Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville Capa

Review Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville (Switch) – Guerra fofinha em terceira pessoa

Quem diria que a EA traria um jogo para o console da Nintendo que utiliza a engine Frostbite? Plants vs Zombies: Battle for Neighborville é o terceiro título da série de tiro em terceira pessoa, que agora deixa para trás o subtítulo Garden Warfare. Originalmente lançado em 2019 para Xbox One, PS4 e PC, a franquia de guerra entre plantas e zumbis finalmente fez sua aparição no Switch, com alguns ajustes aqui e ali para se adequar ao hardware mais modesto do console. Por outro lado, algumas melhorias perceptíveis também estão inclusas no pacote.

Desenvolvimento: PopCap Games, QLOC
Distribuição: Electronic Arts
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Tiro, Multiplayer
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch
Duração: 4.5 horas (campanha)/117.5 horas (100%)

Explorações de regiões e foco em multiplayer

A localização dos textos é excelente
A localização dos textos é excelente

Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville é um tipo de jogo que não leva sua história a sério. No modo História, o objetivo é bem simples: proteja as regiões dos ataques zumbis, caso você esteja no time das plantas, e vice-versa. São diferentes mapas que os lados podem explorar, cada qual com suas respectivas missões, moeda interna de troca e mundo aberto com baús com itens espalhados e objetivos que servem muito bem como um grande tutorial, já que o nível de dificuldade é baixíssimo.

As missões não concedem tanto dinheiro assim ou experiência para os personagens neste modo, mas ao menos é possível desbloquear skins exclusivas. Mesmo assim, o modo História acaba sendo utilizado para introduzir o jogador àquele mundo e suas mecânicas como, por exemplo, a criação de defesas composta por inteligência artificial durante ataque inimigo, reanimação de aliados derrotados em batalha, entre outras.

Acerte seus amigos no online

Porém, o foco de Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville é, claramente, o seu modo multiplayer. São dois modos fixos possíveis de serem jogados no portal de batalha online: Dominação Territorial, que funciona basicamente como um controle de zona que vai alternando o local depois de alguns minutos; e o Operação Cemitério e Jardim, em que até 5 jogadores se juntam para derrotar hordas de inimigos da outra raça que estão tentando invadir seu jardim ou cemitério.

Existe um terceiro modo que é alternado toda semana entre Arena de Batalha PvP, Arena de Batalha com eliminações e afins. Também é possível criar partidas privadas com amigos selecionando todos os oito modos disponíveis e suas diversas opções de mapa existentes. E a melhor parte é que, mesmo jogando contra a inteligência artificial apenas para praticar, o jogador recebe moedas e experiências para os personagens utilizados em batalha.

Personagens extremamente carismáticos
Personagens extremamente carismáticos

Já os personagens, em si, são de longe a parte mais divertida de todo o jogo. São 10 selecionáveis e um disponível para desbloqueio no lado das plantas, enquanto na facção dos zumbis temos 10 selecionáveis e mais 2 para desbloquear. Ambos os lados possuem suas figuras com as respectivas classes, que se dividem em quatro grupos: Ataque, Defesa, Suporte e Enxame. 

Ataque é o grupo dos personagens considerados linha de frente, com mais poder de causar dano e desferir ataques poderosos. Os de Defesa possuem uma resistência maior contra ataques inimigos e até mesmo golpes que criam escudos ou qualquer tipo de proteção. Os Suportes são personagens que possibilitam a cura, seja de si mesmo ou de seus aliados. Já os de Exame recebem vantagens como uma armadura protetora quando estão próximos do seu mesmo tipo. Fora isso, todos os personagens possuem habilidades próprias, e novos grupos são desbloqueados em uma promoção de patente a cada dez níveis alcançados.

Skins e habilidades para todos os lados

Skins aleatórias

Plants vs Zombies: Battle for Neighborville possui uma vasta quantidade de skins desbloqueáveis, além de várias formas de obtê-las simplesmente jogando ou cumprindo desafios. Essas skins são peças de roupas equipáveis nos personagens, que vão desde objetos para colocarmos em partes do corpo até conjuntos completos. A busca por esses itens acaba se tornando um verdadeiro ato de colecionismo.

Além de podermos adquirir estas roupas no modo História através do dinheiro interno da região e cumprindo missões, também há um dispositivo chamado Reward-O-Tron 9000 no Parque Eufórico que vende itens aleatórios por 15 mil moedas, que podem ser desde skins mais comuns até mais raras, além de conjuntos completos de roupas. Também podemos recebê-las cumprindo desafios correspondentes aos vários personagens existentes do jogo, ou então utilizando Lâmpadas Premiadas que são recebidas fazendo tarefas listadas diariamente e semanalmente.

Lojinha do Rux

Como se não bastasse, também há a possibilidade de comprar habilidades e skins selecionadas na Loja do Rux, um gnomo de jardim que também fica no Parque Eufórico. Como segunda opção, existem as rotas do Mapa de Prêmios, em que o jogador seleciona um item de alto escalão que deseja, compra diversos itens dentro de um caminho linear até atingir uma quantidade exigida para receber uma skin rara, por exemplo. Nesta opção, são apenas aceitas Lâmpadas Premiadas em vez de moedas. Caso não tenha ficado claro, são várias as formas de obtenção dos itens e habilidades, e tudo isso se dá através do simples ato de jogar – felizmente. Obviamente, um pouco de grinding (repetição) é exigido.

