Need for Speed: Underground, aproveitando o sucesso avassalador de Velozes e Furiosos nos cinemas, reinventou sua temática e jogabilidade, marcando o início da fase de ouro da franquia, que atualmente demonstra sinais de desgaste.
Desenvolvimento: EA Black Box
Distribuição: Electronic Arts
Jogadores: 1-2 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Corrida
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, PS2, Xbox, GameCube, GBA, Arcade
Duração: 14 horas (campanha)/22 horas (100%)
As corridas de rua chegaram a Need for Speed
De olho na crescente popularidade das corridas de rua, que ganharam força no início dos anos 2000, impulsionadas pela estreia do primeiro filme da franquia Velozes e Furiosos, a Electronic Arts decidiu reformular totalmente sua principal franquia de corrida. Assim, em 2003, nasceu Need for Speed: Underground.
A reformulação foi um grande acerto por parte da EA, com um jogo que sintetiza muito bem a sensação das corridas de rua. No jogo, temos uma ampla gama de opções de customização para o carro, seja no aspecto estético, como cores ou peças estilizadas, ou nos técnicos, como velocidade máxima, aceleração, aderência, além do famoso nitro, usado para dar um impulso extra.
Todas essas melhorias podem ser adquiridas jogando o modo história, completando desafios e desbloqueando novos itens. No que diz respeito aos modos de jogo, Need for Speed: Underground oferece seis opções diferentes, entre elas o modo Circuit, uma corrida padrão, e o modo Drift, com o objetivo de derrapar nas curvas para ganhar pontos, uma prática bastante comum nas corridas de rua.
A sensação de velocidade é um dos pontos fortes do jogo. A adrenalina está sempre alta, graças à imersão proporcionada pela jogabilidade rápida. As pistas também são bem projetadas, oferecendo desafios na medida certa. Há uma boa variedade de carros disponíveis, num total de 20 veículos.
Por outro lado, NFS Underground peca na questão da duração. Por ser um jogo relativamente longo, a jogabilidade pode se tornar repetitiva, já que não há novos conteúdos que prendam a atenção do jogador. Na parte final do jogo, fica evidente que as últimas pistas são apenas versões estendidas de circuitos anteriores, além do uso excessivo de tráfego aleatório, o que pode frustrar os jogadores.
Sentindo o espirito das corridas de rua
Os gráficos de Need for Speed: Underground continuam bonitos até hoje. No PlayStation 2, o jogo apresenta um bom desempenho, embora ocorram algumas quedas de frames nas cenas de maior velocidade, o que, felizmente, não compromete a experiência.
A direção de arte é competente, com carros bem modelados e pistas detalhadas. O trabalho de iluminação e sombras merece destaque, capturando perfeitamente o clima urbano que o jogo propõe. Além disso, as cenas do modo história, embora simples, conseguem emular o clima dos filmes de Velozes e Furiosos de forma eficaz para a época.
Conquiste as pistas e seja o rei das ruas
O ponto fraco de Need for Speed: Underground é o modo história, que praticamente não existe. O jogo oferece um modo carreira, no qual enfrentamos outros corredores em diversos desafios e, ao vencê-los, desbloqueamos novos carros e atualizações. No entanto, as poucas cenas que tentam contar uma história são rasas e sem qualquer profundidade. A impressão é que o modo história existe apenas para “cumprir tabela”. Uma pena.
Uma trilha sonora memorável
A trilha sonora de Need for Speed: Underground é excelente, trazendo várias faixas famosas dos anos 2000, combinando perfeitamente com o ambiente do jogo. O hip hop e o rap roubam a cena desde o início, com a faixa “Get Low”, de Lil Jon & The Eastside Boyz, além de músicas de outros artistas, como Rob Zombie, T.I. e Asian Dub Foundation.
A escolha da trilha sonora ajudou a consolidar a atmosfera que os desenvolvedores queriam criar, sendo uma parte quase inseparável da experiência do jogo. Infelizmente, devido a questões de direitos autorais, o jogo não está mais disponível nas novas plataformas.
O primeiro jogo da fase de ouro de Need for Speed
É certo que todos os jogadores que vivenciaram o início dos anos 2000 lembram de Need for Speed: Underground com carinho, principalmente por ter sido o pioneiro na nova fase da franquia.
Hoje, infelizmente, a série parece ter perdido a capacidade de se reinventar com a mesma força e maestria de antigamente, nem mesmo voltando com a temática de corridas de rua com o regular “Need for Speed” de 2015.
Fato é que a EA conseguiu capturar um momento único com Need for Speed: Underground. Movimento esse que é difícil de acontecer novamente.
Revisão: Julio Pinheiro