório, que é prejudicado por algumas decisões questionáveis e pela ausência de funcionalidades importantes.
Desenvolvimento: Hangar 13
Distribuição: 2K Games
Jogadores: 1-2 (local) e 2 (online)
Gênero: Esportes, Simulação
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, PC, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 20 horas (campanha)
Jogabilidade intensa
Não parece, mas TopSpin 2K25 é um simulador punitivo, embora sua jogabilidade não seja necessariamente complexa. A gameplay consiste basicamente em se mover pela quadra e pressionar um dos botões do controle para sacar e golpear a bola. Basta estar no lado certo do campo e reagir ao que ocorre na partida no momento correto.
Porém, é aí que reside o desafio do game: é necessário segurar os botões para determinar a força do ataque e soltá-lo de acordo com a indicação de um medidor que define a precisão de cada movimento. Essa mecânica faz com que o game tenha uma curva de aprendizado alta, exigindo uma boa noção de posicionamento – o que é parcialmente facilitado pelas diversas automações embutidas no sistema de movimentação, que é bastante responsivo, apesar dos controles serem um pouco pesados.
Seja sozinho ou em dupla, TopSpin 2K25 sempre proporcionará uma experiência alucinante, tanto para quem joga quanto para quem assiste. O título oferece partidas em múltiplos formatos, indo da simulação das regras reais em duelos longos até sets rápidos, que começam num tie break – dando assim um dinamismo bem-vindo para um videogame.
O simulador é acessível para quem não possui tanto conhecimento sobre o esporte, uma vez que existem tutoriais que explicam as mecânicas de uma forma esclarecedora e interativa. Além disso, a inteligência artificial dos confrontos offline pode ser customizada entre opções fáceis ou difíceis. Independentemente da dificuldade escolhida, a jogabilidade não muda completamente, sendo vital treinar e aprender para suceder.
Carreira offline e online
O principal modo é o MyCareer, que permite a criação de um atleta do zero e participação de eventos ao redor do mundo. É uma experiência tradicional de gerenciamento esportivo, sem novidades na fórmula: é preciso praticar, completar missões e, claro, ganhar torneios. Essas ações recompensam o jogador com XP, que pode ser gasto na melhoria dos atributos que representam cada habilidade do tenista jogável. No entanto, esse sistema de progressão é exageradamente lento, dado que poucos pontos são concedidos ao finalizar tarefas e vencer partidas.
É possível personalizar a aparência, roupa e até o estilo do tenista, além de poder aprimorar certas habilidades por meio de itens especiais e skills, que concedem vantagens específicas em determinadas condições das partidas. Isso não combina com o título, porque essa mecânica introduz uma gamificação desnecessária no que seria uma simulação fiel à realidade.
O atleta pode participar de campeonatos no multiplayer, que conta com suporte ao crossplay entre PC, Xbox e PlayStation. Contudo, essa função online é decepcionante. Além da conexão ser instável, o modo não tem funcionalidades básicas, como alguma forma de convidar um amigo. É meio absurdo não poder chamar alguém para jogar as partidas em dupla – as quais também não estão disponíveis no online.
Essa experiência cooperativa seria um chamariz incrível para o título da 2K, cuja maioria das funções exigem uma conexão aos serviços da empresa e não podem ser acessadas offline. TopSpin 2K25 já chega com uma data de validade, pois os servidores serão encerrados em dezembro de 2026, conforme informações fornecidas pela própria Take-Two nas plataformas digitais onde o jogo é vendido.
Várias quadras, mas um elenco pequeno
TopSpin 2K25 é afetado por uma outra decisão questionável: a falta de uma localização brasileira. A Take-Two sequer traduz seu jogo de basquete, então não é surpresa ver que um título de menor escala como esse não foi adaptado para o público nacional. O simulador não possui o mesmo fotorrealismo visto em NBA 2K, mas tem uma apresentação satisfatória, com a tradicional imitação de uma transmissão televisiva que sempre se encaixa perfeitamente com games esportivos.
O elenco é pequeno, mas é repleto de estrelas como Roger Federer, Serena Williams, Maria Sharapova e Naomi Osaka. Entretanto, é notável a falta de lendas como Novak Djokovic e Rafael Nadal, além de ícones brasileiros, como Bia Haddad, Luísa Stefani ou até o Guga. As animações faciais desses atletas são quase inexistentes, mas os movimentos são sensacionais, pois eles foram animados através de um trabalho de mocap (captura de movimento) realizado pelos próprios profissionais representados no game.
TopSpin 2K25 não decepciona em relação à quantidade de eventos existentes. Há diversas quadras americanos, europeus, africanos e asiáticos participantes da WTA e da ATP no jogo, além dos quatro Grand Slam, os principais torneios do esporte. Mas, infelizmente, não há nenhuma quadra nacional ou nem o Rio Open marcando presença no simulador.
Gráficos defasados e as microtransações de sempre
Apesar de ter visuais agradáveis, o título é desfasado em termos gráficos e não oferece muitas configurações técnicas em sua versão para computadores, nem a possibilidade de alterar o esquema de controles usado no joystick e no teclado. Em compensação, TopSpin 2K25 é leve e otimizado, rodando em uma engine própria da equipe de desenvolvimento sem travamentos ou quedas na taxa de quadros.
E como esse é um jogo de esportes da 2K, a monetização não poderia ficar de fora da experiência. Tudo é centrado em uma moeda virtual, que pode ser adquirida por meio da loja ou conquistada durante a jogatina normal. As famigeradas VCs podem ser usadas na compra de itens cosméticos e na aquisição de boosters de XP, que, por coincidência, aceleram a lentíssima progressão da carreira.
Há um passe de batalha que recompensa seus compradores com itens e moedas ao longo das seis temporadas distintas que serão disponibilizadas pelos produtores durante o ciclo de vida do game. Dá até para comprar e desbloquear animações, o que já chega a ser um pouco demais. Essa possibilidade afeta diretamente a apresentação do jogo, já que certos movimentos são retirados do repertório de animações em prol de vendê-los, o que é bizarro.
Perdeu o match point
TopSpin 2K25 tem uma jogabilidade intensa e recompensadora, que certamente carrega toda a experiência criada pela Hangar 13. Só que a falta de conteúdo, os gráficos ruins, as microtransações e a exigência de conexão aos servidores são aspectos que fazem os desenvolvedores perderem uma partida de virada, mesmo tendo vários match points na mão.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
TopSpin 2K25
Prós
- Jogabilidade sensacional
- Modo carreira divertido
- Diversidade de quadras e modos
Contras
- Monetização agressiva
- Sem tradução
- Visuais um pouco defasados
- Progressão lenta
- Exigência de ficar online
