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Review Valkyrie Elysium (PC) – Um RPG de ação chatíssimo

Após uma breve janela de exclusividade para os consoles da Sony, Valkyrie Elysium agora está disponível para os gamers de PC, através da loja da Steam. Criado pela Square Enix em parceria com a Soleil, o terceiro grande título da franquia substitui o combate em turnos consagrado pelos games anteriores da série em favor de uma ação em hack ‘n’ slash. A mudança funciona e traz mecânicas divertidas, mas envelopadas em um jogo chato. 

Desenvolvimento: Square Enix, Soleil Ltd. 

Distribuição: Square Enix

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG, Ação 

Classificação: 16 anos 

Português: Interface e legendas 

Plataformas: PC, PS4, PS5 

Duração: 12 horas (campanha)/27 horas (100%)

Narrativa entediante 

Cutscene de Valkyrie Elysium

A trama põe o jogador na pele de Maria, uma Valquíria que recebe ordens de Odin para salvar almas e evitar o fim dos tempos – chamado de Ragnarok, na mitologia nórdica. Sem carisma, a história é apresentada de uma maneira completamente desinteressante, com cenas estáticas, animações bugadas e movimentos faciais sem sincronia com as vozes dos personagens. O loop de gameplay é repetitivo, porque a protagonista completa missões lineares em Midgard e, logo em seguida, relata os acontecimentos para Odin, em conversas longas e maçantes.

Parte da narrativa é focada em encontrar Einherjars, espíritos de soldados que servem a Valquíria. Eles são úteis para a elucidação dos puzzles e prestam um ótimo serviço em determinadas batalhas – além de lutarem em conjunto por um período determinado, os Einherjars imbuem efeitos especiais nas ações de Maria. A exploração de Midgard possui quebra-cabeças pouco inteligentes, visto que é preciso utilizar alguma habilidade em específico para prosseguir na aventura. Em certas ocasiões, é necessário achar chaves, localizadas em baús extremamente próximos ao local trancado. Todas as funções são explicadas por tutoriais simples e esclarecedores. 

Jogabilidade legal 

Combate do jogo

O que torna a experiência em algo tolerável é o combate designado pelo pessoal da Soleil. Embora não propiciem um nível de desafio satisfatório e balanceado, as mecânicas de hack ‘n’ slash permitem uma ampla variedade de abordagens distintas para enfrentar as monótonas ameaças que aparecem durante a jornada. Afinal, Valkyrie Elysium se trata de um RPG e, por conta disso, existe uma liberdade para criar builds personalizadas, com ferramentas e runas customizáveis. 

No entanto, o sistema de upgrades é o que realmente faz com que o título ofereça excelentes funcionalidades nas lutas, pois a jogabilidade é limitada nos momentos iniciais da campanha. Liberar novas habilidades por meio de melhorias nos atributos físicos e aprimoramentos na proficiência dos armamentos garante o acesso a golpes extraordinários. Porém, tudo demanda muito tempo, já que gastar horas coletando matérias primas para conseguir criar equipamentos superiores é imprescindível. A Valquíria só tem boas competências perto do término do RPG, dado que o título dura cerca de 10 horas. 

A versão da Steam amplia o fator replay ao introduzir modos adicionais, que podem ser acessados depois de completar algum dos finais da narrativa. Além de uma missão inédita com uma nova personagem jogável, a Square Enix adicionou um minigame similar ao Bloody Palace, de Devil May Cry, no qual a protagonista deve eliminar inimigos dentro do tempo estipulado. 

Performance ruim 

Cena de Valkyrie Elysium

Produzido na Unreal Engine, Valkyrie Elysium tem visuais decepcionantes para um RPG de 2022 vendido a preço cheio. Existem diversas falhas relacionadas à renderização que afetam a visibilidade dos elementos dos cenários, que são pouco detalhados e lotados de texturas em baixa resolução. O pop in é uma normalidade em toda a jogatina, mesmo na melhor configuração gráfica possível. A performance é absurdamente pesada pelos gráficos oferecidos, com constantes quedas na taxa de quadros prejudicando a fluidez das batalhas. Os desenvolvedores implementaram técnicas de upscaling como o DLSS e a super resolução do Fidelity FX, que até amenizam os problemas de estabilidade, mas não os resolvem plenamente. 

O RPG foi originalmente pensado para videogames, e ganha apenas uma adaptação para os computadores. O esquema de controles para o mouse e teclado funciona bem, mas a navegação dos menus é péssima. A aplicação não responde a todas as teclas e cliques adequadamente e, por consequência, a interface passa longe de ser intuitiva. Os responsáveis não deram atenção aos pequenos detalhes, que fazem um produto ser uma experiência agradável para os jogadores de PC. 

Não vale a pena

Em seu décimo terceiro lançamento em 2022, a Square Enix mostra estar preocupada em entregar o maior número possível de jogos diferentes, sem se certificar que os produtos em questão estejam em um padrão de qualidade aceitável pelo valor cobrado. Mesmo com legendas em português, um combate legalzinho e uma excelente trilha sonora, Valkyrie Elysium é um nome a ser evitado. A ausência de um bom sistema de salvamentos, os gráficos feios e a câmera ruim combinados com uma narrativa medíocre fazem com que a volta do RPG seja um dos títulos mais esquecíveis do ano. A distribuidora japonesa decepciona ao retomar uma franquia lendária em uma maneira aquém do legado de um dos melhores RPGs da geração do primeiro PlayStation.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Valkyrie Elysium

6

Nota Final

6.0/10

Prós

  • O combate é legal

Contras

  • Narrativa chata
  • Performance ruim
  • Problemas gráficos