Okinawa Rush é um indie de beat ‘em up estrelado pelos três personagens selecionáveis mestres em artes marciais: Hiro, Shin ou Meilin. Os visuais sofrem fortes influências da era 16-bit e passam uma vibe bastante enraizada no Mega Drive, facilmente podendo se passar por um produto daquela época com toques de modernidade. Você será capaz de combater o clã Black Mantis e vingar a morte da esposa de Hiro?
Desenvolvimento: Sokaikan
Distribuição: No Gravity Games, Pixel Heart
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Plataforma, Aventura, Luta
Classificação: 12 anos
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch, PC
Português: Legendas e interface
Duração: 4 horas (campanha)
Karatê e kung-fu

Apesar do nome oriental ser mais voltado ao Japão, Okinawa Rush também possui elementos do kung-fu, tendo Meilin como uma das principais representantes dessa arte marcial através de golpes bastante focados em chutes e socos desferidos em sequência numa velocidade absurda, além de seu leque cortante. Hiro e Shin (irmão de Hiro) são bem mais focados na arte do karatê, e apresentam golpes também utilizando os pés, mas muito mais aqueles realizados com a palma das mãos.
Nosso principal objetivo aqui é enfrentar os inimigos do clã Black Mantis, através de fases ambientadas na ásia, em locais com bastante bosque e vilarejos temáticos do mundo oriental. A apresentação é incrível e bem surpreendente, ainda mais porque títulos da era SNES e Mega Drive não tinham qualquer introdução à história de forma convincente ou bem trabalhada. Aqui, além das cenas animadas acompanhadas de diálogos dando um charme bastante alto para a narrativa, também existe a dublagem em inglês que demonstra um certo nível de competência.
Nos primeiros minutos de jogo, somos introduzidos aos controles padrão e aos movimentos de combate de Okinawa Rush, controlando até mesmo a esposa de Hiro Yashima, Ayumi, na primeira fase, a qual depois é assassinada por membros da Black Mantis. Com isso, Hiro parte em busca do clã com sede de vingança.

Todas as fases são compostas por avalanches de inimigos, além de elementos de plataforma 2D que exigem com que pulemos em árvores, entremos em locais subterrâneos e façamos o possível para não cairmos em buracos e afins. Infelizmente, a pancadaria desenfreada e a jogabilidade de plataforma não se conversam tão bem em 100% do tempo, mostrando um pouco a desconexão em momentos em que é preciso prestar atenção nas duas coisas.
O combate, em si, é fenomenal. Somos dotados de uma boa variedade de combos, o que pode variar caso direcionamos o personagem para cima ou baixo em conjunto com o soco, ou até misturando o soco com outro botão. Fora isso, também há o comando de parry para golpes e projéteis, fora o golpe especial que desfere movimentos com outra parte do corpo.
Ao preenchermos uma quantidade mínima de orbs vermelhos (localizados abaixo da barra de saúde no canto superior esquerdo), o botão do especial permite com que usemos um golpe bem mais forte, acompanhado de uma animação única para cada personagem e bastante sangue jorrando para todos os lados – que, aliás, pode ser desligado na opção de gore no menu.
Extras e modo adicional

Algo que eu sinceramente não esperava encontrar aqui era um modo co-op. Um segundo jogador pode incorporar um dos outros personagens e, caso um dos dois seja eliminado, o outro pode correr para socorrê-lo em um limite de tempo. O problema é que, caso um morra e não seja ressuscitado dentro deste tempo, ambos recebem um game over. Mesmo assim, a ação se intensifica ainda mais ao lado de outra pessoa.
Entre uma fase e outra, também podemos fazer upgrade nos personagens com tudo aquilo que foi coletado de dinheiro ao longo dos cenários, como também equipar itens para receber vantagens. É possível melhorar a força, recuperação após um parry, velocidade do combo e recarga dos especiais, além de podermos também escolher a dificuldade antes de cada fase – e existe uma quantidade bem grande delas à disposição -, o que resulta em maiores quantias caso optemos pelas mais difíceis.

Existem também os minigames de kata (do karatê), que são simples, divertidos e são a forma como realizamos upgrades; e servem pra quebrar um pouco o ritmo de brutalidade de Okinawa Rush. Adicionalmente, há o modo Arcade no menu principal – um pouco estranho de ser selecionado, já que o jogo nos envia direto ao Story Mode -, que traz as fases do enredo principal enquanto um relógio vai correndo no canto inferior da tela.
Brutalidade, sangue e artes marciais
Okinawa Rush é um jogo bastante curioso. Ao mesmo tempo que tudo funciona muito bem, em certos momentos as coisas ficam completamente confusas por conta dos elementos que não casam tão perfeitamente. Mesmo assim, o combate e o level design compensam algumas frustrações menores, e o mesmo serve para as lutas com chefes. O upgrade dos personagens e os golpes especiais também são atributos extras que dão um toque a mais à gameplay, assim como o treino do kata para fazer as melhorias.
Apesar do jogo contar com poucas fases, os três personagens diferentes rendem bastante tempo de jogatina, o que se expande ainda mais se você quiser ver a cutscene e o final dedicado a cada um deles. O modo cooperativo também é uma surpresa muito bem-vinda, e funciona muitíssimo bem – apesar de ambos morrerem caso o parceiro não seja revivido. Definitivamente, Okinawa Rush vale sua atenção se você gosta de pancadaria e aspectos que lembram a era dos 16-bits.
Cópia de Switch cedida pelos produtores