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Review Void Bastards (Switch) – A escória do espaço

O mais recente port do gênero jogo de tiro em primeira pessoa para o Nintendo Switch é Void Bastards, o FPS roguelike de presidiários espaciais com estilo história em quadrinhos.

Desenvolvimento: Blue Manchu
Edição: Humble Bundle
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Roguelike, Ação
Classificação indicativa:  14 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, Xbox, Switch
Duração: 8 horas (campanha)/ 16 horas (100%)

Sobreviva e colete recursos

Void Bastards possui uma ambientação bastante interessante, e seu estilo visual voltado para quadrinhos só ajuda a tornar mais charmoso o jogo como um todo. As mecânicas giram em torno de invadir naves, coletar recursos e construir seus equipamentos a partir deles.

O menu de crafting é uma das coisas mais legais por aqui, dando ânimo para colocar objetivos pessoais e procurar certos recursos específicos. Além de construir novos equipamentos, também é possível aprimorar aquilo que você já possui, como suas armas.

Em meio às invasões nas naves, podem acontecer eventos, em algumas paradas, que vão lhe providenciar recursos ou desvantagens, além de custar combustível e, possivelmente, seu estoque de alimentos. A navegação pelo mapa é quase como um jogo de tabuleiro. Tive lembranças de clássicos como o Jogo da Vida ou Banco Imobiliário, onde cada espaço possui um evento.

Em algumas naves existem apenas pontos de venda num salão, então você não precisa se preocupar com inimigos te atacando nesta situação. Porém, infelizmente fica um pouco complicado criar uma lista de prioridades sobre o que comprar, sendo que o menu de crafting não é acessível dentro da jogabilidade padrão para você relembrar os requerimentos de um produto final em específico.

Cada uma destas invasões também possuem características aleatórias. Por exemplo: todos os inimigos te derão méritos depois de morrer – um dinheiro bastante usado no jogo. Muitas das vezes você receberá desvantagens, como não possuir um mini mapa para se orientar.

A dor e a delícia

Um fator sem dúvidas bastante divertido por aqui é a habilidade dos personagens. Toda vez que você morre, seu personagem se vai para todo o sempre – morreu.

No lugar deste é colocado outro, e cada um possui uma habilidade distinta que lhe dará alguma vantagem bastante útil dentro das naves, porém existe a chance também de que este novo presidiário pode vir acompanhado de alguma característica ruim, como uma tosse que atrai inimigos ou errar 10% das vezes o carregamento da arma.

Bom, a questão é que não podemos salvar a qualquer momento, então nada de ter algum presidiário de estimação e deixá-lo como seu favorito.

Gostaria de poder salvar quando algum personagem me agradasse mais, porém não é possível e o jogo não tem misericórdia ou mais de um slot para salvar o progresso.

As invasões nas naves também são um pouco parecidas estruturalmente. Muitas vezes me senti jogando no mesmo lugar, então isso pode ser considerado uma falta de variação por parte do jogo.

Se tratando do Switch eu esperava um suporte ao sensor de movimento dos controles. Porém, nenhuma opção está disponível para que tal recurso seja ativado. Apesar disso, mirar em Void Bastards normalmente é uma tarefa prazerosa e fácil.

Performance e infos do port

No Switch o jogo roda bem em grande parte do tempo. Em algumas áreas apenas ele demonstra sofrer uma queda de quadros por segundo. Já em alguns raros momentos o jogo simplesmente congela por cerca de 2 segundos – juro que não sei o motivo.

Até a data deste texto ter sido lançado, não foram lançados patches de correção para este problema.

Fora este detalhe, não reparei grandes diferenças entre a versão do console da Nintendo e outras plataformas. Apenas no PC que percebi o jogo rodar em 60fps, porém mesmo assim a versão de Switch roda bem por conta do estilo visual.

Um detalhe que me incomodou por aqui foi a decisão de vincular o idioma do jogo ao idioma do console. Então tive que reiniciar o meu Switch por não ter o costume de usá-lo em português.

Já por último, alguns textos claramente não foram testados no modo portátil, e ficaram muito pequenos para ler perfeitamente. Mas uma atualização corrige isso facilmente.

Um FPS de respeito

Void Bastards é um excelente jogo de tiro em primeira pessoa e bastante competente em tudo que propõe. Talvez passe a impressão de repetição depois de algum tempo de jogo, mas isso é devido à falta de uma história. Quem sabe não tenhamos algo do tipo futuramente?

De qualquer forma, a solução roguelike é muito interessante e empolga a sempre tentar novamente a fim de saber qual habilidade seu próximo personagem terá, apesar de não permitir salvar algum preferido ou algo do gênero. Falando do port em si, a versão do Switch não fica devendo absolutamente nada às dos consoles mais potentes.

Este review foi feito com uma cópia cedida pelos produtores

Void Bastards

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade maravilhosa
  • Visuais espetaculares
  • Efeitos sonoros
  • Crafting e recursos
  • Navegação entre fases

Contras

  • Um pouco repetitivo
  • História superficial
  • Ambientes parecidos
  • Sem sensor de movimento
  • Apenas um slot de save