Tivemos o prazer de dar uma olhada no vasto e sombrio mundo de Santuário na sua mais nova versão, ainda que um bugada e com enormes filas nos primeiros dias, conseguimos conferir o que o título da Blizzard promete. E já adianto que você pode ir preparando sua água benta e seu escapulário, porque o jogo está – pelo que pudemos ver – divertidamente infernal.
Desenvolvimento: Blizzard Entertainment
Distribuição: Blizzard Entertainment
Jogadores: 1-2 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: Sem registros
Olha a chifruda
Diablo é uma franquia de RPG ação, com elementos hack ‘n’ slash que dispensa apresentações, então já podemos ir direto ao que interessa: Diablo 4. Aqui, já vemos de inicio que os desenvolvedores deram o sangue para criar uma boa narrativa, ou no mínimo um bom ponto de saída para uma aventura. Lilith: a filha de Mephisto, um dos três Demônios Primordiais e Demônio do Ódio. Uma vez banida, ela voltou ao mundo do Santuário. Cabe então ao jogador entender seus planos e impedir eles, em uma trama que parece simples, mas que tem suas nuances e é nos apresentada num belo estilo de arte.
Entendemos, desde os primeiros momentos do jogo, que o objetivo não será fácil. Nesse início, criamos nosso personagem, que pode ser um bárbaro, ladrão ou mago. Cada um deles tem uma identidade de classe própria: o bárbaro é um guerreiro corpo a corpo que conta com seu equipamento de quatro armas; o ladrão prova sua agilidade lutando com um arco, mas também com uma espada; enquanto o mago causa dano elementar pesado com fogo, relâmpago ou geada. Começamos com um ataque básico antes de aprender uma habilidade principal e assim evoluir nosso aventureiro errante, mas o maior detalhe desse começo pra mim foi a customização de personagem que atinge um patamar nunca antes visto na franquia.
A obra mostra que o jogador pode realmente fazer o que quiser, já que é através das árvores de talentos, queridas pelos fãs de Diablo 2, que as habilidades são distribuídas. Eles são construídos da mesma forma para cada classe, muitas vezes oferecendo três ramificações principais. Temos uma personalização de gameplay que, à primeira vista, parece infinita.
Em resumo, não há grandes diferenças no sistema de combate e equipamentos em Diablo 4 com seus antecessores, pois o novo jogo incorpora o melhor de cada um. Ele tem aquele ritmo mais frenético do seu antecessor direto, mas a complexidade das árvores de habilidades do Diablo 2 deixa tudo mais profundo e satisfatório.
Lutando pelo Santuário: Um mundo aberto interessante
Já falando sobre o enorme mapa de mundo aberto: temos vários lugares e uma boa diversidade. Muitas vezes vazios e sobrecarregados com atividades em excesso, os mundos abertos têm sido a grande moda dos últimos anos. A Blizzard estará lado a lado com ela em 2023 aqui em Diablo IV. Essa é uma aposta arriscada, mas bem-sucedida, pelo que vimos no beta. O estúdio não exagera ao colocar uma quantidade razoável de atividades que sempre recompensa o jogador. Para ilustrar rapidamente o ponto, existem mais de cem masmorras cuja exploração muitas vezes resulta na aquisição de um objeto lendário. A exploração é recompensadora num nível que em poucos jogos vimos antes.
O mundo do Santuário é repleto de atividades que lhe dão alma e consistência. Acontece nele de se deparar com diferentes mini-eventos: ajudar um fantasma em busca de sua mãe, salvar aldeões presos, ou até impedir que um demônio realize um ritual de sacrifício. O ápice dessas atividades paralelas é encontrado nos confrontos de chefes mundiais.
O desafio do mundo aberto é ainda mais bem-sucedido porque consegue envolve o jogador em muitos aspectos. O universo vivo dá vontade de passear por lá (mesmo que não se deva sair muito à noite), até porque a direção artística está mais do que bem trabalhada.
Pensamentos sobre o beta
Foi frustrante ter que largar o controle depois das incríveis horas gastas em Diablo IV. Terminada a aventura, queremos necessariamente levar a experiência ainda mais longe neste mundo aberto onde a exploração é incentivada sem ser imposta, impulsionada por uma direção artística linda: isso, por sua vez, permite que você mergulhe de cabeça na história graças a uma encenação nunca vista na franquia. Do lado da jogabilidade, esta quarta parte numerada usa a mesma receita, pegando os melhores ingredientes de cada um de seus antecessores.
Eu não vejo a hora de mergulhar pra valer no mundo do Santuário que tanto me cativou, então só me basta esperar e deixar aqui registrado que a obra pode muito bem ser um dos melhores jogos do ano – e talvez até concorrer pelo título do melhor.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong