Temáticas, envolvendo guerras e tempos históricos, é algo que me chama atenção de forma absurda. Broken Lines conseguiu meu interesse simplesmente com um trailer, e fiquei bastante ansioso para conhecer de perto assim que tive a chance.
O jogo me lembrou bastante a série Commandos, a qual joguei quando era apenas uma criança – é, meio errado isso. Porém, algumas coisas em Broken Lines deixam um pouco a desejar.
Desenvolvimento: Porta Play
Edição: Super.com
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia, Tiro
Classificação indicativa: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PC e Switch
Duração: 6.5 horas (campanha)
A narrativa
Broken Lines é um jogo de RPG tático com batalhas por turnos, e tem uma estrutura onde coloca o jogador no controle de alguns soldados em cada missão apresentada. Sempre existem cutscenes com imagens estáticas enquanto uma voz feminina vai narrando a história.
Já no campo de batalha, existem interações entre os personagens e inimigos através de desenhos dos rostos e um balão de diálogo, às vezes com alguma cena ilustrada para acompanhar o momento.
A trama conta sobre um esquadrão que acabou caindo em linhas inimigas, em uma história alternativa da Segunda Guerra, na região da Europa. Os soldados precisam voltar para casar sãos e salvos, e sua missão é fazer com que isso aconteça através de bastante planejamento.
Broken Lines também oferece um sistema de escolhas e permite liberar finais diferentes dependendo de suas ações tomadas em meios a certos eventos.
Combate tático
Como todo bom jogo tático, Broken Lines mostra o grid no campo demarcando os locais por é possível andar. Existem elementos interessantes como a velocidade que você irá usar para se deslocar até um certo lugar. São 3 níveis de movimentação existentes: a lenta, média e rápida.
Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens, e todos consomem alguns segundos do seu turno. De fato, todas as ações consomem tempo, para que no final seja calculado quantos minutos você levou naquela fase – para comparar com a meta estimada.
Como seu planejamento demanda alguns momentos para ser realizado e não há como pausar no meio da ação, é preciso pensar bem qual será o próximo. Alguns soldados são equipados com primeiros socorros, granadas explosivas, granadas de fumaça, entre outros elementos que irão compor uma boa tática.
Por isso, é uma má ideia sair tomando qualquer atitude sem antes dar uma olhada no mapa. Inimigos podem surgir do mais absoluto nada, mas felizmente isso o jogo faz questão de pausar nestes momentos para verificar se existe uma mudança de planos por parte do jogador.
Uma boa notícia é que a morte de um soldado por aqui não é imediata, o que abre a possibilidade de salvar um parceiro ferido e livrá-lo da morte. Porém, uma vez 100% eliminado, o companheiro(a) perdido em batalha não voltará para contar história.
Encontrando gente nova
Para recrutar novos membros para a equipe, basta encontrar combatentes durante a campanha e eles se juntarão a você. Entre uma missão e outra existe os momentos ao redor da fogueira, uma espécie de Hub do jogo onde você gerencia o esquadrão antes de prosseguir com a história.
Neste momento de descanso, existe a opção de verificar o equipamento da equipe, adicionar habilidades aos membros, comprar itens, fazer missões aleatórias e escolher os soldados para enviar na próxima missão.
Tutoriais e a falta de intuição
O título fala por si só. Quantos jogos não lotam o jogador de textos e mais textos simplesmente ensinando a jogar?
Quando isso acontece, suspeite: o jogo provavelmente não é intuitivo. Broken Lines começa os primeiros minutos, após uma breve cutscene, a lotar você de informações. Sério, são várias páginas com textos para você ler e entender como joga.
Logo minha suspeita se confirmou e percebi que nada era autoexplicativo. Apesar do combate tático ser o foco, os desenvolvedores pecaram em vários detalhes que contribuem para a confusão se instalar.
Uma experiência quase muito boa
Existe uma explicação sobre qual arma funciona melhor de acordo com a distância. Mas qual arma é qual? Não existe legenda, uma tag descritiva nem nada.
As armas estão representadas de forma visualmente pequena e subjetiva, obrigando você a decorar a ilustração de cada uma, abrir o tutorial novamente ou ficar consultando o menu com informações de sua tropa apertando um comando.
As habilidades únicas de cada soldado também são apenas representadas graficamente e não deixam claro o significado durante o jogo. Mais uma vez, a legenda é ausente e o jogo confia que você vai interpretar tudo corretamente.
Uma vez acostumado com tudo que foi explicado, é possível jogar sem grandes problemas. Mas há grandes chances de, até lá, qualquer um já ter abandonado tudo na primeira fase. Apesar de ter uma opção para desligar os tutoriais, é bem confuso você jogar Broken Lines sem ler todos os textos que ele apresenta.
Alguns probleminhas
Como o jogo saiu anteriormente para PC, é possível fazer uma certa comparação com os gráficos e performance da versão para Switch.
O jogo não deixa tanto a desejar, mas é nítido o downgrade feito em relação à sua versão de Steam. Existe queda de performance em alguns momentos, o que incomoda um pouco, mas não torna o ato de jogar inviável.
Também notei alguns problemas de colisão entre os personagens, resultando em um movimento trêmulo quando todos estão juntos – como se estivessem brigando pelo mesmo espaço. Fora isso, também existe bastante serrilhado, e isso fica bem aparente ao dar um zoom in na imagem.
Confuso, mas divertido
Broken Lines é um jogo confuso no início. Leva alguns bons minutos até acostumar com sua interface e forma de tratar os combates por turno. Porém, uma vez dominado, a experiência se torna mais agradável.
Apesar disso, o tempo todo fica um sentimento de que as coisas por aqui poderiam ser melhores se fossem feitas com um pouco mais de atenção aos detalhes.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores