O PlayStation 2 recebeu uma série de jogos de RPG que, hoje em dia, muita gente considera como clássicos do sistema, já que diversos deles não estão disponíveis nas plataformas atuais. Pensando nisso, a NIS America começou uma série de lançamentos, a Prinny Presents NIS Classics Volume 1, que traz consigo dois jogos: Phantom Brave e Soul Nomad & the World Eaters. Ambos foram remasterizados e trazem o melhor gráfico possível para o Nintendo Switch, além de uma trilha sonora impecável.
Desenvolvimento: Nippon Ichi Software
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: Soul Nomad: 30 horas (campanha)/47 horas (100%) | Phantom Brave: 30 horas(campanha)/48 horas (100%)
Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered
Phantom Brave traz como sua protagonista a jovem Marona, que perdeu seus pais quando tinha apenas seis anos. Ela possui uma habilidade especial: o poder de conversar com Phantoms. Isso sempre trouxe problemas para a garota, já que as pessoas acreditam que ela é possuída ou algo do tipo, o que faz com que todos mantenham distância.
Ainda assim, Marona acredita que um dia será reconhecida por seus feitos, e se mantém muito animada e cheia de vontade. Para alcançar o reconhecimento, ela conta com o apoio de Ash, um Phantom que serve como seu mentor e guardião. E juntos eles embarcam em diversas aventuras, sempre ajudando quem precisa.
O combate de Phantom Brave é praticamente idêntico aos jogos de RPG estratégicos. A cada turno, quem for mais rápido age e pode atacar o adversário. Contudo, não há um número de casas específicas, e os personagens podem andar livremente dentro de um círculo. Além disso, elementos do mapa podem dar certos benefícios, como aumentar a defesa, então é bom sempre ficar de olho nisso antes de atacar desenfreadamente.
Porém, a parte mais diferente do game é a forma como Marona chama seus aliados. Como todos são Phantoms, eles precisam possuir determinados objetos no cenário, sejam eles pedras, estrelas do mar, árvores, ou o que mais estiver disponível. Além disso, os seres possuídos ficam somente alguns turnos em batalha, e podem receber bônus ou punições de acordo com o item escolhido. Exemplo: uma árvore pode aumentar em 20% os pontos de vida de determinado personagem, mas diminuirá 15% o ataque.
Resumindo, é preciso dosar bem o uso dos Phantoms. Outra coisa bacana é poder usar as árvores e pedras como armas, assim causando mais dano nos adversários, sem falar que o corpo dos adversários abatidos também se transformam em arma, e dá para barbarizar à vontade. Confesso que no começo sofri um pouco para entender o funcionamento dessas mecânicas, mas, depois de um tempo, ficou “mamão com açúcar”.
Os gráficos ficaram muito bons e nem parece que é um remaster. Particularmente, gosto muito desse estilo de jogo, mas não curti tanto a forma como a câmera é vista. Apesar de ela ser totalmente giratória e podermos subir e descer à vontade, em alguns momentos há mais confusão que tudo.
Soul Nomad & the World Eaters
Muitos anos atrás, no continente de Prodesto, uma terrível guerra ceifava a vida de muitos guerreiros. Foi então que Lorde Median surgiu. Utilizando a sua incrível força, ele colocou um fim naquela maldita guerra. Contudo, 10 anos depois, em circunstâncias desconhecidas o Lorde e seu filho morreram, e, sem a presença de um líder forte, a guerra retornou à Prodesto. O conflito continuou por mais 15 anos, até que a filha de Lorde Median, Layna, provou o seu valor e deu fim às batalhas sem fim. O mundo então experimentou um pouco de paz e prosperidade, mas isso teve um fim.
Cerca de 50 anos depois, Gig, surgiu com seus três World Eaters (comedores de mundo, em tradução literal), e começou a espalhar o caos no mundo, destruindo nações e aniquilando países. Layna então juntou seu exército e foi para a luta. Durante o combate, a guerreira utilizou um golpe especial que destruiu o poderoso vilão, trazendo novamente a paz para Prodesto.
Feita a introdução da história do mundo, o jogo finalmente começa. Agora podemos escolher entre um menino ou uma menina e somos ensinados o básico do combate. Feito isso, Layna nos presenteará com nossa primeira arma, uma espada de Onyx, que traz a alma de Gig encarcerada. Layna nos explica que os World Eaters voltaram à ativa e precisamos partir em uma missão para detê-los, e somente com o poder de Gig que isso é possível. Assim, começa nossa aventura.
O combate também é estratégico, a movimentação dos personagens é feito através de uma grade, similar ao visto no xadrez, porém, a luta em si é um pouco diferente. Aqui podemos montar nosso time de acordo com os espaços disponíveis em um campo dividido entre três partes: a frontal, a mediana e a traseira. Particularmente, gostei de usar minha formação com dois atacantes diretos, um atacante indireto no meio e um mago de cura. Além disso, é possível convocar mais aliados para utilizá-los durante as lutas.
A única parte ruim das lutas é não poder focar em um único inimigo, já que eles miram de forma aleatória, e sempre que o líder da unidade adversário morre, o resto deles também perece. Fora esse pequeno problema, tudo é bastante divertido. Depois de alguns turnos, é possível uns golpes especiais que dão muitos combos, e quase todos são um show de exagero, exatamente o que eu esperava de jogos desse tipo.
Prinny Presents NIS Classics Volume 1
Dentre os dois jogos presentes no Prinny Presents NIS Classics Volume 1, Soul Nomad com toda certeza foi o que mais me divertiu. O título é totalmente exagerado e cheio de piadinhas, o que me agradou bastante. Não digo que Phantom Brave seja ruim, mas seu clima é mais pesado que a aventura de Gig. A trilha sonora de ambos foi escrita por Tenpei Sato, que também assina Disgaea, e é muito boa. A dublagem dos dois games também é muito bacana e merece ser exaltada. No geral, recomendo bastante a coletânea, e espero que a NIS America continue trazendo seus ótimos games para o Switch.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong