Sendo um dos melhores indies lançados em 2016, Furi é um boss rush que é a definição de hipnotizador. As batalhas frenéticas, com luzes chamativas e uma trilha sonora eletrônica, te induzem a querer permanecer jogando, e parecem um show do estilo musical. Seis anos depois, Furi: Modore Edition chega trazendo as suas adições e um novo DLC que muda pouco, mas que ainda é divertido.
Desenvolvimento: The Game Bakers
Distribuição: The Game Bakers
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Luta
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 5.5 horas (campanha)/16 horas (100%)
Liberdade vai cantar
Falar de Furi é ser obrigado a citar Afro Samurai, o que é importante na narrativa em geral. O criador do mangá seinen, Takashi Okazaki, foi o designer dos chefes de Furi. Porém, as inspirações estão também no protagonista e em toda narrativa, com pequenas referências por todo canto.
Agora, falar da história de Furi é difícil por dois motivos: ela é fragmentada e subjetiva. Começamos vendo um samurai cibernético preso sendo espancado pelo Carcereiro. Após a tortura, uma voz misteriosa chama o samurai dizendo que a chave para liberdade é a morte desse inimigo. No entanto, depois de conseguir tal façanha, ele descobre que existem múltiplos níveis dessa prisão e que precisará confrontar outros prisioneiros para realmente conseguir a liberdade. O objetivo é simples e desafiador, mas conseguir entender tudo é ainda mais.
Entre uma prisão e outra, descobrimos o dono da voz misteriosa e ele vai explicando – bem mais ou menos – o que está acontecendo ali. O protagonista não fala, então só recebemos informações desse indivíduo e de alguns chefes. A outra forma de conseguir entender melhor as coisas é passando dos chefes com rankings maiores, pois estes liberam informações sobre os chefes e porque de suas prisões. Sendo assim, as coisas não são tão simples e dependem da sua habilidade em combate.
Quanto mais chances, mais derrotas
As lutas de Furi são ultra-responsivas e rápidas, demandando reflexos ligeiros para repelir ataques e desviar de inúmeros tiros. Podemos atacar sem parar, defender, esquivar e dar tiros rápidos e concentrados. Caso tudo isso seja feito de forma precisa, você sobreviverá a batalha. Por outro lado, cada queda fará com que o chefe recupere toda a vida e você não tem muitas chances.
Tudo isso faz de Furi um boss rush que implementa outros dois subgêneros: hack and slash e bullet hell. No primeiro modo, você estará cara a cara com um chefe, precisando atacar e repelir suas investidas de forma rápida. No outro, esquivar de centenas de projéteis caóticos será seu desafio. Esses modos são bem representados pela câmera isométrica e seu foco na arena.
Resumindo o que foi dito, Furi é desafiador demais até na dificuldade fácil. Temos três chances de ganhar de um chefe, e alguns deles possuem até seis fases. Caso a vida do samurai chegue a zero e ele caia, o chefe continua em sua fase mas recupera toda vida. Porém, se não tivermos mais nenhuma chance, a luta volta do início. No geral, cada batalha é bem rápida, podendo ser finalizada em apenas um minuto se você for um profissional.
Edição e suas adições
A Modore Edition conta com todo o conteúdo adicionado para Furi até o momento, como modos de jogos, músicas, artes e DLCs. Em relação ao que foi lançado nos últimos anos, temos um modo invencível no qual podemos focar apenas na história ou melhorar as habilidades. Porém, se você é do tipo que gosta de sofrer, existe também foi adicionada a dificuldade Furier, que deixa toda a experiência ainda mais desafiadora. E, por fim, há o modo speedrun que coloca um limite de tempo para derrotar cada adversário.
Furi também conta com dois DLCs, um antigo e outro atual. One More Fight foi lançada em 2017, adicionando um boss com sua área própria e novas músicas. Recentemente, Onnamusha foi lançada adicionando uma samurai que traz dois estilos de combate e um novo desafio.
A samurai de Onnamusha detém um modo leve e ágil, enquanto que o outro é lento e muito letal. Você pode ficar o tempo todo sendo rápido, mas irá demorar para finalizar a luta. Do contrário, dar muito dano pode encurtar o tempo, mas a quantidade de dano recebido será maior pela baixa agilidade. Alternar entre esses estilos de combate facilita e complica no combate, pois é necessário saber os momentos certos de utilizar cada um.
Para quem jogou Furi anteriormente, Onnamusha é um novo aprendizado de como se libertar dessa prisão. Após finalizar o jogo padrão, finalizar com essa nova samurai foi um novo desafio. A adição pode parecer pouca, mas Furi já possuía um potencial interessante, e esse DLC renovou o game para os veteranos.
Uma arte de milhões
Furi tem dois picos de jogabilidade. Em um você anda por locais contemplativos, escutando a voz introduzindo a área e o prisioneiro dela. Em outro você está em uma luta intensa e frenética contra esse adversário. E o influenciador dessa dualidade são os espectros de Furi: visual e trilha sonora.
O aspecto gráfico de Furi não é um dos melhores no Switch, pois há muito serrilhado, principalmente em cinemáticas que se aproximam demais dos personagens ou áreas. Porém, a forma como a câmera se comporta nas caminhadas tranquilas é sensacional e adiciona um olhar mais cinematográfico. Esse seria o espectro de paz de Furi, que expressa a calmaria antes da batalha.
No outro lado da moeda, temos a trilha sonora de Furi, sendo ela o espectro do caos que amplifica com as batidas eletrônicas toda a adrenalina da batalha. Ela é espetacular, não tendo uma música que não seja impressionante e impacte tão bem na frenesi das lutas com chefes. Não direi muito sobre a trilha sonora, apenas deixei o link dela e depois podem me agradecer.
Rápido e hipnotizante
Furi – Modore Edition é um boss rush completíssimo de 2016 que não pode ser deixado de lado. O game base já era divertido e brilhante o suficiente, contudo, os DLCs e modos deixaram tudo ainda maior e mais divertido, tanto para iniciantes quanto para veteranos. Ao passar de um chefe e voltar para a calmaria, você deseja incessantemente a adrenalina da batalha de volta. Assim, Furi vicia quem joga, dando momentos extremos de ação e outros de reflexão.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong