Eu sou alguém que adora jogos de navinha, ou Shmup (Shoot’ em up), como preferir, desde que conheci os videogames. Uma das minhas primeiras experiências com games foi graças ao Master System da minha irmã, que vinha com Sonic na memória, e tínhamos mais 2 fitas: uma delas era Power Strike, meu jogo de navinha preferido até hoje.
Duas coisas me atraíram a atenção em Arcade Space Shooter A primeira ,obviamente, foi o fato dele ser um Shmup , e a outra que foi desenvolvido por um estúdio brasileiro: dois cobertores para aquecer meu coraçãozinho.
Desenvolvimento: Moraes Game Studio
Distribuição: QUByte Interactive
Jogadores: 1 (Local)
Gênero: Arcade, Ação
Classificação indicativa: 14 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: Nintendo Switch
Duração: Sem Registro
Space War Infinity
Já digo logo de cara que simplesmente adorei esse aqui e o achei extremamente viciante! Space War Infinity segue os clássicos de navinhas, com inimigos descendo da tela em direção a você, enquanto tenta sobreviver às suas hordas de inimigos e tiros espalhados por todos os lados.
Apesar de muitos Shmup também carregarem o título de Bullet Hell, este não é o caso de Space War Infinity. Ele possui uma boa progressão que vai sim jogando mais coisas na tela à medida em que se avança, mas não chega a ser um mar de tiros e bombas inimigas em que você só tem uma brecha de 2mm pra passar sem sofrer danos. Na verdade, ele é muito bem equilibrado, começando em um ritmo mais lento e aumentando sua dificuldade com o tempo. Space War Infinity meio que entende nosso avanço e, quanto mais poderosos nos tornamos, mais desafiador ele fica.
Apenas três botões são usados fora o analógico/direcional para a movimentação da nave. Um deles serve para atirar, enquanto outro lança bombas poderosas que destroem tudo na tela fornecendo um momento de respiro ao jogador e, por último, existe um para acessar sua árvore de melhorias. Felizmente, há 2 mapeamentos diferentes desses botões, que podem ser usados livremente durante o jogo. Os tiros no B e no ZR, as bombas no Y e no ZL, e as melhorias no X e L. Confesso que o conforto nos gatinhos me atraíram mais.
Existem dois sistemas de power ups: um temporário e outro permanente. As armas temporárias encontramos normalmente durante nossa empreitada espacial. Elas aparecem repentinamente e, só de encostarmos nelas, já as conquistamos. A maioria delas são disparos diferenciados e potentes com um determinado número de munição que, ao acabar, é restaurado para o tiro padrão. Existe uma boa variedade de armamentos, passando pelos disparos, bombas, naves auxiliares, escudos, minas espaciais e por aí vai. Conforme avançamos e vamos passando por mais zona”, novos materiais bélicos ficam disponíveis para serem encontrados nas fases.
Ainda sobre as zonas, todas são extremamente importantes para pontuar sobre os power ups permanentes, pois eles só são liberados após alcançar uma área nova, cada qual contando como 1 ponto. Elas também servem como checkpoints, sendo seu porto seguro sempre que morrer. As melhorias que você já conquistou não serão removidas, mas sua pontuação será zerada toda vez que vir a ser destruído pelo inimigo.
Dentre o que pode ser aprimorado, está sua arma, escudos, bombas, vida e mais algumas coisas possíveis apenas após atingir certos níveis dos itens básicos. Graficamente, Space War Infinity é bem simples, porém não acho que seja algo incômodo, é totalmente agradável aos olhos e em jogabilidade. Ele não conta com uma trilha sonora rica ou maravilhosa e tudo aqui gira em torno da simplicidade, sendo que ela cumpre bem seu propósito – e é isso. Isso não é ruim, mas também não dá pra dizer que é boa. Neutra, talvez?
A verdade é que o único defeito que achei em Space War Infinity foi o fato de alguns tiros e asteroides, que existem para dificultar seu caminho, acabam se misturando ao fundo da tela, e tem vez que não é possível saber “o que é o quê”.
Space Smash
Apesar deste também ser um Shmup, ele segue uma fórmula um pouquinho diferente, e até me lembrou bem vagamente Ultraton.Longe de ser um Bullet Hell também, mas, como seu irmão acima, Space Smash segue aumentando a dificuldade e o número de inimigos na tela conforme sua progressão. Porém, desta vez os inimigos são contados em ondas, pois não saímos do mesmo lugar. Eles aparecem lateralmente no ponto onde começamos e, aos poucos, somos espremidos pelas laterais da tela. Até parece que estamos em uma espécie de triturador de lixo espacial, pois o efeito das paredes se fechando é bem a cara disso: um grande espaço retangular que segue afunilando aos poucos. A pergunta é: como sobreviver?
A resposta é bem simples: mate seus inimigos e colete os “embriões” azuis que eles deixam. Fora os azuis, existem os vermelhos também, mas cuidado que esses são embriões do mal! Esse vermelhos não causam dano, mas estreitam mais rapidamente a tela.
Desta vez contamos apenas com power ups temporários, pois não é possível aprimorar permanentemente sua nave, mas conseguimos adquirir outras habilidades novas e mais poderosas.
Devo dizer que problemas com diferentes armas, bombas, vida, escudos e tudo mais não haverá, pois eles flutuam em abundância pela tela, mas o difícil é acompanhar todos pra pegar sem sofrer danos pelo caminho. Aliás, ser ganancioso aqui pode ser bem perigoso. Novamente há uma grande variedade do que adquirir temporariamente com os power ups, e eu só me lembro de haver uma arma inútil: o lança-chamas. Deve ser Karma, dos jogos, porque na maioria das vezes essa arma não tem grande utilidade – ou eu que dei azar de só jogar títulos em que ela não funciona como deveria.
Com toda certeza, o item mais escasso e que precisa ser adquirido a todo custo, são as moedas douradas. Elas são literalmente seu dinheiro no jogo e, sem essas belezinhas, não poderemos adquirir novas naves. O problema é que elas quase não aparecem e, quando aparecem, é de forma completamente aleatória, não existindo um quesito para que elas dêem o “ar da graça” no campo de batalha. Certas vezes passei várias partidas sem sequer ver uma, enquanto em outras outras mal começava e já tinha uma vagando pela tela. Juntar as quantias necessárias para trocar de nave é uma tarefa árdua.
Apenas 2 botões são usados durante Space Smash um para o disparo e outro para liberar as bombas que varrem tudo e todos da tela. Mas qual o problema disso? Os tiros são mapeados no analógico direito e a bomba no B, sem a possibilidade de trocar os botões.oOu seja, é necessário parar de atirar para lançar a bomba, e isso causa alguns segundos preciosos de desvantagem que acabam custando nossa vida. O melhor seria se um dos botões de cima do Joy-Con lançassem as bombas, assim nossa artilharia não seria prejudicada.
Confesso que achei sua trilha sonora um pouco irritante, pois depois de uns 3 minutos jogando já surge a vonade em querer deixar o volume no 0. E como é um looping sem fim da mesma música, e em algum momento você vai sim abaixar totalmente o som pra não ter que continuar ouvindo mais nada dela.
Pague por 1 e leve 2!
Hora de juntar os trapinhos novamente. De forma simplista ao extremo e muito leve, é possível pausar e sair dos jogos a hora que você quiser para trocar de título. As opções não oferecem mais do que o controle sonoro, a volta para o menu e a mudança do idioma. É tudo muito rápido e prático.
Nos primórdios do arcade, não costumava existir história por trás dos jogos, ou talvez tínhamos no máximo uma breve menção do que se tratava a aventura. Digamos que Arcade Space Shooter segue bem fielmente essa linha: são apenas naves invocadas que vagam pelo espaço destruindo tudo que cruzarem seu caminho. Simples e objetivo. Realmente não vi um problema nisso.
Costumo gostar de jogos com boas histórias, mas em um Shmup eu realmente só quero explodir coisas e nada mais. É um jogo “rápido”, e você pega em uma tarde de domingo e gasta um tempo com ele até enjoar, e isso vai te deixar muito satisfeita. Sabe quando não tem certeza do que fazer ou jogar? Não quer nada que precise pensar muito ou passar muita raiva? Pois é exatamente o Arcade Space Shooter que pode ser uma opção para lhe distrair.
Para o infinito e além
Mesmo que existisse apenas o Space War Infinity, eu já teria sido uma pessoa muito feliz com ele. Adoro o estilo que ele tem, sua proposta divertida e progressão ótima que motiva a sempre seguir em frente para superar o desafio. O fato da formação dos inimigos e power ups sempre mudarem ao morrer também é motivador, pois a zona nunca é a mesma de antes.
Já Space Smash não me cativou muito, pois a progressão mais lenta com ritmo menos frenético não me ganhou, e achei ele até meio “chatinho” se comparado ao outro título da dupla. Mas, querer aumentar minha tripulação de naves me motivou a ir um pouco mais longe nele.
A verdade é que esse é o tipo de jogo que você sempre deixa ele ali de reserva pra qualquer hora. Achei eles mais divertidos até mesmo do que alguns títulos mais bem elaborados e espalhafatosos do subgênero, que existem hoje em dia para os celulares.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong