Crisis Core: Final Fantasy VII Reunion é a nova entrada na franquia Final Fantasy VII, que foi transformada em sua própria série de jogos. Após o remake do 7º game original, a Square Enix informou a todos que o spin-off do PSP estava sendo remasterizado para consoles de jogos mais recentes. Assim, finalmente pudemos colocar a mão em Crisis Core: Reunion, que dá a todos os fãs uma segunda chance de jogar esta obra-prima do ano de 2007, mas de uma forma muito modernizada.
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5
Duração: 13.5 horas (campanha)/46 horas (100%)
O enredo original do FFVII
Crisis Core atua como uma espécie de prequel para o Final Fantasy VII original, trazendo Zack Fair, um SOLDIER de 1ª classe que trabalha para Shinra, como protagonista. Shinra é uma megacorporação que governa a região de Midgard, uma grande cidade localizada no meio do deserto. Essa empresa produz uma espécie de energia chamada Mako, que extrai e consome a energia vital do planeta. Ao contrário do FFVII original, todos os eventos aqui estão concentrados em Zack e seu ponto de vista, desde sua origem como um SOLDIER de 2ª classe até o ponto em que ele se torna um de 1ª classe.
O jogo narra principalmente os acontecimentos da vida de Zack ao lado de seus companheiros, como Angeal (sua inspiração, amigo próximo e um 1º Cass SOLDIER); Genesis, um ex-SOLDIER de 1ª classe que traiu a corporação; e Sephiroth, o SOLDIER de 1ª Classe mais famoso e que é glorificado por todos. Ao longo da jornada, passaremos por personagens que originalmente foram introduzidos no jogo principal de Final Fantasy VII, como o mercenário Cloud Strife (o protagonista), membros icônicos dos Turks, Aerith e muitos mais. Com isso, acabamos vendo o lado Shinra da história em vez o da Avalanche – membro “terrorista” da parte pobre de Midgard, do qual Cloud faz parte junto com Barret e seus amigos.
Jogabilidade que trouxe frescor à série
Quanto ao lado da jogabilidade, na data de lançamento original, Crisis Core provu ser bastante inovador, pois introduziu o famoso Active Time Battle mas totalmente renovado (conhecido como ATB) para a franquia. Assim, não precisávamos mais esperar para realizar um ataque nas batalhas como acontecia no jogo original baseado em turnos. Em vez disso, Crisis Core era um RPG de ação, no qual podíamos nos movimentar livremente durante batalhas, além de usar a esquiva para evitar ataques em tempo real. Os itens também precisam ser usados da forma mais ágil possível, sendo úteis para restaurar seu HP e MP e curar doenças de status.
Além disso, há uma espécie de gimmick de caça-níqueis, através do qual muitas vantagens diferentes podem ser dadas a Zack durante batalhas, e esses efeitos podem ser desbloqueados conforme o jogo avança e conhecemos novos personagens. Às vezes, essas vantagens serão combinadas e resultarão em um Limit Break especial (outro elemento do FFVII original), como um de cura de Aerith, ou um outro superpoderoso baseado nas memórias de Zack com seus amigos.
E tirando a jogabilidade em si, eu diria que o grande diferencial aqui ao colocar o jogo frente-a-frente com a aventura de Cloud, é a linearidade. Alguns podem até considerar o Crisis Core como um grande corredor na maior parte do tempo, com um nível de exploração bastante raso. Isso é parcialmente verdade, pois podemos explorar áreas próximas mas contidas, embora o nível de liberdade não chegue nem perto do FFVII original. Também temos missões secundárias para cumprir, mas estas são tidas em áreas bastante limitadas onde você tem que cumprir um objetivo rápido. Provavelmente, isso se deve à natureza portátil do título PSP original para curtas sessões de jogo.
Se tratando da versão remasterizada em si, o port para Switch não é o melhor em comparação com as outras plataformas. É altamente perceptível que o jogo carece de efeitos visuais como sombras, além da resolução às vezes se mostrar granulada – especialmente no modo portátil. Na Dock (modo TV), as coisas ficam um pouco melhores e mais nítidas de serem vistas, mas é impossível comparar a versão Nintendo até mesmo com as dos consoles da geração passada, por exemplo. Além disso, a taxa de quadros é travada em 30 fps, o que não diminui a qualidade do jogo já que todos os comandos respondem instantaneamente sem nenhum atraso de entrada. Porém, é indiscutível a menor fluidez quando colocamos lado-a-lado com a versão de 60 fps.
Ainda uma obra-prima, mas bastante linear
Honestamente, me lembro do Crisis Core me oferecendo uma variedade no quesito liberdade naquela época, mas provavelmente foi porque não tive contato com nenhum jogo Final Fantasy que oferecesse tal coisa, ou com títulos que sequer sonhávamos com em 2007 como o FFVII Remake. Ou mesmo alguns outros da mesma franquia como Final Fantasy XII com seu gigantesco mundo aberto. Minha conclusão é que, embora Crisis Core Reunion seja algo bem mais linear e remeta a um produto de sua época com características de título portátil, ele é uma remasterização muito merecida para uma obra-prima da era PSP, que estava presa por lá e agora todos têm a chance de pegar e jogar. Porém, a Square Enix podia ter se dado ao trabalho de ter adicionado legendas em Português para aqueles que não entendem Inglês ou Espanhol. Dito isso, agora estou muito empolgado como será o próximo spin-off de FFVII que receberá uma versão remasterizada.
Cópia de Switch cedida pelos produtores