We Should Talk Capa

Review We Should Talk. (Switch) – Um piscar de olhos

We Should Talk. é uma daquelas experiências 100% narrativas, onde o foco se encontra nos personagens, ambientação e escolhas. Felizmente a forma como o jogo foi feito e a quantidade de opções deixam o jogador bastante curioso, o suficiente para redescobrir as respostas e os finais disponíveis. Porém, a sensação de que isso não sustenta o gameplay é constantemente martelada em você.

Desenvolvimento: Insatiable Cycle
Edição: Whitethorn Digital
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulador, Aventura
Classificação indicativa: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração:  15 minutos (campanha)/ 1.5 horas (100%)

SMS

Relacionamentos pessoais

Numa espécie de jogabilidade bem mais restrita do que jogos point ‘n click, We Should Talk não apresenta de forma direta nenhuma interação com o cenário ou personagens à sua volta, mas um enredo subjetivo que vai apresentando ao longo dos diálogos vários tipos de desfechos para aumentar o fator replay.

Fica claro em poucos segundos a proposta de abordar o relacionamento entre pessoas e as consequências do caminho social escolhido, o que gera uma empolgação à medida que novos personagens entram em cena.

É incrível o trabalho dos desenvolvedores criarem tantas linhas e combinações de respostas diferentes, que misturam dois ou mais blocos de texto para montar uma frase – necessário um bom conhecimento em inglês.

Apesar disso, conforme você tenta terminar o jogo para desvendar o que te espera a partir de outras respostas disponíveis, vai se tornando bem perceptível a limitação de cenas que podem acontecer em We Should Talk.

A dona do bar

O enredo é bastante simples, e conta basicamente sobre uma garota (a protagonista) que chega num bar e precisa interagir com um pequeno número de personagens no ambiente, enquanto sua namorada está em casa se queixando de alguns problemas pessoais por mensagem de texto. Tudo direciona, querendo ou não, a um desfecho parecido que mostra o conflito de seu relacionamento amoroso. Poupo os detalhes por conta de spoilers e um pedido dos produtores de não revelar tanto os acontecimentos.

A música de fundo e o ambiente noturno dão bastante charme extra para o jogo como um todo, e os gráficos mais “quadradões” me fazem lembrar bastante do jogo Jackie Chan Stuntmaster para PS1, o que não é ruim e confesso minha atenção foi chamada com sucesso por conta disso.

O ex

Já acabou?

Porém, quando você pensa que algo vai engrenar e finalmente uma história mais densa está para acontecer… o jogo acaba. Depois da protagonista ter suas rápidas conversas com todas as pessoas no bar, é apresentado uma cutscene que deixa claro qual o tipo de final você liberou. E então, no menu principal, representado pelo smartphone da personagem principal, ficam salvos todos os finais que o jogador consegue fazer em suas tentativas. Então o loop da jogabilidade é feito novamente, e você precisa reviver o momento várias e várias vezes.

Apesar da premissa ser bastante interessante e o jogo possuir seu charme, a duração de We Should Talk deixa muito a desejar (cerca de 10 minutos ou menos), oferecendo um oceano de opções de resposta, mas com a profundidade de uma colher de chá. Deixando bem claro seu maior pecado, o título da Insatiable Cycle LLC pode ser uma experiência interessante, mas que acaba tão rápido que vai te fazer repensar se outros jogos não ofereceriam algo mais duradouro pelo mesmo preço. Os finais diferentes não são o bastante para sustentar a obrigação de ter que passar por tudo novamente para ter em troca apenas alguns segundos de cutscene.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

We Should Talk.

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Vários finais
  • Abordagem diferenciada
  • Sistema de escolhas
  • História interessante

Contras

  • Repetitivo
  • Experiência muito curta
  • Finais exigem rejogar várias vezes