Melhorias em relação a outras versões

Compras internas (com dinheiro do jogo)
Compre tudo com dinheiro adquirido no próprio jogo

Apesar de algumas mudanças já esperadas no visual por conta de ser um port de Switch, a EA Games mandou muito bem em algumas atitudes praticadas nesta versão. A primeira delas é a remoção de microtransações, impedindo crianças de comprarem moedas e lâmpadas que funcionam como o dinheiro do jogo, no cartão de seus pais sem autorização.

Isso também é refletido até mesmo na economia interna do jogo, porque a compra de itens como skins e conjuntos completos de roupas personalizadas para personagens são bem menos custosas no console da Nintendo, enquanto na concorrência os preços exigem um pouco mais de dinheiro para comprar os mesmos itens. A quantidade máxima de certos itens também foi aumentada, como as Lâmpadas Premiadas que permitem um valor de até 999.

Desafios diários

Já na questão de diferentes edições na hora de comprar o jogo, felizmente, aqui existe apenas uma. Costumo abominar games que possuem diferentes versões nas lojas digitais para serem vendidas, geralmente uma melhor que a outra contendo moedas pagas com dinheiro real para acelerar a compra de itens internos, evolução mais rápida de personagens ou qualquer tipo de season pass que permite acesso aos futuros conteúdos extras (muitas vezes previamente cortados de propósito no lançamento).

Como não podia faltar em um jogo de tiro para Switch, também temos aqui a opção de controlar a mira utilizando o sensor de movimento do joystick. O recurso pode ser utilizado tanto para a visão do personagem quanto para o estado de mira segurando o ZL, além de possibilitar ajustes de sensibilidade e até mesmo como queremos inclinar o controle para fazer o movimento horizontal. Fora isso, existem opções de acessibilidade como um modo para pessoas daltônicas, controle de brilho e uma regulagem de contraste.

O lado amargo

Resolução no portátil cai constantemente
Resolução no portátil cai constantemente

Como nem tudo são flores – isso não foi um trocadilho -, Plants vs Zombies: Battle for Neighborville tem alguns deméritos na versão para o console da Nintendo.

Apesar de belos visuais e recursos de luz e sombra na TV, utilizando a Dock, os gráficos deixam bastante a desejar no modo portátil. Jogando com o console em suas mãos a sensação de que os gráficos irão esfarelar na sua frente é constante. Isso se deve ao fato da resolução dinâmica ser ativada para segurar a performance do jogo nos 30 fps padrões desta versão. Caso contrário, se o recurso estivesse desativado, provavelmente veríamos tudo rodando em uma apresentação de slides. Os desenvolvedores poderiam ter colocado uma opção de modo performance com 60 fps e redução de sombras – que são bem detalhadas, por sinal -, o que seria muito bem-vindo, ainda mais para melhorar a resposta dos controles.

Senti falta da tela dividida para 2 jogadores
Senti falta da tela dividida para 2 jogadores

Já o modo de tela dividida para duas pessoas, existente nas versões de Xbox One e PS4, foi simplesmente removido aqui. Isso é um ponto negativo muito grande, já que a exploração dos mapas do modo História jogando offline é muito mais divertida com alguém ao seu lado. De qualquer forma, sejamos honestos, existe o recurso de convidar amigos para participar a qualquer momento através da internet, mas a falta do crossplay obriga que apenas pessoas que tenham comprado o jogo na versão de Switch possam ingressar em seu jogo.

Voltando ao modo online, uma forma de se comunicar com seus aliados utilizando um chat de voz interno faz bastante falta. Apesar de existirem os emojis no menu de reações, de forma alguma isso acaba sendo mais ágil do que simplesmente conversar com seu time falando. As “ordens” também podiam funcionar de forma lógica com a equipe quando existem somente bots com inteligência artificial, o que seria bastante útil nos momentos em que a equipe se dispensa e precisa ficar mais unida.

Comunicação online é crucial
Comunicação online é crucial

Adicionalmente, também podiam ter feito uma divisão por ranking de jogadores, assim poderíamos enfrentar apenas pessoas com um nível similar ao nosso. A ausência disso resulta em partidas não tão equilibradas, já que personagens em níveis mais elevados possuem habilidades melhores que concedem vantagens maiores. Infelizmente, não há uma seleção de “partidas casuais” e “ranqueadas”.

Por fim, as batalhas pecam por falta de uma trilha sonora de fundo, o que deixa as coisas um pouco menos emocionantes de forma geral. Isso acontece também durante o modo História, em que ouvimos apenas o som ambiente e os personagens reproduzindo seus sons e falando qualquer coisa. Acaba sendo mais divertido ouvir uma música em seu fone de ouvido enquanto se diverte em Battle for Neighborville.

A diversão online perfeita no Switch

Honestamente, Plants vs Zombies: Battle for Neighborville é o meu atual jogo preferido de tiro em terceira pessoa no Switch, e muito disso se deve à sua proposta menos hardcore, com gráficos cartunescos, história sem complexidade e um foco tremendo em diversão. Apesar de alguns downgrades visuais e de performance, a versão para o console da Nintendo consegue se manter bela na maioria das vezes (pelo menos na TV), sem deixar a performance ir para o buraco.

Infelizmente, o maior ponto negativo é a falta de um cooperativo de tela dividida que existe nas versões para outros consoles, mas que aqui foi removida provavelmente por causa do hardware do Switch. O que é uma pena, já que experienciar as fases do modo História com alguém ao lado é bem divertido.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Gráficos na TV são belos
  • Online funciona muito bem
  • Sem microtransações
  • Bastante conteúdo desbloqueável
  • Mira por controle de movimento (opcional)

Contras

  • Resolução no portátil desagrada
  • Sem matchmaking entre níveis similares
  • Modo de tela dividida foi removido
  • Sem chat interno de voz